Duda Beat apresenta sua sofrência pop pela primeira vez em Salvador

A pernambucana foi considerada a artista revelação do ano pela APCA

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  • Kalven Figueiredo

Publicado em 14 de dezembro de 2018 às 18:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Ana Alexandrino / Divulgação

A última edição deste ano do Toca! terá poder feminino de sobra com a cantora e compositora pernambucana Duda Beat e com a baiana Majur. A dupla fecha com chave de ouro o projeto que tem como objetivo promover a música autoral que é produzida no Brasil. O encontro acontecerá neste domingo (16), às 18h.

No repertório de Duda e Majur não faltarão músicas com mensagens de empoderamento em todos os sentidos. O encontro das artistas promete fazer o público dançar ao som ‘Afropop’ com influências da Black Music de Majur e ainda ‘rebolar a raba’ no mix de batidas que embala a sofrência de Duda Beat. Eleita a revelação do ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). A pernambucana ainda aparece na lista dos 50 melhores álbuns do ano com Sinto Muito (2018), seu disco de estreia que será apresentado pela primeira vez em Salvador. Os ingressos variam entre R$30 (meia) e R$60.

“Estou muito ansiosa para mostrar meu trabalho em Salvador”, conta. Ela já adianta também que haverá um momento em que ela fará um dueto com o rapper Hiran, mas a canção é surpresa. A sofrência e os relacionamentos mal sucedidos de Duda a fizeram ganhar não só o reconhecimento da crítica, mas também do público muito rápido. “Algumas pessoas me encontram e me dizem que saíram de um relacionamento que não era legal e estão muito melhores agora e meu álbum ajudou nesse processo”, conta.

Apesar das letras retratarem relacionamentos que não deram certo, são ritmadas ao som de batidas dançantes como o brega, reggae e até música latina. Um bom exemplo disso é Bédi Beat: uma das faixas mais dançantes de todo disco, mas também uma das mais tristes. Enquanto o tecnobrega toca os vocais de Duda lamentam: “Visto que você nunca me ligou / Mas pergunta por aí como é que eu tô / De que tipo é o seu amor? / Me explica que eu tô tentando entender”.

E o clima de Sinto Muito é na maior parte do tempo o de sofrência. Porém também tem música para os apaixonados de plantão, a faixa Bixinho, na qual Duda retrata um amor leve e desapegado pode ser uma boa opção para conhecer o trabalho da artista. Tem música até para quem está em uma fase de amor próprio: em Bolo de Rolo, Duda aparece empoderada e segura de que não vai “buscar a felicidade em mais ninguém”.“Todo mundo já sofreu de amor, meus refrões são fáceis de ser consumidos, eu não quis complicar muito justamente para ter essa identificação com o público. Até porque isso acontece com todo mundo e ninguém está imune à sofrer. Principalmente em uma época em que as pessoas têm um relacionamentos tão fluidos”, observa.

Grande parte das desilusões amorosas da pernambucana estão ligadas ao fato de ela não saber lidar bem com essa nova forma de se relacionar, classificada por Zygmunt Bauman como amores líquidos.

A artista ainda confidenciou que essa narrativa sentimental sobre suas experiências é intencional e ela queria que fosse exatamente do jeito que é. Foram dois anos montando o disco, isto desde o momento inicial em que entrou em contato com o produtor Tomás Tróia, até o momento em que ficou pronto. Ela explica que a demora foi muito porque ela, como artista independente, precisou bancar todos os custos de um álbum. “Eu queria lançar um disco porque eu tinha uma história completa para contar”, explica. Por isso descartou a possibilidade de singles e até mesmo um EP.

Majur fará a abertura do evento, onde deverá cantar as músicas do seu recém lançado EP Colorir. Ela define o material como um ‘cartão de visita’, mas que ao mesmo tempo retrata o momento em que duas pessoas se conhecem. “Eu costumo pensar que quando conhecemos alguém somos uma parede em branco e a medida que essa relação vai progredindo, ganha cores”. 

A narrativa é clara nas três faixas do material. Na dançante Africaniei, Majur se apresenta como uma mistura de “angolano, africano, índio, riquenho, mexicano, preto, amarelo e pardo: Brasileiro Nato”. O EP ainda reserva uma colaboração com o rapper gay e baiano Hiran. O dueto Naufrago retrata o romance entre dois corpos que acabaram de se conhecer e embora estejam apaixonados, têm dúvidas sobre deixar o sentimento fluir. Em Detalhe, o romance da faixa anterior parece ter recebido ‘sinal verde’ e evoluiu para algo mais íntimo. "Quando eu criei esse ep chamado colorir, eu queria falar sobre esse processo do conhecimento e do relacionamento das pessoas", afirma Majur.

Para o show Majur promete cantar as músicas de seu EP, mas também algumas das canções exclusivas que tem preparado para o seu álbum de estreia. Majur adiantou ao CORREIO que fará um cover de flutua, dueto de Liniker (uma das grandes referências para sua música) e Johnny Hooker. 

Embora esta seja a última edição do evento neste ano, já foram confirmadas outras três edições do Toca! para 2019.  Ao menos é o que adianta Ellen Mello, sócia da Dimenti uma das produtoras do evento junto à InsPire Music. “Para o verão, estamos buscando, dentro do universo que já atuamos, atrações mais em sintonia com a proposta de agitação que a estação suscita, e podemos garantir que vai ser um espaço de encontro muito bacana!”

*sob supervisão da editora Ana Pereira 

Serviço:

O que: TOCA! apresenta: Duda Beat (PE) + Majur (BA)

Onde: Pátio do Goethe-Institut Salvador-Bahia (Av. Sete de Setembro, 1809 – Corredor da Vitória)

Quando: 16 de dezembro de 2018 (domingo), 18h (abertura do espaço às 17h30)

Ingressos:

- Lote 01: R$ 25 (meia) e R$ 50 (inteira) - Lote 02: R$ 30 (meia) e R$ 60 (inteira)

Vendas: Pelo site, ou no local do evento