Dias de cinema e reflexão no Cine Glauber Rocha

Fim de semana no espaço fica movimentado com edição presencial do festival Panorama Coisa de Cinema

  • Foto do(a) author(a) Ana Pereira
  • Ana Pereira

Publicado em 4 de dezembro de 2021 às 07:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

Agora rebatizado de Cine Metha Glauber Rocha, o espaço está, felizmente, de volta à vida cultural da cidade. E voltou no clima novidadeiro do 17º Panorama Internacional Coisa de Cinema, que segue com programação, sempre a partir das 13h, até a próxima quarta-feira (8). São várias mostras e muitas sessões – sendo as mais disputadas as das competitivas baiana e nacional. 

Para quem quer arriscar, vale dar uma passada no cinema da Praça Castro Alves, mesmo sem compromisso, e escolher um dos programas – que combinam dois curtas e um longa-metragem. O ingresso custa R$ 5, tanto para assistir presencial quanto on-line. Para quem quiser se planejar, o site www.panorama.coisadecinema.com.br traz a programação completa, com detalhes sobre as produções.

Neste fim de semana, um dos destaques é a estreia do documentário baiano Genocídios e Movimentos,  sábado (4) às 17h40, e domingo (5), ás 13h20. No primeiro dia, a sessão será seguida de debate com os diretores Andreia Beatriz, Hamilton Borges dos Santos e Luis Carlos de Alencar. A história entrelaça a performance Eminência de Destruição do Corpo Negro, do ator Gustavo Melo, como fatos da vida real, como a chacina do Cabula em 2015, para refletir e debater o genocídio racial no país. 

O filme, que tem produção da Coro de Rato, traz depoimentos de artistas como o diretor Joel Zito Araújo e o ator Hilton Cobra, além de ativistas como a socióloga Vilma Reis e Hamilton Borges, criador do reaja.  "É um filme com múltiplas autorias, que foi se fazendo a cada caminho trilhado pelos espaços racialmente apartados de Salvador, os territórios pretos controlados, os cemitérios dos vivos, esvaziados de direitos, solapados pela desesperança e pelo terror do estado" , afirma Hamilton Borges.  

Entre os filmes nacionais, uma das boas pedidas é a ficção carioca A Matéria Noturna, que será apresentado hoje, às 20h15, em sessão seguida de debate com o direto Bernard Lessa. O longa foi premiado como Melhor Filme na Mostra Futuro Brasil, para filmes em finalização, do 52º Festival de Brasília. A trama se passa em Vitória, no Espírito Santo, onde a jovem Jaiane (Shirlene Paixão) tenta encontrar um sentido em seu trabalho e nas relações familiares. 

Sua vida se cruza com a de Aíssa, um marinheiro mercante, obrigado a permanecer alguns dias atracado na cidade, onde chega pela primeira vez após seu navio apresentar uma pane elétrica. O encontro de ambos será uma oportunidade para construir algo sólido ou aprofundar suas tristezas. Aíssa é vivido pelo ator Welket Bungué, que nasceu na Guiné-Bissau e tem atuado na ponte Brasil/Portugal .O filme tem nova exibição domingo (5), às 15h10.  

Outra novidade ligada ao festival é o Sebo Galáxias, do poeta e agitador cultural James Martins, instalado onde era a antiga livraria LDM. Antes ou depois das sessões, uma boa pedida é conferir os destaques literários do espaço. 

Filme Marighella chega ao streaming

Exatamente um mês depois de chegar aos cinemas, o filme Marighella, dirigido por Wagner Moura, chega Globoplay. Boa pedida para quem queria conferir a cinebiografia do guerrilheiro baiano Carlos Marighella (1911-1969), que já ficou com o título de filme brasileiro mais visto do ano. Muitos pontos para Wagner, que mostrou maturidade em sua estreia como diretor e enfrentou uma campanha difícil para fazer com que o filme – finalizado em 2019 – chegasse às telas nacional. A trama faz um recorte nos anos finais da vida de Marighella (Seu Jorge), quando ele estava na clandestinidade e perseguido pela Ditadura Militar.    Seu principal opositor é Lucio (Bruno Gagliasso), policial que o rotula de inimigo público número 1. Quando o cerco se fecha, o próprio Marighella é emboscado e morto, mas seus ideais sobrevivem nas ações dos jovens guerrilheiros, que persistem na revolução. Além de Seu Jorge e Bruno Gagliasso, o elenco conta com os atores Luiz Carlos Vasconcellos, Adriana Esteves,  Bella Camero, Herson Capri, Humberto Carrão, entre outros.  Para quem quer assistir ao filme na telona, Marighella segue em cartaz, às 17h, na SaladeArte – Cinema do MAM, no Solar do Unhão. 

Música - Hora de celebrar os clássicos 

 A gravadora Universal celebra os 50 anos dos álbuns Construção, de Chico Buarque, e Gilberto Gil, de Gil, com relançamentos, mimos e novidades como o single e clipe de uma nova versão de  Construção, criada pelo coletivo formado por Toni Platão, Nilo Romero e os Blues Etílicos. A faixa chega juntamente com um clipe, com imagens do  fotojornalista Custódio Coimbra, que foram trabalhadas pela artista visual Barbara Coimbra. 

Construção - Clássico na discografia de Chico Buarque, o álbum ganha lançamento em CD e nas plataformas digitais, além de edição limitada em vinil . O trabalho, com dez canções, foi produzido por Roberto Menescal e lançado em 1971, na volta do autoexílio de Chico na Itália.  Gilberto Gil   - Gravado durante o exílio de Gil em Londres, o disco ganha relançamento em vinil . O trabalho traz apenas oito músicas, cantadas em inglês, sendo três em parceria com Jorge Mautner . No dia 10, a gravadora relança Refestança nas plataformas digitais.  Na semana seguinte, no dia 10, mais uma surpresa: o álbum Refestança, que marca o encontro de Gil com Rita Lee, estará disponível em todas as plataformas digitais.

Feliz Natal  - Quem resiste a uma boa canção natalina? Ainda mais juntando os talentos dos ingleses Elton John e Ed Sheeran, como aconteceu no single encantador Marry Christimas, que ganhou clipe de Jason Koenig e terá renda revertida para projetos sociais dos dois artistas.