Dupla Ba-Vi terá um fim de ano com os pés no chão: nada de exageros

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Publicado em 6 de dezembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Fim de ano chegando e a expectativa dos dois maiores clubes baianos para o Natal é semelhante ao do trabalhador brasileiro: nada de cometer exageros, pois dinheiro não dá em árvore. Apesar de Bahia e Vitória apresentarem projeções financeiras distintas para o ano que vem, por causa do rebaixamento rubro-negro, os rivais têm em comum a indefinição em relação às receitas de 2019. O principal nó passa pela maior fonte, que é a venda dos direitos de transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro. O Bahia, apesar de prever incremento de cerca de 10% no orçamento para o ano que vem - segundo afirmações recentes do presidente Guilherme Bellintani -, ainda não tem o pássaro na mão.  Pelo contrário: o tricolor não tem contrato de TV aberta nem de pay per view assinado. E a negociação com a Globo tem se arrastado ao longo do ano. A única janela preenchida é a de TV fechada, com o Esporte Interativo, cujos canais deixaram de existir, mas a verba está garantida, assim como a transmissão nos canais Space e TNT, sem tradição futebolística, o que desagrada a cúpula tricolor.  No Vitória, o tema também gera preocupação, embora por outro viés. É que o rebaixamento à Série B implica em redução considerável (ainda não se sabe quanto) da verba de direitos televisivos. Pelo modelo vigente até então, a queda financeira só era sentida por um clube no segundo ano após o rebaixamento, ou seja, se não subisse de imediato. Agora, isso acabou. O que significa dizer que o Vitória versão 2019 será um clube com capacidade de investimento mais modesta e, exatamente por isso, a margem de erro da diretoria em suas escolhas terá que ser menor do que foi em 2018 - o que é óbvio, mas não custa lembrar. O baque pode fazer diferença no Campeonato Baiano e na Copa do Nordeste – competições que terão início daqui a 40 e 44 dias, respectivamente - se o Vitória adotar a política de terra arrasada e acreditar que ninguém deste ano presta mais para o clube. Não é o caso. Avaliar criteriosamente o elenco que tem em mãos é a tarefa mais crucial que a diretoria de futebol e o futuro treinador têm pela frente. Essa etapa tem repercussão direta na seguinte, que é a das contratações. Aí o Vitória precisa ser cirúrgico, principalmente no setor mais carente do time há anos, que é a defesa, e na posição mais difícil de solucionar no futebol brasileiro, a de centroavante.Caixa Não é só a receita dos direitos de transmissão que pode impactar o ano novo da dupla Ba-Vi. O patrocínio da Caixa também é uma incógnita, já que haverá mudança no governo federal, e o presidente eleito, Jair Bolsonaro, ainda não abordou o tema. Como Bolsonaro adiantou que o banco não será privatizado em seu mandato, resta saber se a estatal manterá a estratégia de patrocínio ao futebol.  Nesse ponto, não só Bahia e Vitória estão envolvidos. Eventual reestruturação englobaria o futebol brasileiro como um todo, já que o banco foi o patrocinador máster de 11 equipes da Série A e 13 da Série B em 2018. Se isso acontecer, a dupla Ba-Vi terá dificuldade de conseguir outro patrocinador que iguale a proposta atual, de R$ 6 milhões anuais para cada.

*Herbem Gramacho é editor do Esporte e escreve às quinta-feiras