É hoje: Respeita as Minas no circuito Barra-Ondina

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  • Flavia Azevedo

Publicado em 1 de março de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

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Ludji Luna, Larissa Lux e Xênia França no show Ayabass (Foto: Lito Carvalho/Divulgação)  As vozes de  Larissa Luz, Luedji Luna e Xênia França, hoje, são de todas nós. Juntas no projeto Ayabass (que teve estreia no Festival Sangue Novo, em janeiro passado), as cantoras assumem o comando do Respeita as Minas na dianteira do enfrentamento à violência contra a mulher e o assédio, durante a folia. É o terceiro ano consecutivo do trio feminista que ocupa, pela primeira vez, o circuito Dodô. 

O projeto é uma oportuna parceria da Maré Produções Culturais com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, que leva para as ruas a discussão sobre comportamentos machistas frequentes, principalmente durante o Carnaval. A mensagem chega na música, mas também em cartilhas, material gráfico e adesivos. A ideia é combater práticas que pressupõem o corpo feminino como objeto ou propriedade de terceiros. 

O Respeita as Minas já recebeu nomes como Pitty, Karina Buhr, Tássia Reis e MC Carol. Todas elas comprometidas com a luta pela equidade de gênero e defesa dos direitos humanos. Anfitriã e diretora artística do trio, Larissa Luz propõe a interseção entre militância e alegria, como arma poderosa, durante a folia: “Acho de extrema relevância um espaço no Carnaval onde podemos artisticamente nos manifestar, posicionar, sobre os assédios e violências que sofremos há tempos dentro da folia e fora dela!! Acredito na arte como ferramenta transformadora e penso que é bem possível curtir dançar, refletir, se empoderar e sair do baile mais forte do que chegamos! Este ano estaremos trazendo canções de grande cantoras negras baianas e do mundo. Durante o percurso estaremos num clima descontraído, exaltando a nossa força através de gritos de guerra e comandos para que possamos usar o nosso corpo também como ferramenta, movimento e poesia”.

PIPOCAS

Faça Valer

É bom lembrar que  este é o primeiro Carnaval em que está tipificado o crime de importunação sexual. Ou seja, os “beijos roubados”, por exemplo, podem dar cadeia. Algo a comemorar, principalmente se lembrarmos que o Brasil ocupa o quinto lugar do mundo no ranking de feminicídios. Somos também o pior país para mulheres, na América do Sul, de acordo com dados da ONG Save The Children. Quer mais? Tem. Segundo dados do Instituto YouGov, 86% das mulheres brasileiras já sofreram assédio em espaço público e 44% já foram tocadas sem consentimento. Para o Instituto Avon, 56% dos homens entrevistados admitiram a prática de violência contra suas companheiras.

Como Agir

Em caso de violência  contra a mulher no circuito do Carnaval, a primeira providência é discar 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou solicitar à guarnição policial mais próxima que seja feito contato com a Ronda Maria da Penha, via rádio ou pelo telefone institucional. Os envolvidos serão conduzidos para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).

Ayabass

O projeto  de Larissa, Luedji e Xênia fala de ancestralidade africana e empoderamento feminino negro. Além do desfile no Respeita, as cantoras também apresentam o show em outras duas oportunidades, durante o Carnaval: Praça Castro Alves no domingo (dia 3) e Largo do Pelourinho na terça (dia 5).