Doença misteriosa: Investigação acha substância tóxica em cerveja de MG

Uma pessoa morreu e sete foram internadas com os mesmos sintomas

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  • Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2020 às 15:05

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Um laudo da Polícia Civil divulgado na quinta-feira (9) apontou presença da substância tóxica dietilenoglicol em dois lotes de amostras da cerveja Belorizontina, principal marca da cervejaria artesanal Becker, com sede na capital mineira. A informação é do Uol. 

A análise das amostras é parte de uma investigação sobre a morte de um homem e internação de outros sete em cidades de Minas Gerais. Os casos são registrados desde o fim de 2019. 

O dietilenoglicol é um composto que é usado rotineiramente para a refrigeração em fábricas. A ingestão da substância pode afetar os sitemas nervoso, renal e cardiopulmonar. 

Os sintomas da ingestação do dietilenoglicol são similares aos que apresentaram os oito homens que sofreram da "doença misteriosa". Apesar disso, a investigação continua e ainda não crava relação entre o consumo da cerveja e o problema.

Os pacientes tiveram sintomas parecidos em diferentes fases de internação. A maioria é do bairro Buritis. 

O bancário Paschoal Demartini Filho, 55, e um genro de 37 anos, teriam consumido a cerveja no final de dezembro. O bancário acabou morrendo na terça (7). Já o genro continua internado. 

Mistério Foram notificados no total nove casos do que se suspeitava ser uma síndrome, mas um acabou descartado por estar apresentando sinais diferentes dos demais. São casos graves de insuficiência renal aguda e alterações neurológicas. 

Especialistas do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) chegaram a Belo Horizonte na terça-feira (7), para ajudar na investigação epidemiológica do caso.

Os pacientes internados tiveram sintomas gastrointestinais (náusea, vômito e dor abdominal), associados a insuficiência renal aguda grave de evolução rápida (em até 72 horas). Ainda segundo esses órgãos, essas pessoas, na sequência, tiveram uma ou mais alterações neurológicas, como paralisia facial, vista borrada e cegueira total ou parcial.

Cervejaria se manifesta Em nota, a cervejaria Backer afirmou que está colaborando com os órgãos públicos de saúde e que a sbustância encontrada não faz parte do seu processo de produção. Por precaução, contudo, vai retirar de circulação imediatamente os lotes em questão.

"Agentes do Ministério da Agricultura realizaram uma inspeção completa (na linha de produção. Autoridades de saúde investigam, igualmente, outros produtos consumidos e que possam ter provocado a hospitalização dessas oito pessoas, todas com os mesmos sintoma", diz a nota.

"Reafirmamos nossa total confiança em todas as etapas de produção dos nossos produtos. Manteremos nossos consumidores, distribuidores e a sociedade em geral informada, tão logo tenhamos acesso aos laudos periciais, ora em curso", diz.

São 66 mil garrafas nos dois lotes contaminados.