Eleitor que falou que 'negraiada vai morrer' em vídeo é demitido

Ele é estudante de Direito e também foi suspenso da faculdade

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  • Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2018 às 16:37

- Atualizado há um ano

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Um estudante de Direito foi demitido do escritório de advocacia em que trabalhava em São Paulo depois de publicar nas redes sociais um vídeo afirmando que estava indo votar “ao som de Zezé, armado com faca, pistola, o diabo, louco para ver um vadio, vagabundo com camiseta vermelha e já matar logo”. No fim do vídeo, ele filma duas pessoas negras em uma moto.  “Tá vendo essa negraiada? Vai morrer! Vai morrer! É capitão, caralho”.

O vídeo de cerca de 20 segundos circulou em grupos de WhatsApp um dia após a eleição de Jair Bolsonaro (PSL). Nas redes sociais, o universitário, eleitor do capitão da reserva, se apresenta como Pedro Bellintani Baleotti, de 25 anos, que vota em Londrina (Paraná).

Os chefes do jovem, no escritório DDSA, receberam o vídeo e optaram pela demissão de Pedro. Ele não quis falar com a imprensa. "O escritório repudia veementemente qualquer manifestação que viole direitos e garantias estabelecidos pela Constituição Federal", diz nota divulgada.

A Universidade Presbiteriana Mackenzie, também em São Pulo, onde o rapaz estuda, divulgou nota repudiando o vídeo e afirmando que o aluno foi suspenso. "Tais opiniões e atitudes são veementemente repudiadas por nossa Instituição que, de imediato, instaurou processo disciplinar, aplicando preventivamente a suspensão do discente das atividades acadêmicas", diz o texto.

Alunos protestaram contra o estudante. Um colega que não quis se identificar disse ao G1 que está temendo pelo que pode acontecer. “A gente está correndo risco de vida. A gente não pode ir para a faculdade com medo de morrer. A gente pede que ele seja expulso, porque mesmo suspenso ele poderia entrar na faculdade. Não dá para conviver com uma pessoa que fez isso. E ele não pode ser um advogado”.

Leia a nota completa do escritório de advocacia:

O DDSA tomou conhecimento, na tarde de hoje, de vídeo que circula nas redes sociais com declarações efetuadas por acadêmico de Direito que fazia estágio no escritório e imediatamente o desligou de seus quadros.

O escritório repudia veementemente qualquer manifestação que viole direitos e garantias estabelecidos pela Constituição Federal.

Leia a nota completa da Universidade: 

“A Universidade Presbiteriana Mackenzie tomou conhecimento de vídeos produzidos por um discente, fora do ambiente da Universidade, e divulgados nas redes sociais, onde ele faz discurso incitando a violência, com ameaças, e manifestação racista.

Tais opiniões e atitudes são veementemente repudiadas por nossa Instituição que, de imediato, instaurou processo disciplinar, aplicando preventivamente a suspensão do discente das atividades acadêmicas. Iniciou, paralelamente, sindicância para apuração e aplicação das sanções cabíveis, conforme dispõe o Código de Decoro Acadêmico da Universidade."