Elevador do Taboão é reativado após mais de 60 anos em Salvador

Prefeito Bruno Reis participou da cerimônia de entrega do equipamento histórico que voltará a fazer a ligação entre o Pelourinho e o Comércio

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  • Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2021 às 19:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Bruno Concha/Secom
. por Igor Santos/Secom

A Prefeitura de Salvador entregou nesta quinta-feira (30) um dos equipamentos públicos históricos da capital, após mais de 60 anos fechado: o Elevador do Taboão. Responsável por fazer a ligação entre o Pelourinho e o Comércio, o elevador passou por obras de revitalização promovidas pela Prefeitura e, agora, se junta a outras opções de transporte disponíveis a soteropolitanos e turistas que se deslocam entre as cidades Baixa e Alta, como o Elevador Lacerda, planos inclinados Liberdade/Calçada, Gonçalves e Pilar.  Modernizado, equipamento ganhou áreas com mesa e sanitários (foto: Bruno Concha/Secom) Na cerimônia de inauguração, o prefeito de Salvador, Bruno Reis destacou a transformação do Centro Histórico atualmente, com a realização de mais de 40 iniciativas. Dentre elas a recuperação do Elevador do Taboão, que já estava em ruínas.  “Tivemos a coragem de assumir esse projeto e tirar essa obra do papel. Foi necessário adequar o projeto para um maquinário próprio, mas preservamos o elevador, a história está aí preservada. E hoje nós estamos inaugurando um equipamento climatizado, panorâmico, que vai ligar as cidades Baixa à Alta e que vai ajudar a estimular a economia nessa região. É um sonho antigo dos comerciantes e mais um meio de locomoção para a população, além de mais um ponto de visitação para os turistas que vêm à nossa cidade”, afirmou. A cerimônia contou com as bênçãos do padre Renato Minho, da Paróquia de Nossa Senhora do Pilar. A intervenção contou com investimento de R$5,4 milhões, com recursos próprios. A expectativa da prefeitura é que, com a reativação, o ascensor se torne novo cartão postal da cidade, contribuindo não apenas para a mobilidade dos pedestres como, também, para impulsionar o turismo e economia local. Além do prefeito, a vice, Ana Paula Matos, a presidente da Fundação Mário Leal Ferreira, Tânia Scofield; o secretário de Mobilidade (Semob), Fabrizzio Muller; o titular da Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Luiz Carlos de Souza; e o superintendente do Iphan, Bruno Tavares, entre outras autoridades estiveram presentes. Prefeito Bruno Reis destacou série de iniciativas da Prefeitura no Centro Histórico (foto: Bruno Concha/Secom) O projeto de recuperação do Elevador do Taboão foi cedido para a Prefeitura pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional na Bahia (Iphan-BA). Recentemente, o Executivo municipal concluiu outros dois projetos cedidos pela entidade federal, com recursos próprios: as obras de requalificação dos Arcos da Ladeira da Conceição e da Muralha do Frontispício de Salvador. Repaginado A intervenção contemplou a restauração integral da estrutura e das duas estações de acesso nos níveis inferior e superior, além da modernização das instalações, se adequando às normas técnicas vigentes, inclusive de acessibilidade universal. O local ainda ganhou áreas com mesas e sanitários. Já as duas cabines, com capacidade para 13 pessoas cada, foram climatizadas e tiveram aspecto completamente moderno com materiais e coloração que não desvirtuam da estética da estrutura original, integrando-se perfeitamente ao resgate do uso original do equipamento. Funcionamento  O equipamento já começa a operar nesta sexta (1º). A operação será de segunda a sexta-feira e terá o funcionamento gratuito por período indeterminado. A capacidade do elevador é de até 13 pessoas por viagem, mas devido à pandemia, serão transportadas, no máximo, oito pessoas por viagem. [[galeria]]História  Inaugurado em 19 de janeiro de 1896 pela companhia Linha Circular de Carris da Bahia, o Elevador do Taboão, assim como o Lacerda, foi símbolo da modernização e marco da arquitetura em ferro na Bahia no final do século XIX. O equipamento foi inserido em um projeto de melhorias urbanas em Salvador durante o segundo mandato de Antônio Gonçalves Martins (entre 1868 a 1871), o Barão de São Lourenço. De acordo com registros divulgados pelo Iphan, os dois ascensores não significaram apenas uma simples importação tecnológica – o maquinário foi construído na Inglaterra, na oficina de W.G. Armstrong de New Castle, a mesma que forneceu para o Elevador Lacerda -, mas uma adaptação de concepções de transportes verticais prediais europeus às condições geográficas baianas, assim como uma inovação no modelo urbano encravado na rocha.

O Elevador Taboão chegou a ser conhecido na cidade como “A Balança” e teve grande importância, ligando locais de moradia e de trabalho, oferecendo maior rapidez e facilitando a circulação da população. Funcionava diariamente, das 6h às 11h, custando 100 réis a passagem. As operações duraram 65 anos até que a desativação ocorresse, em 1959, num processo que deu início à degradação do ascensor.