Dossiê Mundial de Clubes: o que você deve saber sobre o torneio

Al Sadd e Hienghène farão a abertura nesta quarta-feira (11); Flamengo e Liverpool podem reeditar final de 1981

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  • Giuliana Mancini

Publicado em 11 de dezembro de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Fifa/Divulgação

Desconhecidos ao redor do mundo, Al Sadd e Hienghène terão uma responsabilidade e tanto nesta quarta-feira (11): darão o pontapé inicial para mais uma edição do Mundial de Clubes. O anfitrião e o representante da Nova Caledônia fazem o primeiro jogo do torneio a partir das 14h30, no Estádio Jassim Bin Hamad, em Doha, Catar.

Ao todo, sete times estão na disputa pelo título: um do país-sede e os outros seis dos representantes das confederações continentais.

As atrações mais esperadas são o Flamengo, atual dono da taça da Libertadores, e o Liverpool, vencedor da Liga dos Campeões da Europa. A expectativa é, inclusive, que os dois protagonizem a final, marcada para o sábado da semana que vem, dia 21, às 14h30.  Mas ambos possuem compromisso pela semifinal para chegar à decisão.

O representante da América do Sul estreia terça-feira, dia 17, às 14h30, no Estádio Internacional Khalifa. O rival só será conhecido sábado, porque sairá do jogo entre o Al Hilal, da Arábia Saudita, campeão da Champions da Ásia, e Espérance, da Tunísia, dono do título africano.

Já o Liverpool tem três alternativas para ser seu oponente: pode ser tanto o Al Sadd como o Hienghène ou ainda o Monterrey, do México. A primeira partida do time inglês será dia 18, também no estádio Khalifa.

O Al Sadd, que ganhou a vaga por ser do país-sede, tem uma figura conhecida no seu comando: o técnico é o espanhol Xavi Hernández, ex-jogador do Barcelona. Ele foi atleta do clube nas últimas três temporadas e passou a treinar a equipe em maio. Será a segunda participação do time no Mundial - a primeira foi em 2011.

O Hienghène, por sua vez, confirmou sua presença após faturar o título da 18ª edição da Liga dos Campeões da Oceania. A vitória aconteceu sobre o Magenta, também da Nova Caledônia, por 1x0.

A decisão? Caso Flamengo e Liverpool cheguem até a final, será uma  reedição do Mundial de 1981. Na época, o torneio ainda era chamado de Copa Intercontinental e  funcionava no esquema antigo de jogo único, disputado no Japão entre o campeão da Europa e o da América do Sul.

Naquela partida entre o rubro-negro e os Reds, realizada em Tóquio, o time brasileiro bateu o inglês por 3x0, em uma festa comandada por Nunes, com dois gols, e Adílio, com um, todos marcados no primeiro tempo e com assistências de Zico.

A expressiva vitória foi o maior placar de uma final da  Intercontinental em campo neutro, entre 1980 e 2004 -  e foi igualada duas vezes, em 1990, pelo italiano Milan sobre o paraguaio Olimpia, e em 1991, pelo sérvio Estrela Vermelha sobre o chileno Colo Colo.

A edição do Mundial de 1981 foi a única disputada pelo Flamengo até agora. Já o Liverpool segue, ainda hoje, sem título do torneio. Teve outras duas oportunidades posteriormente, mas perdeu para o Independiente, da Argentina, em 1984, por 1x0, e para o São Paulo, em 2005, também por 1x0.

O Mundial deste ano é o penúltimo no atual formato, pois a partir de 2021 serão 24 clubes na disputa.

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Hienghène: de um lugar quase esquecido Muita gente ao redor do mundo nunca nem  ouviu falar da Nova Caledônia, de onde saiu o Hienghène, um dos times que farão a abertura do Mundial de Clubes hoje. O lugar, esquecido no planeta, é um arquipélago paradisíaco localizado na Oceania e, até hoje, faz parte do território da França.

Já o clube fundado em 1997 foi batizado graças a uma cidade homônima, onde está sediado, com apenas 2,5 mil habitantes. A  vaga no Mundial veio com a vitória na final da Liga dos Campeões da Oceania, principal troféu do time na história.

