Eleições 2018: candidatos declaram R$ 3 milhões com WhatsApp

Levantamento considera somente os casos em que o próprio candidato especificou o nome "WhatsApp"

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  • Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2018 às 09:24

- Atualizado há um ano

. Crédito: José Cruz/Agência Brasil

Candidatos nas eleições deste ano declararam oficialmente gastos de ao menos R$ 3 milhões para impulsionar, em grande escala, conteúdo de suas campanhas por meio do WhatsApp. Foram contratados serviços de disparo de até 1 milhão de mensagens de uma só vez de uma série de empresas e até a compra de listas de telefones - o que é ilegal.

O valor está subnotificado. Para fazer o levantamento, a reportagem considerou somente os casos em que o próprio candidato especificou o nome "WhatsApp". Mas é comum que as campanhas paguem por esse mesmo tipo de trabalho e o descrevam como "impulsionamento." Neste caso, o total de despesas foi de R$ 67 milhões até o momento - a maior parte foi para o Facebook, o que não é ilegal. Os dados também ainda estão sendo atualizados.A legislação eleitoral (Lei das Eleições) impede que empresas cedam cadastros eletrônicos em favor de candidatos. O WhatsApp já excluiu centenas de milhares de contas no período eleitoral deste ano no Brasil por este tipo de prática.O candidato que mais gastou com o serviço de maneira declarada foi Geraldo Alckmin (PSDB), que afirmou ao TSE ter gasto R$ 991 mil com a contratação da PagEletro para o disparo de mensagens via WhatsApp. O proprietário da empresa, Pedro Freitas, diz que só foi responsável pelo disparo de conteúdo a partir de um banco de dados da campanha. Alckmin foi procurado, mas não comentou.

Por R$ 50 mil, o candidato ao Senado Dinis Pinheiro (Solidariedade-MG) contratou o envio de 1 milhão de mensagens - número mais alto dentre os candidatos. A reportagem não conseguiu contatá-lo.

Alexandre Nascimento Ferreira, proprietário da Proximesenger Tecno, afirma que trabalhou em cerca de 35 campanhas este ano. Ferreira diz que já foi abordado até para o compartilhamento de fake news, mas negou o serviço.