Dor e Glória estreia nesta quinta (13) nos cinemas com Antonio Banderas no elenco

O longa tem a direção do aclamado diretor espanhol Pedro Almodóvar

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  • Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2019 às 16:36

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Na definição  do diretor espanhol Pedro Almodóvar, seu novo filme, Dor e Glória, é o fechamento “acidental” de uma trilologia que fala sobre desejo e que levou 32 anos para ficar pronta.

As duas primeiras partes são A Lei do Desejo (1987) e A Má Educação (2004). Nos três filmes, os protagonistas são personagens diretores de cinema. Também nos  três, desejo e ficção cinematográfica são os pilares da história - todas escritas pelo cineasta. 

O filme conta a história de Salvador Mallo  (Antonio Banderas), um diretor de cinema veterano, envolto numa crise criativa, sofrendo com dores no corpo  e com a depressão, principalmente  por não poder filmar.  Ao ter sua obra de 30 anos atrás homenageada no teatro, ele reencontra um antigo amigo, um antigo amor e suas memórias de infância. Este é o oitavo trabalho de Banderas com o diretor.

O primeiro foi justamente A Lei do Desejo. E sua performance, uma espécie de alter ego do cineasta, tem sido apontada como um dos destaques do filme. Banderas foi eleito melhor ator no último Festival de Cannes, em abril, por sua  ao interpretação como  cineasta que se depara com a solidão e com os fantasmas da morte. O ator Raúl Arévalo, o diretor Pedro Almodóvar e a atriz Penélope Cruz (Foto: Divulgação) “Acho que este é o melhor trabalho do Antonio desde  Ata-me!. Dor e Glória é, na minha opinião, seu renascimento como ator e o início de uma nova era”, afirmou Almodóvar, acrescentando que o ator, um dos seus preferidos,  escolheu uma interpretação profunda e sutil. “Ele soube desenvolver um personagem muito difícil, cheio de riscos”, disse.   

O contraponto feminino está, claro, na presença de Jacinta, a mãe forte e envolvente, vivida por duas atrizes: Penélope Cruz, outra queridinha do diretor, é a mãe jovem, nos anos 60, quando a família  se muda para Valencia, em busca de prosperidade;  já Julieta Serrano  é a mãe idosa. “Jacinta se torna uma mulher amarga com o tempo e fala com filho com aquela crueldade sem maldade aparente com que os velhos e enfermos tratam seus entes queridos mais íntimos”.   Cena com os atores Asier Flores, Penélope Cruz e Raúl Arévalo (Foto: Divulgação) Curioso é que o último filme de Almodóvar, de 2016, que não foi muito bem recebido pela crítica,  se chamava Julieta. Aos 69 anos e com 21 filmes no respeitável currículo, Almodóvar assumiu que se inspirou muito em sua biografia para escrever Dor e Glória. Está tudo lá, suas inquietações, descobertas, realizações e frustações.  “Mas não estou tão mal quanto o protagonista”, brincou o cineasta durante entrevista em Cannes.