Em época de estreias, veja quais séries novas valem a pena

Por Carol Neves

  • D
  • Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2017 às 16:25

- Atualizado há um ano

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A época de fall season (temporada de outono) é a que traz as estreias de séries novas nos EUA. Muitas vão durar pouco e acabar recebendo a guilhotina do cancelamento, mas algumas das séries novas podem nos acompanhar por anos. Na temporada passada, o grande destaque da fall season foi "This is Us", que esse ano faturou até um Emmy. 

Este ano, a safra parece mais fraca e a série de maior sucesso até aqui é "Young Sheldon", primeiro spinoff de "The Big Bang Theory". Exibida justamente depois da "série mãe", "Young Sheldon" conseguiu a proeza de reter 98% do público da original, com audiência de 17,2 milhões espectadores, maior estreia de comédia da CBS desde 2011. A série também já estreou no Brasil, com exibição pelo Warner Channel. Série sobre a infância de Sheldon Cooper, de The Big Bang Theory, é grande destaque até aqui (Foto: Divulgação) Veja abaixo uma avaliação dos principais pilotos (primeiros episódios) da fall season, incluindo as novidades da Netflix - e quais vale a pena acompanhar ou não. 

BOAS

* Law & Order: The Menendez Brothers (Foto: Divulgação) Mais uma série da franquia “Law and Order”, dessa vez surfando na onda de programas sobre crimes reais. O elenco em geral é muito bom (destaques para Edie Falco) e o fato de ser uma história menos conhecida do que o julgamento de OJ Simpson, por exemplo, também funciona como um ponto a favor. Dá uma derrapada aqui e ali, mas é uma boa dica para quem curte o gênero true crime.

* The Deuce (Foto: Divulgação) Do mesmo criador de The Wire, a série trata do surgimento da indústria do pornô nos anos 1970 em Nova York e traz a já conhecida qualidade da HBO. Já está em exibição na HBO Brasil - todos os domingos, às 22h, um novo episódio vai ao ar. Quem é assinante também pode conferir no HBO Go.

* Me, Myself and I (Foto: Divulgação) A série acompanha o mesmo personagem em três etapas da vida: infância, vida adulta e terceira idade - essa última estando à frente do nosso tempo. É surpreendentemente suave  e gostosa de acompanhar, tratando com leveza dos temas e misturando bem as três timelines.

* Big Mouth  (Foto: Divulgação) A animação trata de maneira inventiva do período da puberdade. Divertida, consegue abordar com honestidade temas que são bastante batidos e cria personagens impagáveis como os dois Monstros dos Hormônios. Uma delícia de assistir. Todos os episódios da primeira temporada estão disponíveis na Netflix.

* The Mayor (Foto: Divulgação) A série mostra um rapper iniciante que resolve se candidatar a prefeito para promover sua carreira e acaba sendo eleito de fato. Tem uma pegada amigável, sincera e é inteligente, além de algumas críticas sociais (embora não chegue a ser tão política quanto a irmã de canal 'black-ish'). Lea Michele (Glee) vive uma concorrente do rapper que acaba virando sua chefe de gabinete. 

MÉDIAS

* Young Sheldon (Foto: Divulgação) Melhor do que parece no papel e deve agradar quem já gosta de The Big Bang Theory. Colocar Jim Parsons para narrar foi um toque interessante - e tirar as risadas de estúdio, uma bênção. Mesmo assim, para quem não é fã de Sheldon, não tem muito o que ver aqui.  No Brasil, a exibição fica por conta do Warner Channel. 

* American Vandal  (Foto: Divulgação) Seriado que brinca com a onda de documentários, podcasts e séries de investigação sobre crimes reais. No estilo ‘mockumentary’, a trama gira em torno da suspensão de um aluno acusado de pichar vários pintos nos carros dos professores. A piada às vezes cansa, mas no decorrer da série acaba-se chegando a algo real em relação à juventude, escola, obsessão por redes sociais e quetais. A primeira temporada toda está disponível na Netflix.

* The Gifted  (Foto: Divulgação) Você já conhece essa história: jovens mutantes descobrindo seus poderes, o governo os perseguindo e prendendo, uma equipe se formando... A série se passa no mesmo universo ficcional dos filmes de X-Men e teve inclusive o piloto dirigido por Bryan Singer, mas traz mutantes mais obscuros para o centro da trama. É melhor que "Inumanos" (veja abaixo), mas pior que a "Legion", da FX (espécie de irmão maior de idade da Fox). O piloto apresenta dois grupos de personagem que acabam se unindo. Um deles traz um grupo de jovens mutantes - vários heróis de terceiro escalão de X-Men, com Polaris sendo a mais famosa. Do outro lado, temos dois irmãos adolescentes que descobrem ser mutantes - o pai deles, vivido por Stephen Moyer (True Blood) trabalha justamente prendendo pessoas com habilidades especiais. A série é correta - é exatamente o tipo de seriado que você deve estar imaginando lendo esse resumo. 

