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Dia Mundial da Limpeza tem campanha de conscientização e produção de arte


 

Limpurb realizou ações no Jardim de Alah e Boa Viagem

  • Roberto Midlej

Publicado em 18/09/2021 às 20:38:00
Atualizado em 21/05/2023 às 16:34:28
. Crédito: fotos: Roberto Midlej

Todo dia é dia de cuidar do meio ambiente, mas este sábado (18) teve um toque especial, afinal se comemorava o Dia Mundial da Limpeza. Quem foi às praias de Salvador percebeu que havia uma movimentação diferente, como o autônomo Diego Rocha, 38 anos, que estava no Jardim de Alah e visitava um estande montado pela Limpurb (Empresa de Limpeza Urbana de Salvador).

Surfista, "nascido e criado" ali, como ele mesmo diz, Diego sempre teve um cuidado especial com a natureza: "Quando venho à praia, sempre fico atento ao movimento e saio recolhendo o lixo. Faço um montinho, arrumo um saquinho e deixo num cesto. Uma dia desses, um dono de uma barraca pegou latinha e prato descartável que um cliente tinha usado e jogou no chão. Dei uma olhada pra ele, abri os braços, reprovando a atitude dele. Aí, ele foi lá e recolheu".

O estande onde Diego estava integra uma ação que a Limpurb preparou. Ali, eram distribuídos saquinhos biodegradáveis para que as pessoas recolhessem o lixo e sacolinhas para usar no carro e guardar resíduos. Havia também uma amostra de itens perigosos que haviam sido descartados sem o devido cuidado na natureza, como estilete, garrafas quebradas e seringas. Estudantes da Uninassau recolheram lixo na Barra (divulgação) O presidente da Limpurb, Omar Gordilho, destaca a importância dessas ações: "Elas servem para conscientizar a população que frequenta as praias, para que lembrem o quanto é importante descartar resíduo de forma regular. Agora, com a rebertura das praias, notamos que nem todos se preocupam em recolher o alimento, o palitinho de picolé, as garrafas...".

Gordilho ressalta que o cidadão é responsável pelo lixo que produz, por isso deve descartá-lo adequadamente. "Não podemos instalar lixeiras na areia, porque é uma área da União. Então, instalamos coletores na Orla. A pessoa leva o saquinho, guarda o resíduo e, quando sai da praia, deposita na lixeira". Nos postes, há também pequenos coletores instalados.

Na Boa Viagem, foi exposta uma escultura em forma de onda gigante feita com 600 garrafas pet, pelo artista plástico Gilson Cardoso (@gilsoncardoso28). "A escultura foi pensada para despertar o olhar das pessoas diante da relação 'natureza x meio ambiente' e o nosso planeta", diz o autor, que levou cerca de 30 dias para concluir a obra de arte. Gilson trabalha há mais de 25 anos explorando a relação entre arte e meio ambiente. Já participou da confecção de uma árvore feita com 22 mil garrafas de plástico. André Fernands fez um cavalo-marinho (foto: Luzia Morais) Próximo do Quartel de Amaralina, outro artista, André Fernands (@andrefernands2009), criou um cavalo-marinho gigante, feito apenas com lixo plástico recolhido em praias e com dez famílias que moram no Nordeste de Amaralina. "É uma ação muito importante para que as pessoas se conscientizem da relação nociva que temos hoje com o lixo plástico. A ONU faz uma previsão catastrófica: se não diminuirmos a produção desse resíduo logo, em 2050, haverá mais lixo que peixes no oceano", adverte André. 

Nesses 20 anos em que produz arte com material descartado, André estima que tenha recolhido das praias cerca de 13 milhões de tampinhas de garrafas pet, além de, ao menos, cinco toneladas de lixo.