Eleição da Rio-2016 tem suspeita de corrupção

Publicação do jornal francês "Le Monde" aponta investigação da Justiça francesa na eleição da sede das Olimpíadas 2016

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  • Da Redação

Publicado em 3 de março de 2017 às 09:26

- Atualizado há um ano

Nesta sexta-feira (3), o jornal francês "Le Monde" publicou reportagem sobre uma investigação francesa que suspeita corrupção na eleição da sede das Olimpíadas 2016, que elegeu o Rio de Janeiro para abrigar as competições olímpicas no dia 2 de outubro de 2009.

De acordo com a denúncia, o filho de um integrante do Comitê Olímpico Internacional (COI) teria recebido o pagamento de US$ 1,5 milhão (dólares), que equivale a R$ 4,7 milhões, de um empresário brasileiro, três dias antes da eleição. 

A Justiça da França iniciou a investigação sobre o caso em dezembro de 2015, e indica que a holding utilizada para o repasse da quantia, a Matlock Capital Group, com base nas Ilhas Virgens, paraíso fiscal no Caribe, tem ligação com o empresário brasileiro Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, o "Rei Arthur", que é investigado na Operação Calicute, um desdobramento da Lava Jato.

A transferência foi endereçada a Papa Diack, filho de Lamine Diack, presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) na época. A suspeita é de que a transação tenha ligação direta com os jogos Rio-2016.

Ainda de acordo com a investigação francesa, no dia da eleição, Papa Diack também teria feito o repasse de US$ 299 mil, que equivale a R$ 943 mil, para a companhia Yemli Limited. Recentemente, os dois foram exclusos do esporte por acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e esquema de doping de atletas da Rússia, e o pai, Lamine, está preso na França. 

A eleição da sede dos Jogos Olímpicos, feita em 2 de outubro de 2009, era disputada pelas cidades de Chicago, Madri, Tóquio e Rio de Janeiro. A apuração apontou a vitória do Rio com o placar de 66 votos contra 32 para Madri, que vencia na primeira rodada.

O assessor de comunicação da Rio-2016, Mário Andrada, disse ao "Le Monde" que a eleição foi limpa. Já a resposta do suspeito Papa Diack, ao ser questionado por receber propina, foi um "boa sorte ao artigo".