DJ acusa mulheres que denunciaram agressão: 'querem destruir minha vida'

Em processo antigo, defesa alegou na Justiça que DJ tem ‘quadro psicótico grave’

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  • Yasmin Garrido

Publicado em 7 de janeiro de 2019 às 19:43

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo pessoal

Uma ação penal e três medidas protetivas. Este é o saldo de processos em andamento no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) que têm como réu João René Espinheira Moreira, 33 anos, mais conhecido como DJ John Oliver. Ele foi acusado no domingo (6) pela ex-namorada, a bacharel em Direito Juliana Galindo, 26, de agressão. O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), concedeu a Juliana medida protetiva, que obriga John Oliver a manter distância mínima de 300 metros dela, bem como não frequentar residência e ambiente de trabalho da vítima.

Em conversa com o CORREIO, John Oliver afirmou que os processos são casos antigos e que foram revisitados agora, em razão do episódio envolvendo Juliana.“As pessoas sabem que eu sou uma figura pública. Estão querendo destruir a minha vida, querem dinheiro, não sei”, alegou.Todos os procedimentos têm ligação com a Lei Maria da Penha (nº 11.340/16) e existem em decorrência de acusações de agressão contra mulheres. No entanto, em conversa com o CORREIO, John Oliver negou todos os casos e disse que o único procedimento ativo no TJ-BA é a ação penal movida contra ele pela própria irmã em 2017. “Tem sentença de setembro de 2018 me inocentando de uma ação penal”, declarou.

De fato, em 1 de setembro de 2018, a juíza Denise Vasconcelos Santos, da 1ª Vara da Justiça pela Paz em Casa, considerou João Espinheira inocente em um dos casos de agressão, argumentando que não havia prova que comprovasse a “autoria delitiva”, embora os exames de corpo de delito realizados na vítima comprovassem que houve agressão.

Essa ação penal, na qual John Oliver foi absolvido, é referente à agressão a uma ex-namorada dele, ocorrida em 26 de agosto de 2012. Na ocasião, de acordo com o processo, uma viatura da Polícia Militar foi chamada pelo dono de um bar na Pituba, em Salvador, onde o DJ e a jovem estavam discutindo.

A mulher afirmou no processo que foi agredida com um murro no rosto e depois arrastada pelos cabelos no meio da rua. Já o DJ, na petição de defesa assinada pelos advogados Amanda Moreira e Roberto Barreto, alegou que não tinha feito nada e que, na verdade a jovem, que era ciumenta, não se conformava com o fato de eles não terem um namoro - apenas ficarem esporadicamente em festas.Quadro psicótico grave Na época, a defesa de João Espinheira pediu à Justiça que fosse decretada a inimputabilidade dele, ou seja, que ele não fosse culpabilizado pelos crimes, alegando que o DJ foi diagnosticado com “quadro psicótico grave” em exame realizado no Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira, em 24 de agosto de 2012.

“(...) o Acusado ao tempo da Ação não podia compreender o fato ilícito do seu ato, conforme laudos médicos acostados”, diz trecho da defesa. No mesmo documento, os advogados de João Espinheira afirmaram que ele incapaz de “compreender o caráter do ilícito”, em razão da doença.

Ainda neste processo, de acordo com a própria defesa, após o episódio de agressão, John Oliver “vinha procurando se tratar e seu estado emocional, tomando seus medicamentos corretamente e fazendo acompanhamento com médico a cada 15 dias, apresentando melhora significativa”.

Após audiências de instrução, João Espinheira foi declarado inocente por uma das juízas que acompanharam o caso, Denise Vasconcelos Santos. Para ela, o fato de não haver testemunhas no processo não permitiu comprovar a autoria de John Oliver nos crimes de agressão à vítima.

Desta forma, de fato, ele foi inocentado em uma ação penal em setembro de 2018, restando, segundo levantamento feito pelo Tribunal de Justiça da Bahia, outra ação penal ativa (aberta pela própria irmã do DJ), além medidas provisórias em andamento, o que configuram quatro processos na Bahia contra ele.

João Espinheira também foi réu em uma ação penal, já extinta por prescrição virtual, sob a acusação de ter agredido ex-namorada e a mãe dela, quando, segundo o processo, ele as teria empurrado escada abaixo.*Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier