É preciso valorizar o passado, apesar da memória fraca do brasileiro

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

  • Foto do(a) author(a) Miro Palma
  • Miro Palma

Publicado em 5 de setembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Brasileiro tem memória fraca, é o que dizem. No último domingo, vimos como a memória é desvalorizada pelas bandas de cá. Um palácio bicentenário, carregado de tesouros históricos, renegado aos mais absurdos cortes de repasses, sucumbindo ao tempo e, por fim, ao fogo. A história transformada em cinzas. Recentemente, descobrimos o paradeiro de Henricão, um dos heróis do primeiro título do Campeonato Brasileiro, da primeira estrela tricolor, esquecido por seus torcedores. A história não contada.

É possível fazer um paralelo, com todo o cuidado ao resguardar as devidas proporções, entre esses dois casos para vermos como preterimos o passado em diversas instâncias de nossas vidas. O novo parece sempre mais importante. Mas, quando o assunto é história – e todos os seus braços como a cultura, a ciência, a política, o esporte, etc. – o que vem antes é fundamental para compreender o presente e projetar o futuro. E, pelo visto, nos perdemos em alguma entrada errada pelo meio do caminho. 

Porque um povo que não lembra do passado não aprende com os erros. Um povo que não cultua suas vitórias e seus heróis está sujeito a cair na lábia de qualquer um. Isso te lembra alguma coisa? E no esporte não seria diferente. Quantos museus do esporte no Brasil você conhece? Conto nos dedos de uma das mãos os que eu conheço. Aqui na Bahia, não conheço nenhum.  O que eu conheço, e aos montes, são histórias de façanhas incríveis de atletas baianos e brasileiros que só estão registradas nas memórias deles mesmos e de seus torcedores. Sujeitas ao tempo e mais nada.

Por quanto tempo? Não sei. Povo sem memória não aprende. Entra ciclo, sai ciclo, novas promessas, novos líderes, novos presidentes, novos cartolas. Ninguém olha pra trás, mas seguem fazendo as mesmas coisas. Até hoje, o Bahia não montou o museu tricolor que prometeu. O Vitória, por sua vez, sequer tem um projeto para proteger a memória do clube. Mas, e o novo técnico? E o novo reforço? Esses, sim, valem o investimento. Estão valendo?

Por fim, nessa análise pouco otimista que já se estendeu até demais, te deixo com uma pergunta: você valoriza a memória? Se sim, o que anda fazendo para protegê-la? Vale a reflexão interna. Eu também a fiz. E não fiquei muito satisfeito. Mas se tem uma coisa que olhar para trás nos oferece é aprendizado. E podemos aprender muito com esses últimos eventos que citei anteriormente. Siga em frente, amigo (a), mas nunca deixe de olhar para o retrovisor.

Em tempo Se tem alguém que parece que não aprende com o passado, essa pessoa é Neymar. O jogador se apresentou na segunda-feira à Seleção Brasileira e escolheu um look pra lá de excêntrico, com um conjunto amarelo gema de ovo, arrematado com um tênis mais colorido ainda. 

Nada contra o gosto duvidoso fashion de ninguém. No entanto, se tratando de alguém que está com uma imagem manchada pelo estrelismo, chegar a uma apresentação querendo chamar mais atenção do que todo mundo não ajuda muito a mudar esse conceito. Mais maturidade e menos “tendência”, Neymar.

*Miro Palma é jornalista e subeditor de Esporte