Dicas para decorar um quarto gastando pouco e ganhar dinheiro alugando

Sem muita despesa e com criatividade, dá para conseguir uma renda extra com aquele cômodo que está sobrando em casa

Quer aproveitar aquele quarto que está sobrando em casa para ganhar uma grana extra via Airbnb ou Booking, mas não sabe como deixá-lo lindo sem gastar os tubos? Calma, que a gente ajuda. A cabeceira da cama do quarto do estudade de Arquitetura Éder Luís Sousa foi uma porta antiga que ele comprou, pintou e decorou. Tudo isso custpu R$ 350 (Foto: Victor Villarpando) Cadastre-se para receber novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, decoração, baianidade e o melhor de Salvador:

Antes de tudo, é preciso lembrar que o cômodo vai funcionar como um quarto de hotel e, por isso, precisam oferecer o máximo conforto possível para garantir boas avaliações na rede. “Em casa dá para fazer algo mais personalizado, juntando itens mais agradáveis”, explica o arquiteto Maurício Pinto.

Um dos principais diferenciais é que mais personalidade deixa o ambiente muito mais atrativo que os frios dormitórios de hotéis. “Tem como usar estampas, obras de arte, misturar mobiliários, garimpar objetos e móveis em brechós...”, opina Maurício.  O estudante de Geografia Raphael Gazotti mora numa casa com quatro quartos, todos passíveis de aluguel. No entanto, por conta da baixa temporada, apenas dois estão disponíveis no momento (Foto: Felipe dos Anjos Rocha/Divulgação) Despesa paga Quando o estudante de Geografia Raphael Gazotti resolveu alugar um dos quatro quartos de sua casa, que fica no bairro do Santo Antônio, o principal investimento foi um colchão de qualidade. Ele gastou cerca de R$ 2 mil para transformar o quarto, que tem vista para a Baía de Todos os Santos, num ambiente para hóspedes. “Comprei um colchão de R$ 700, seis pallets, cada um a R$ 10, e uma roupa de cama bacana”, lembra o estudante.“Em casa dá para fazer algo mais personalizado, juntando itens mais agradáveis”, explica o arquiteto Maurício Pinto.Todos os outros elementos do quarto vieram de reutilização, reforma ou foram construídos por ele. “Eu tinha uma mesinha de canto, um ar-condicionado que comprei de segunda mão, coloquei móveis que eu mesmo construí, uns quadros de meu namorado e comprei uma cama antiga”, recorda.

Raphael levou dois meses para pagar o investimento. Desde que viu que poderia ter uma renda extra com isso, ele dispõe quatro quartos da casa no Airbnb. “Atualmente é de onde eu tiro meu sustento”, conta.  Com vaga para até três pessoas o quarto da casa de Raphael foi ganhando alguns itens que ele sentiu falta enquanto usava o ambiente (Foto: Felipe dos Anjos Rocha/Divulgação) A saída de usar móveis restaurados, garimpar e reutilizar elementos é uma opção barata para quem quer personalizar o ambiente. Foi o caso do estudante de Arquitetura Éder Luís Sousa, que gastou cerca de R$ 1.500 com o quarto. “Comprei uma porta velha, pintei de azul e decorei com chita, isso tudo custou R$ 350”, lembra.

Além disso, um cesto de palha comprado na Feira de São Joaquim (na barraca Nau Artesanato) por R$ 10 virou lustre, dando um toque regional ao espaço. Outra aquisição foi uma mesinha de cabeceira comprada na Maiz Essências por R$ 80.Siga o Bazar nas redes sociais e saiba das novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, decoração e pets: Os investimentos maiores foram em um rack para a televisão (R$ 500 no site Oppa) e uma arara que também funciona como maleiro, que ele mesmo desenhou e pagou R$ 500 na execução (Catatábua). “Dois meses de aluguel pagaram essas coisas”, comenta. Na casa de Raphael Gazotti o quarto com vista para a Baía de Todos os Santos foi o primeiro a virar  Outro diferencial foi o banheiro. O cômodo de Éder não era suíte até ele fazer uma reforma. “Tinha uma dependência com um banheirinho. Fechamos a entrada da área de serviço e abrimos uma porta para o quarto”, conta. Dentro, em vez de armário, ele preferiu uma mesinha de madeira. “Foi mais barato do que uma bancada de mármore. Custou R$ 250 com entrega”, diz.   Na casa da arquiteta Isabela Sales e do designer Camilo Fróes, o investimento o quarto para alugar foi baixo. Com dois meses eles conseguiram pagar os custos (Foto: Isabela Sales/Divulgação) No caso da arquiteta Isabela Sales e do designer Camilo Fróes, o investimento foi de cerca de R$ 1.300. O maior gasto foi com uma louça de um banheiro da casa que ele e a esposa tiveram que trocar. “Também colocamos uma cortina blecaute na janela, estante e ventilador. Peguei de volta uma cama de casal que estava emprestada e pronto”, rememora ele. Com dois meses, o casal conseguiu pagar os custos iniciais. O cabideiro foi projetado por Éder, serve de apoio para a mala e também tem gavetas para guardar objetos e roupas; as mesinhas (de cabeceira foram reutilizadas de outros locais da casa e o lustre foi feito com um cesto de palha comprado na Feira de São Joaquim (Foto: Victor Villarpando) Outras dicas Além de uma boa cama, Mauricio lembra outros pontos de grande importância. “É bom ter uma mesa de apoio para um computador, uma bancada para a mala e um cabideiro para a pessoa colocar roupas que não podem amassar”, aponta o arquiteto.

Ele também indica tomadas próximas da cama. Um abajur com uma luz quente numa mesinha é um elemento de conforto, já que o visitante pode aproveitar para ler um livro. “Ventilação é importantíssimo, então tenha um bom ventilador ou um ar- condicionado. Salvador é luminosa e quente”, diz. “Se puder ter uma ambientação leve com peças de artesanato local também é legal”. O banheiro da dependência repensado para suíte: conforto ao hóspede (Foto: Victor Villarpando) Ambiente em conta Para o quarto na casa do estudante de arquitetura Éder Sousa, uma porta usada foi comprada e pintada para virar cabeceira e um cesto de palha da Feira de São Joaquim virou um lustre.

Ele projetou um cabideiro e pagou para executarem. Também usou duas mesinhas que tinha em casa, uma delas comprada por R$ 80 numa loja da Av. Carlos Gomes. Uma garrafa de vinho foi guardada e virou vaso para flores, em cima da mesinha de apoio.

O estudante investiu ainda em um rack para a TV, comprado numa promoção. Ao todo, Éder gastou cerca de R$ 1.500, recuperados em dois meses.

Plataforma de hospedagem possibilita disponibilizar imóveis inteiros ou cômodos para locação

A pesquisadora Lorena Caliman, 28 anos, mora em um apartamento de dois quartos, no bairro do Rio Vermelho. Transformou um deles em escritório, mas com uma estrutura para receber hóspedes. Esse ano, para incrementar a renda, colocou um cômodo no Airbnb, plataforma que oferece hospedagem em 191 países. Anunciou no dia 31 de janeiro e, horas depois, teve a primeira reserva confirmada. Em um mês, faturou cerca de R$ 1 mil. Assim como ela, outras 3.500 pessoas na Bahia usam a plataforma para alugar apartamentos fechados ou cômodos dos seus imóveis. A pesquisadora Lorena Caliman faturou R$ 1 mil em um mês, alugando um quarto da sua casa (Foto: acervo pessoal) Ao todo, o cômodo já foi locado cinco vezes. Na plataforma, ela estipulou um valor mínimo (R$ 59 e um máximo para locação R$ 120). Outra opção seria deixar o próprio Airbnb gerenciar os valores, de acordo com a lei da oferta e procura.

Ela pode escolher ainda os períodos em que o imóvel estará disponível para receber hóspedes. Nas semanas que tem muitos textos do mestrado para ler, por exemplo, ela bloqueia as hospedagens. E mesmo no período em que eles são bem-vindos, ela conta que busca receber pessoas com perfis que se enquadram nasua rotina. “Não há opção de definir o tipo de hóspede, mas no anúncio eu deixei claro que durmo cedo e não quero bagunça na minha casa”, conta.

De acordo com informações do Airbnb, a renda de um anfitrião típico é de R$5 mil no ano. Mas, toda regra tem exceções. No caso da empresária Mércia Barreto, 40, que administrava um apartamento de quarto e sala da mãe, em Ondina, ela chegou a faturar R$ 5 mil com o aluguel do imóvel por uma semana, durante o Carnaval.

Problemas

Sim, como qualquer outra modalidade de locação, problemas também existem. No caso de Mércia, ela conta que recebeu uma hóspede que reservou o imóvel por 15 dias, incluindo as festas do fim de ano e, após a primeira noite, ela cancelou a reserva. “Só recebi por uma diária e fiquei o resto do período com o imóvel vazio. Descobri depois que poderia ter especificado multas para caso de cancelamento, mas, como não sabia, não estava previsto no meu anúncio”, informa.

Passo a passo para colocar seu imóvel no Airbnb

Anuncie: Qualquer pessoa com um quarto livre ou uma casa inteira pode se tornar um anfitrião.  Basta criar um login e senha na plataforma,  escrever um perfil contendo as características do  espaço, as regras da casa, a rotina dos moradores, etc.

Troque mensagens: Conheça os hóspedes antes da chegada trocando mensagens com eles na plataforma.

Gentilezas: Os anfitriões costumam limpar os espaços que os hóspedes podem usar e fornece lençóis limpos, toalhas e papel higiênico.

Pagamento:  Os hóspedes são cobrados antes da chegada, e você é pago automaticamente após o check-in. Você pode ser pago pelo PayPal, depósito direto ou transferência internacional, entre outras formas.

Taxa de serviço:  O Airbnb cobra um taxa de serviço de 3% do valor da hospedagem

Números do Airbnb na Bahia

- O último levantamento da plataforma, realizado em novembro de 2017, apontava a existência de 3.500 anfitriões na Bahia 

- São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires | cidades que mais mandam hóspedes

- Os grupos de hóspedes que vem para a Bahia pelo Airbnb possui, em média, 2,5 pessoas 

- Os hóspedes do Airbn na Bahia ficam, em média, cinco noites

- A idade média do hóspede é 35 anos

- A idade média do anfitrião é 43 anos 

- 14% dos anfitriões possuem acima de 60 anos  

- 56% dos anfitriões são mulheres 

- A renda anual de um anfitrião típico é de R$5.000 

- Entre novembro de 2016 e outubro de 2017, foram 27 mil hóspedes no Airbnb em Salvador

Potencial mensal de faturamento em Salvador

Um hóspede:  Quarto:  R$ 553   Imóvel: R$ 664

Dois hóspedes Quarto:  R$ 821  Imóvel R$ 1.116

Três hóspedes Quarto: R$ 868  Imóvel:  R$ 1.156

Quatro hóspedes Quarto: R$ 988 Imóvel: R$ 1.406