Diretor da Anvisa diz que há chances de nova variante da covid-19 já estar no Brasil

Apesar da possibilidade levantada, ainda não há confirmação efetiva de infecção com a "Ômicron" no país

Publicado em 26 de novembro de 2021 às 20:23

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), comentou, nesta sexta-feira (26), que há chances de a nova variante da covid-19, detectada na África do Sul, já estar circulando no Brasil, mesmo sem a confirmação, até agora, de qualquer pessoa efetivamente infectada. 

“Realmente a possibilidade existe, não temos como dizer que é zero chance de já estar no Brasil, que não é possível. A possibilidade de termos algum caso que não tenha sido identificado existe, é uma possibilidade, mas até o momento não existe.”, disse Barra Torres, em entrevista à CNN.

Ainda nesta sexta, mais cedo, a Anvisa recomendou a adoção de medidas restritivas de caráter temporário em relação aos voos e tripulantes que saíram da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue, em decorrência a nova variante identificada como B.1.1.529.

“Nossas equipes de portos, aeroportos e fronteiras estavam acompanhando a evolução das notícias, na manhã de hoje oficializamos à Casa Civil com nota técnica orientando sobre a restrição – por enquanto temporária – de voos desses países do Sul da África ou  passageiros que fizeram escalas nesses voos. Esperamos que essa medida seja acatada ainda hoje pelos ministérios da Casa Civil, da Justiça, da Saúde e Infraestrutura, que são os ministérios que assinam as portarias de fronteiras”, declarou o diretor-presidente.

Barra Torres ainda comenta sobre a positiva cultura vacinal do Brasil, mas faz uma alerta sobre os riscos ainda existentes.

“É importante que a população se conscientize que a pandemia ainda não acabou, o apito final deste jogo ainda não foi dado. Nós temos sim uma cultura vacinal muito forte, temos milhões de pessoas aderindo voluntariamente à vacinação. Se a vacinação fosse um candidato e a eleição fosse hoje, a vacina venceria em primeiro turno, o candidato do momento é a vacina.Temos como evitar mantendo uma cultura de vacinação forte”, conclui.

Omicron

Mais cedo, a OMS informou que batizou a variante identificada no continente africano como Omicron e classificou a cepa como uma Variante de Preocupação. De acordo com a entidade, a decisão foi tomada por conta da grande quantidade de mutações apresentada pela variante, sendo que algumas delas apresentam “características preocupantes”.

A classificação, segundo a OMS, exige importantes ações por parte dos governos, como o compartilhamento de sequências de genoma; a comunicação de casos e mutações; e a realização de investigações de campo e de análises laboratoriais para melhor compreender os impactos, a epidemiologia, a severidade e a efetividade de medidas de saúde pública.