'Ele amava o mar', diz pai de estudante da Ufba que morreu afogado no Rio Vermelho

Mineiro, Samuel Lacerda de Castro, 37 anos, estudava Oceanografia

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  • Nilson Marinho

Publicado em 20 de setembro de 2018 às 11:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Acervo Pessoal

Samuel, segundo a família, era apaixonado pelo mar (Foto: Reprodução/Nilson Marinho/CORREIO) O corpo do estudante de Oceanografia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Heber Samuel Lacerda, 37 anos, será velado em Salvador durante uma hora em uma cerimônia fechada para familiares e amigos antes de seguir para o sepultamento em Belo Horizonte (MG), sua cidade natal. 

O estudante morreu afogado ao entrar no mar da Praia da Paciência, no Rio Vermelho, por volta das 12h desta quarta-feira (19), ao lado da comunidade Alto da Sereia, onde ele morava em uma pousada na companhia de outros universitários.

O velório ocorre entre 14h30 e 15h30, na Funerária Caminho da Saudade, nos Mares, para que os amigos possam prestar homenagens ao jovem que se dizia apaixonado pela cidade que escolheu morar e dar início à sua formação acadêmica. O sepultamento do estudante mineiro será nesta sexta-feira (21), no Cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte.

De acordo com familiares, o estudante decidiu se mudar para Salvador depois de largar o curso de Geografia que fazia na capital mineira e ser aprovado no vestibular da Ufba. No mesmo ano, ele também foi selecionado para cursar Oceonografia em uma universidade da cidade de Fortaleza.

"Ele amava Salvador, aqui ele foi acolhido. Da última vez que esteve em casa, em Belo Horizonte, Samuel disse que quem quisesse o ver teria que vir à Bahia. Um menino muito sossegado e na dele", lembrou o pai, o autônomo Wilton Duarte, 61, que, na manhã desta quinta-feira (20), estava no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR).

O estudante, ainda segundo o pai, amava o mar, e largou tudo em sua cidade natal para morar à beira da Praia da Paciência onde costumava fazer exercícios físicos e meditação. "Mineiro é apaixonado por praia e pão de queijo, assim era meu filho", acrescentou o autônomo. 

A última vez que pai e filho se falaram foi por meio de mensagens nas redes sociais há pouco mais de uma semana. Os dois já não se viam há um ano desde que Samuel visitou a família em agosto de 2017. "Tinha certeza que não voltaria a morar em Belo Horizonte", conta a irmã, a bióloga Ariane Chagas, 34. O estudante era o mais velho de dois irmãos. 

A família chegou em Salvador na noite desta quarta-feira e se hospedou na pousada onde Samuel morava. O pai disse que não teve a oportunidade de conversar com o amigo que estava com o filho no momento do afogamento. "Meu filho sabia nadar, não era um exímio nadador, mas era o suficiente para não morrer afogado", lamentou o pai.

O amigo tentou resgatá-lo e também se afogou. Ambos receberam os primeiros socorros do 13º Grupamento de Bombeiros Militares/Gmar e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas Samuel acabou não resistindo. A família retorna para Minas Gerais na noite desta quinta.

*com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier