Documentário sobre Marielle Franco aumenta audiência da TV Globo

Além da série documental, emissora vai produzir série ficcional sobre o mesmo tema

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  • Da Redação

Publicado em 13 de março de 2020 às 17:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

O interesse público acerca do esclarecimento do assassinato da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes, tem rendido bons números de audiência para a TV Globo. Nessa quinta (12), a exibição do primeiro episódio de Marielle – O Documentário fez a emissora carioca crescer em audiência em São Paulo e no Rio de Janeiro, em comparação com as quatro quintas-feiras anteriores. 

Segundo os dados divulgados pela TV Globo, a capital paulista registrou 13 pontos de audiência e 28% de participação. São 3 pontos acima da média de audiência da faixa nas quatro últimas quintas-feiras e dois pontos a mais de participação na capital paulista.  

Já no Rio de Janeiro, a exibição do documentário registrou 16 pontos de audiência e 33% de participação, elevando em 4 pontos tanto a audiência quanto a participação em relação à média da faixa nas quatro últimas quintas-feiras.  

Somente o primeiro episódio foi exibido na TV aberta. O restante da série só pode ser conferido no catálogo do Globoplay para assinantes. A série documental refaz uma investigação sobre o tema.  

Além da série documental, uma série ficcional sobre a vida de Marielle Franco vai ser produzida pelo Globoplay com a direção de José Padilha, o mesmo do filme Tropa de Elite e da série O Mecanismo, da Netflix, sobre a Operação Lava Jato. 

Sobre as séries

O Documentário conta a história da mulher nascida no Complexo da Maré, que se tornou militante dos direitos humanos e, na sua primeira campanha eleitoral, em 2016, recebeu mais de 46 mil votos, tornando-se a quinta vereadora mais votada do Rio. 

Marielle foi assassinada aos 38 anos. O carro em que ela estava, junto com Anderson Gomes e com a assessora Fernanda Chaves, foi alvejado quando voltavam de um encontro de mulheres na Lapa. Apenas Fernanda sobreviveu. Marielle deixou uma filha, Luyara, e a viúva Mônica Benício. Já Anderson era marido de Agatha e pai do pequeno Arthur.  

Para contar essa história, foram necessários cinco meses de produção da série, que contém conteúdo audiovisual inédito. O documentário tem direção e roteiro do jornalista Caio Cavechini. O material marca o início da produção de séries documentais do jornalismo da Globo para o Globoplay. 

Já a série ficcional ainda não possui título definido e só será lançada em 2021. O anuncio da produção gerou críticas devido à falta de profissionais negros na equipe de pré-produção. Além de José Padilha, os nomes confirmados, até agora, foram o da autora, Antonia Pellegrino, que será produtora executiva, e o de George Moura, que vai liderar o time de roteiristas. 

Além da questão racial, a escolha de José Padilha para a direção da série tem sido criticada nas redes sociais. Para alguns, a série sobre a Operação Lava Jato, na Netflix, enalteceu a imagem de Sérgio Moro e evidenciou o apoio do cineasta à operação.  

Padilha já afirmou publicamente que apoiava a Lava Jato, mas em abril de 2019, num artigo publicado na Folha de S. Paulo, voltou atrás. Após o filme Tropa de Elite, que fala sobre o poder das milícias e suas ramificações políticas no Rio, Padilha sofreu uma tentativa de sequestro e teve que sair do Brasil. Esse vai ser o primeiro trabalho dele para a Globo.