'Desvio de função', diz comandante sobre suposta ação de PMs em homicídios em Feira

Foram 17 homicídios em dois dias, após assassinato de PM na madrugada de sábado

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  • Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2018 às 13:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arquivo CORREIO

Um total de 17 homicídios foi registrado em Feira de Santana, no sábado e domingo - normalmente, no final de semana, a segunda maior cidade do estado registra cinco assassinatos. A escalada de morte aconteceu após o latrocínio do PM Wagner Silva Araújo, 28 anos, na madrugada de sábado (16). Os números são da Polícia Civil.

Na manhã desta segunda-feira (18), em entrevista à TV Bahia, o Comandante Geral da Polícia Miliar da Bahia, coronel Anselmo Alves Brandão, disse que ainda não há informações de que os homicídios foram praticados por grupos de extermínios formados por policiais em retaliação à morte do PM."Não temos certeza que (as mortes) tenha a participação de grupos de extermínio. Se forem formados por policiais, são policiais que estão praticando desvio de função", disse o coronel Brandão.De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP), a participação de grupo de extermínio nas 17 mortes está sendo investigada pela Polícia Civil e Corregedoria Geral da Polícia.

Ainda de acordo com o órgão, por ser a segunda maior cidade do estado e principal rota para outros municípios, a cidade tem uma atenção especial no que diz respeito às ações policiais. Desde o início do ano, a SSP registrou 207 mortes, sendo 80% delas relacionados a disputa entre facções criminosas por áreas de tráfico. 

Morte do PM  A morte do PM Wagner Silva Araújo ocorreu quando ele saia de uma festa no bairro São João. Wagner estava de folga e, quando saía do local, viu quatro bandidos abordando dois homens e uma mulher. As vítimas estavam em um veículo Crossfox.

Ele interviu e chegou a trocar tiros com os bandidos, mas um deles acertou um tiro no peito que o levou a óbito, de acordo com informações de delegado Roberto Leal, coordenador da 1ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin).

Os assaltantes fugiram levando pertences das vítimas e o carro. O PM, que era lotado na 67ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), era casado e deixa duas filhas, uma de 8 anos e outra recém-nascida. 

Salvador e Região Metropolitana Em Salvador e Região Metropolitana (RMS), após a morte do policial militar Gustavo Gonzaga da Silva, 44 anos, assassinado na madrugada do último dia 8 por traficantes no bairro da Santa Cruz, 30 homens foram mortos em dois dias. Eles tinham entre entre 15 e 29 anos.

À época, a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP) disse que investigaria se a onda de homícidios foi uma 'resposta' às mortes de dois policiais militares na semana - incluindo a do cabo Gonzaga.