Downton Abbey: filme reúne elenco original da série inglesa

Reconstituição primorosa dos anos 1920 e bastidores da vida da aristocracia são os principais atrativos do longa

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  • Ana Pereira

Publicado em 24 de outubro de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

Só mesmo o cinema para mostrar Downton Abbey com a imponência que ela merece. A mansão  da família Crawley, ponto de convergência da série inglesa que conquistou o mundo, surge majestosa  em infinitos detalhes no filme homônimo que conseguiu a proeza de reunir, quatro anos depois do fim da série, os criadores e o elenco original da produção.

Portanto, se você é fã da série, ver o filme será uma espécie de reencontro afetuoso com aquele universo da aristocracia inglesa tão bem retratado por Julian Fellowes nas seis temporadas de Downton Abbey. E Fellowes se sai bem no desafio de sintetizar a trama - que nunca foi marcada por grandes acontecimentos - e ao mesmo tempo oferecer algo novo ao espectador. Com roteiro de Julian Fellowes e direção de Michael Engler, trama gira em torno da visita da Família Real  (Foto:Divulgação)   Em entrevista esta semana, ele brincou ao dizer que o principal atrativo do longa é oferecer uma “boa folga” de duas horas ao Brexit. Piada para inglês, claro. Para o público geral, vale como filme de época bem realizado, conduzido por Michael Engler (Sex and the City), que dirigiu a  primeira temporada da série.

A história se passa em 1927, um ano após o período retratado na série (que vai de 1912 a 1926). O ponto que vai unir patrões e empregados é a visita da Família Real a Downton Abbey, que fica localizada na zona rural do condado de Yorkshire, na Inglaterra.

A vinda do rei George V -  avô da rainha Elizabeth II - e seu batalhão de serviçais mexe com mentes e corações. Tanto dos nobres quanto dos plebeus. Em meio a uma tentativa de atentado ao monarca, vem à tona as fissuras do sistema e as divergências entre os que ousam sair do lugar que lhe é destinado.

No  caos da visita, um dos empregados diz uma frase que é uma boa síntese de Downton: “paz e sorrisos no andar de cima e socos e pontapés no de baixo”. Aqui e ali, os choques e mudanças são inevitáveis.

Um personagem que acabou ganhando espaço na trama e que traduz bem o espírito da série  é Tom  (Allen Leech), o ex-motorista irlandês que se casou com uma das três herdeiras da família. Apesar do espírito republicano e de não ficar tão à vontade na elite, ele aprende a reconhecer os valores ali embutidos.  

No fim das contas, é sobre o inevitável processo de transformação  da sociedade que Downton Abbey trata. “Mas nós resistimos”, sintetiza Lady Mary (Michelle Dockery), a filha mais velha dos Crawley, a que terá desafio de manter a família unida e os bens intactos. O elenco reuniu os atores originais das série, incluindo Maggie Smith, que vive a condessa Violet (Foto: Divulgação) O elenco afiado é, sem dúvidas, um dos trunfos do filme. Para quem acompanhou a série é uma alegria rever personagens como o ranzinza mordomo Carson (Jim Carter), que volta a Downton para comandar a operação de recepção ao rei. E claro, a presença catalisadora de Maggie Smith, 85 anos, que vive a condessa Violet e é dona das tiradas mais inteligentes e bem humoradas do filme. E ainda, com uma participação que vai te emocionar.   Com o sucesso nos Estados Unidos e na Europa, a continuação do filme já é dada como certa. “Não existe motivo para dizer que não, porque, se você diz que não nesta indústria, depois tem de engolir!”, resumiu um objetivo Julian Fellowes.