Edilson foi direto jogar futebol depois de sair da cadeia

Ex-jogador viajou para Florianópolis, onde defendeu Seleção Brasileira Master 'genérica' após pagar R$ 80 mil em pensão

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  • Alexandre Lyrio

Publicado em 22 de agosto de 2017 às 18:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução/Facebook

Após três dias na sede da Polinter e uma noite purgando em uma cela do Centro de Observações Penais do Complexo Penitenciário da Mata Escura, o ex-jogador de futebol Edilson Silva Ferreira, conhecido como Capetinha, pagou R$ 80 mil, foi liberado e viajou para jogar futebol.

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O irmão dele, Eliomar Ferreira, disse que a defesa fez um acordo para que Edilson fosse solto. A dívida total seria de R$ 130 mil e não de R$ 450 mil, como o primeiro advogado da causa, Eduardo Lima, chegou a anunciar na imprensa. 

“Ele pagou R$ 80 (mil) dos R$ 130 mil”, disse Eliomar. Capetinha foi preso semana passada, em Salvador, em cumprimento de um mandado de prisão temporária, expedido pela 2ª Vara da Família de Brasília (DF) por conta do não pagamento da pensão alimentícia para um filho do ex-atleta. Edilson já foi preso pelo mesmo motivo em outras duas ocasiões.

O produtor de eventos Jadson Assis, amigo que trabalha com Edilson, explicou que o atleta não poderia falar com o CORREIO no último sábado (19) - um dia após ser solto - porque o ex-jogador tinha viajado para Florianópolis (SC), onde participaria de jogos para defender a Seleção Brasileira de Master e, no dia seguinte, jogaria por um time que pertence a um patrocinador. Ou seja, saiu da prisão direto para o campo.  Edilson e Marcelinho Paulista: dupla em jogo da Seleção Brasileira de Master (Foto: Reprodução/ Facebook) “Viajou hoje (19) cedo. Só dormiu em casa e viajou. Tem evento hoje e amanhã (domingo, 20). Ele tá jogando em um time de um patrocinador e tá jogando pela Seleção Brasileira de Master”, explicou Jadson.

Seleções O CORREIO procurou a Seleção Brasileira de Master para confirmar a participação de Edilson no evento. O técnico da escrete, Antônio Lucas, disse que o time não jogou no final de semana. Uma partida está marcada para o próximo sábado (26), em Campo Grande (MS) contra um combinado dos clubes locais Comercial e Operário.

Mas, de fato, Edilson jogou um dia depois de ser solto. "Estou sabendo que ele jogou por uma Seleção Brasileira genérica que inventaram aí. Porque a verdadeira seleção master é a nossa, a que foi criada por Luciano do Valle (narrador esportivo morto em 2014). Essa que ele jogou é a genérica", disse Antônio Lucas.

O treinador, no entanto, confirmou que Edilson está escalado para atuar pela seleção master original, da qual também faz parte. "A gente sabe que Edilson está passando por um momento difícil. Ele está precisando de dinheiro e a gente entende o lado dele", explicou Antônio Lucas.

"Eu já falei para ele se valorizar: 'Edilson, você é pentacampeão mundial. Tem que se valorizar'. (...) Ele está precisando de alguém para cuidar dos compromissos. Ele tem muitos convites, mas precisa fazer um trabalho de valorização a sua imagem", opinou o empresário, que é contra a participação de Edilson na outra equipe. "Essa seleção genérica é uma bagunça. Tem uns caras que lotam uma Kombi e vão tomar cerveja nas cidades. Outro dia deixaram uma dívida em uma boate no Piauí e vieram me ligar. No nosso caso, como você sabe, é um trabalho de valorização do ex-jogador", garantiu o treinador.Despesas altas Entre amigos, advogados e familiares de Edilson, todos afirmam que o jogador está longe de ganhar hoje o dinheiro que ganhava no passado. Isso, aliás, teria causado todos os problemas relacionados com pensões alimentícias. “O dinheiro que ele ganha hoje não é mais o de antigamente e as despesas são muito altas”, indicou o irmão Eliomar.“Ele não tem mais o patamar de ganho que tinha. Foi calculado (pensão) tudo em cima do que ele tinha antes. Houve penhora de bens. Você sabe que não pode se desfazer de um bem em processo de penhora. Os cálculos foram feitos em cima do patamar máximo de salário”, afirma o amigo Jadson.O advogado de Edilson no caso da pensão, Heleno Andrade, é quem intermediou o acordo e pretende fazer uma revisão do valor. “Ele tem patrimônio, mas não tem mais o salário do passado. O valor da pensão é alto e os bens dele estão bloqueados”, explicou o advogado, sem revelar o valor. O CORREIO apurou com familiares que a pensão chega a R$ 8,8 mil mensais.

O amigo Jadson chegou a criticar a forma como a mãe do filho de Edilson se posicionou no caso. “Ela agiu de má fé. Fez um acordo com ele porque seria feita uma revisão da pensão, mas antes disso ela representou”, afirma. Depois, Jadson recuou. “Me expressei mal. Ela não agiu de má fé. Tinha direito no caso”.

Mas Jadson garante que Edilson não quer dar entrevistas. “Com certeza, irmão, ele não vai querer falar. Ele quer esfriar a cabeça, entendeu? Porque quando o cara cai numa situação dessa, você sabe, né? Ele quer esquecer o mundo”.