No elenco do Hienghène, há dois atletas nascidos no Brasil: Marcos Paulo e Pedro Vilela, este último naturalizado português. Ambos chegaram ao time no meio deste ano, como reforços para o Mundial. Por lá, atuam como professores voluntários de futebol nas folgas e recebem, inclusive, presentes inusitados: frutas e mandioca nas vitórias.

“Sabemos que é uma batalha extremamente difícil, mas se não tivéssemos confiança e não acreditássemos, nunca estaríamos aqui para essa competição. A equipe venceu a Liga dos Campeões da Oceania e temos certeza que podemos surpreender, como ocorreu com outras equipes que chegaram como surpresa”, disse Marcos Paulo ao Estadão.

Flamengo decola na sexta-feira (13) Depois de conquistar o Brasil e a América do Sul, o Flamengo decolará do Rio de Janeiro rumo ao Catar na sexta-feira, às 16h35. Objetivo: conquistar o mundo pela segunda vez. Serão cerca de 15h até Doha, com o pouso previsto apenas para o início da tarde de sábado (14).

Na chegada ao país asiático, parte da comissão técnica e diretoria rubro-negra irá diretamente ao estádio Khalifa para ver o jogo entre o Al Hilal e o Espérance. Desta partida sairá o rival do Flamengo na semifinal.

O voo para Doha será em um avião de 272 lugares, com capacidade lotada. No Boeing 777 da Qatar Airways, estarão os 23 jogadores inscritos para o Mundial, o técnico Jorge Jesus e mais oito atletas que, com a liberação da Fifa, treinarão como “sparrings”. 

Todos sentarão na classe executiva, junto com o presidente Rodolfo Landim, dirigentes do futebol e comissão técnica. Nas 230 poltronas da classe econômica, estará o restante da delegação (21 pessoas), além de diretoria, conselheiros, funcionários e familiares.

Essa mega comitiva vai em busca de uma façanha que o Brasil não realiza há sete anos. A última vez que um time brasileiro faturou a taça do Mundial foi em 2012, quando o Corinthians bateu o Chelsea por 1x0 na final, no Japão.

No ano seguinte, o Atlético Mineiro foi o campeão da Libertadores e disputou o torneio, mas caiu na semifinal para o Raja Casablanca, do Marrocos. O time conduzido por Ronaldinho Gaúcho despediu-se com uma vitória sobre o Guangzhou Evergrande, da China, e o melancólico 3º lugar.

Em 2014, 2015 e 2016, o Brasil não teve representante no Mundial. Só voltou a mandar um time em 2017: o Grêmio. Mas, após passar pelo Pachuca, do México, na semi, por 1x0, caiu na final para o Real Madrid por 1x0, gol de Cristiano Ronaldo.

Liverpool avança na Champions O Liverpool irá para o Mundial aliviado. O time precisava ontem de um empate contra o Red Bull Salzburg para avançar na Liga dos Campeões, da qual é o atual campeão. Fez mais do que o necessário: superou o rival na Áustria por 2x0.

Com o triunfo, o clube inglês avançou como líder do Grupo B, com 13 pontos. O  Napoli, que goleou o Genk em casa, por 4x0, ficou em segundo, com 12  pontos.

Para o Mundial, a equipe comandada por Jürgen Klopp incluiu seus principais astros na lista dos 23 relacionados. Como o goleiro Alisson, eleito o melhor de sua posição pelo Fifa The Best e pelo Bola de Ouro. Também terá o zagueiro Van Dijk, que foi segundo colocado da categoria principal nos dois prêmios, e o trio de atacantes Salah, Firmino e Mané. Já o volante Fabinho e o zagueiro Matip não viajarão para o Catar: são desfalques por lesão.

A estreia dos Reds será no dia 18. Há um jogo pela Copa da Liga Inglesa 24h antes, contra o Aston Villa, mas será o técnico Neil Critchley, da equipe sub-23, quem comandará o Liverpool.

No dia 26, cinco dias após a final no Catar,  o time terá mais uma missão. Desta vez pelo Campeonato Inglês, do qual é o líder, contra o Leicester, atual vice.