Duo baiano, Bayo mescla samba-reggae e eletrônica de modo vibrante

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Adalgisa mandou dizer que a Bahia tá viva e não para de gerar boas novidades musicais. O cantor, compositor e guitarrista Graco ama Dorival Caymmi (1914-2008) e  sabe que a musa do mestre baiano das canções praieiras tem razão. Graco, 40 anos, e Nina Campos, 32: o duo baiano Bayo lança o seu primeiro e ótimo álbum: Peixe (Foto/Divulgação) Graco batizou o primeiro e ótimo álbum do Bayo com o nome de Peixe e abre o trabalho com um contagiante samba-reggae eletrônico homônimo. Parceria com Fábio Cascadura, a música fala de  peixe, rede e Iemanjá, temas bem presentes na obra de Caymmi.

“Sou louco por Caymmi, sou itapuãzeiro, criado em Itapuã. Caymmi me pega pela alma”, afirma o músico, que forma o duo Bayo com a baixista Nina Campos, 32, ex-bandas Flauer e Macumba Love.

“Tenho uma relação muito forte com o mar, mas ao mesmo tempo vivo numa Salvador urbana e caótica, e isso me interessa também”, diz o artista, que assina a produção das sete canções do álbum, numa boa combinação de samba-reggae e ritmos afro-baianos com riffs de guitarra e timbres eletrônicos.

Inkoma e Pitty - Além de Caymmi, Graco cita Olodum, Timbalada, a pop star islandesa Björk e o percussionista argentino-baiano Ramiro Musotto (1963-2009) como as principais influências do Bayo. 

O projeto começou de modo informal, em 2011, no estúdio caseiro de Graco. Na época, ele fazia um curso de arte e cultura na Ufba e despertou o interese pelo universo estético e por um olhar diferente sobre a Bahia. “Eu já vinha conversando isso com outros músicos e fui reformulando a minha bagagem de quatros anos no Inkoma, no Scambo e dez anos do Bailinho de Quinta.  No final dos anos 90, a gente tinha grande resistência com as coisas da  Bahia por causa do contato positivo e negativo com a axé music, que estava no auge”, diz.

Neste século, a cena pop & rock de Salvador se reaproximou das “coisas da Bahia” - e o Bayo faz parte desse movimento rico e plural que projetou BaianaSystem (o percussionista Japa System colabora no álbum Peixe), Maglore, Baco Exu do Blues, Giovani Cidreira, Josyara, Luedji Luna, OQuadro e Márcia Castro, entre outros.

Dos tempos de hardcore na banda Inkoma, da qual Pitty era vocalista, Graco conta que ficaram as paletadas e o gosto pelo rock. Reaja, música de Pitty nessa fase, ganhou nova versão e vai entrar nos shows do Bayo, que fecha o álbum com a frase: "A festa é um ato de resistência".

Ouça a faixa Peixe

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JON BATISTE mostra seu lado soul em Hollywood Africans   Aqueles que só conhecem Jon Batiste, 31 anos, como o líder da Stay Human, banda que aparece no programa de televisão The Late Show with Stephen Colbert, desfrutará de diferentes faces do pianista, compositor e cantor americano em seu novo e belíssimo álbum, Hollywood Africans, título que reverencia o quadro de Jean-Michel Basquiat (1960-1988). Jazzístico e dono de um virtuosismo peculiar na combinação de ritmo e espaço, como mostra na funky Kenner Boogie, Jon Batiste encanta como soulman nas releituras de What a Wonderful World e The Very Thought of You, e nas próprias composições, caso da balada Is It Over, que evoca o mestre Ray Charles.

Veja o videoclipe de Don't Stop

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O cantor pernambucano BARRO não quer passar batido  O cantor e compositor pernambucano Barro estreou solo em 2016 com o bom álbum Miocardio. Dois anos depois, ele reafirma a sua qualidade com Somos, trabalho consistente desde a produção pop (que ele divide com Guilherme Assis e Ricardo Fraga) ao repertório com diversidade de ritmos, boas melodias e versos interessantes. Ex-Bande Dessinée, Barro só precisa ter cuidado para que a influência do conterrâneo Lenine (forte nas canções Não Vim Pra Passar Batido, Antimusa e Eu Só Queria Que Você) não ofusque o brilho da sua própria personalidade musical.  Somos tem participações especiais de Mariana Aydar, Jéssica Caitano, Amaro Freitas e Hugo Lins.

Ouça o álbum completo