Duas vans escolares são assaltadas em Patamares em menos de 24h

Os bandidos usaram os mesmos métodos nos dois crimes e ainda não foram localizados

Publicado em 28 de março de 2017 às 20:38

- Atualizado há um ano

Em menos de 24h duas vans escolares foram assaltadas em Patamares, no mesmo local. Os veículos transportavam estudantes do Colégio Marista Patamares e as vítimas foram abordadas na rua Manuel Antônio Galvão, que fica a cerca de 500 metros da escola. Nos dois casos, os bandidos interceptaram o carro escolar, anunciaram o assalto e saquearam as vítimas. 

Segundo testemunhas, o horário da manhã é o mais visado pelos bandidos. Os criminosos aproveitam a movimentação de pais e estudantes, que chegaram para o início das aulas, para assaltar as vítimas. A maioria dos crimes acontece a alguns metros da escola, onde o trânsito está mais livre esse horário e a movimentação é intensa. Terça-feira (28)Faltava 15 minutos para o início da primeira aula dos alunos do Ensino Médio do Colégio Marista, quando uma van escolar trazendo alguns dos estudantes entrou na rua Manuel Antônio Galvão. Era 6h45 e faltava apenas 500 metros para o grupo chegar ao portão do colégio, em Patamares, quando a viagem foi interrompida por dois homens armados. 

Um dos bandidos interceptou o carro, sacou a arma e apontou contra o motorista. O outro abriu a porta lateral da van e entrou no veículo, sendo seguido pelo comparsa. No momento do crime, o trânsito estava intenso na rua - uma transversal da Avenida Professor Pinto de Aguiar - e a van seguia a 40 km/h.Segundo testemunhas, o veículo assaltado pode transportar até 15 passageiros, mas no momento do crime não levava nem dez estudantes. Os bandidos anunciaram o assalto e mandaram que os estudantes entregassem os celulares, tablets e notebooks. Enquanto isso, o outro ordenou que o motorista mudasse de rota. 

Patrícia Oliveira, 44 anos, estava logo atrás da van onde houve o assalto, achou que havia algo estranho, mas não percebeu o assalto. "Quando o motorista fez o retorno eu não entendi, mas pensei que ele tivesse esquecido de pegar alguma criança e, por isso, estava voltando. Ele parecia tenso e a havia uma adolescente sentada no banco do carona que estava de cabeça baixa. Só depois é que entendi o motivo", contou. A van entrou na Avenida Ibirapitanga, seguiu até o segundo retorno da via e voltou para o cruzamento do a Avenida Professor Pinto de Aguiar, onde os bandidos desceram e fugiram a pé. Assustados, alguns pais dos estudantes procuraram a o Colégio Marista e, depois, a 9ª Delegacia (Boca do Rio).

Segundo os investigadores da unidade, o sistema onde são registradas as ocorrências apresentou uma pane durante a manhã e ficou indisponível no restante do dia. As vítimas foram orientadas a retornaram hoje na delegacia para fazer o registro do caso.A Polícia Militar esteve no local, mas os bandidos não foram localizados. Em nota, a PM informou que "disponibilizou treinamento com orientações de comportamento de segurança em área urbana para condutores de transporte escolar", diz o comunicado. 

Segunda-feira (27)Um dia antes do assalto desta terça, outro roubo aconteceu no mesmo local. A van abordada levava estudantes entre 3 e 7 anos, e além do motorista havia uma monitora. Os bandidos mais uma vez interceptaram o veículo, anunciaram o assalto e renderam as vítimas. O condutor também foi obrigado a mudar o roteiro e os assaltantes fugiram a pé. As testemunhas suspeitam que os mesmos bandidos tenham participado dos dois assaltos, por conta do mesmo método de operação. A motorista Sandra Maria de Andrade, 47, trabalha há seis anos fazendo o transporte escolar e contou que a insegurança é uma rotina no ofício. 

"Na porta da escola a gente tem uma sensação maior de segurança, mas quando saímos daqui a gente não tem segurança nenhuma. No ano passado roubaram a Doblo de uma colega que fazia transporte escolar. Antes dela, outro colega teve a van roubada também durante o trabalho. Aqui não era assim, mas há alguns anos tem ficado cada vez pior", disse.Nesta segunda-feira, além da van, alguns pais de alunos também foram assaltados. Testemunhas contaram que quando perceberam o que estava acontecendo, alguns deles deu macha ré nos carros ou entraram pela contramão para escapar dos bandidos. 

Em nota, o Colégio Marista Patamares informou que está discutindo com as autoridades responsáveis pela segurança pública medidas para amenizar os problemas. Confira a nota na íntegra:Prezadas Famílias,Nas últimas semanas, fomos surpreendidos pelo aumento da incidência da criminalidade em Salvador. Diante dos relatos que recebemos sobre os assaltos envolvendo a população em ruas vizinhas ao Colégio, estamos atuando de forma preventiva para evitar novas ocorrências e assegurar a proteção de nossa comunidade educativa.

Como medida emergencial, acionamos e nos reunimos com os órgãos e autoridades competentes para realizar intervenções efetivas, que inibam e minimizem o problema o mais breve possível.Internamente, iniciamos ações educativas com estudantes e professores, bem como reforçamos a equipe de segurança privada do Colégio.Aguardamos as ações dos órgãos públicos e, na oportunidade, sinalizamos a necessidade de os pais e responsáveis estarem atentos quando em trânsito no entorno do Colégio.

Atenciosamente,