* Seal Team (Foto: Divulgação) David Boreanaz (Buffy, Angel) vive um soldado de elite que passa por um momento traumático na vida - perdeu o parceiro em ação, está separado da esposa etc. Quando a série começa, ele está passando por terapia obrigatória para poder voltar a campo. A série se foca mais nas pessoas da equipe do que propriamente na ação nesse piloto, o que é uma escolha acertada. Existe certa química entre a equipe e a série tem espaço para crescer. Mas esse tipo de série em TV aberta sempre ficará devendo em nuances comparado a, por exemplo, Homeland (apesar de todos os escorregões desta). 

* Kevin (Probably) Saves The World (Foto: Divulgação) Jason Ritter (Parenthood) é Kevin, que começa a série pouco depois de tentar se matar após perder o emprego e a namorada. Quando ele está visitando a irmã e a sobrinha, um meteoro cai do lado de fora do rancho onde elas vivem. Kevin toca no objeto que caiu e acaba vivendo uma experiência mística. No dia seguinte, uma mulher aparece na casa afirmando ser uma mensageira de Deus e que Kevin é o último de um grupo que vai ajudar a salvar o mundo com gestos de bondade. O piloto é meio confuso e não sabe bem o que quer. Tem algumas cenas divertidas, mas ainda não tem um tom muito claro de cara. Apesar disso, tem um certo potencial, se conseguir pular as armadilhas do sentimentalismo. A ver.

* Ghosted (Foto: Divulgação) E se 'X-Files' fosse uma comédia? Se essa premissa lhe interessa, você é o público para essa série. Adam Scott (Parks and Recreation) vive um ex-professor universitário caído em desgraça por acreditar em outros mundos. Craig Robinson (The Office) é um antigo policial que agora trabalha como segurança e vive com o trauma da morte do colega. Eles acabam sendo convocados para uma investigação que envolve o sumiço de um agente e, justamente, a existência de universos paralelos.  O primeiro episódio se apoia fortemente nos atores, é bastante expositório e é um pouco abaixo das expectativas, mas com um tom peculiar interessante. Pilotos de comédia são coisas complicadas e as pessoas envolvidas são talentosas, então é possível que a série encontre sua voz ainda.

RUINS

* The Good Doctor  (Foto: Divulgação) A história acompanha um cirurgião brilhante, que é autista. Protagonizada por Freddie Highmore (Bates Motel), a série é de David Shore, criador de House, e quer pegar pelo lado sentimental, mas consegue apenas amontoar clichê em cima de clichê. Já na primeira cena já dá vontade de desistir do que estar por vir. O episódio tem excesso de diálogo expositivo - um mal que acomete muitos pilotos. Pode ser que mais pra frente vire apenas mais um seriado com um médico fora do comum, com os defeitos controlados, mas nem isso parece muito digno de conferir.

* Wisdom of the Crowd  (Foto: Divulgação) Jeremy Pivens (Entourage) vive um pai cuja filha foi assassinada e resolve abrir um crowdsourcing para uma investigação coletiva em busca do culpado pelo crime. Milionário da área tech, ele abre um site que permite que pessoas enviem e analisem pistas (quase um Reddit, ein?). Obviamente é uma ideia nociva e terrível, tratada aqui com muita seriedade. Pelo menos nesse piloto, a série não dá nenhuma ideia de que vai refletir sobre a ética do que acontece em nenhum nível (como por exemplo Persons of Interest ou Minority Report). O detetive que tenta representar a razão é visto como alguém defasado. Se desconsiderar esse absurdo de premissa, é basicamente uma equipe particular seguindo dicas de anônimos para tentar decifrar o mistério.

* The Brave  (Foto: Divulgação) Um primeiro bastante genérico de uma série de ação. A série se propõe a mostrar duas dinâmicas na luta contra o terror: a primeira é a parte da inteligência, que identifica alvos, ameaças e situações, e a outra é a do time que vai para as ruas para realmente lidar com essas questões. No primeiro episódio, a equipe tem que resgatar uma médica americana capturada em um país do Oriente Médio. Nada muito memorável acontece e deve interessar só para quem é particularmente fã do gênero.

* Ten Days in the Valley (Foto: Divulgação) A premissa já é um pouco batida – uma criança é sequestrada da casa da mãe, uma roteirista de sucesso. Para piorar, a série abre com um episódio com sérios problemas de ritmo, além de clichês (a assistente está tendo um caso! Adivinha com quem?). Pode ser que melhore nos episódios vindouros (a temporada deve ter 10), mas não parece muito promissor.

* The Orville (Fot: Divulgação) The Orville quer ser uma espécie de Star Trek com mais humor. Seth MacFarlane é o capitão de uma nave espacial que tem que conviver com a ex-mulher que o traiu. A premissa não é muito boa, os diálogos também não, e as cenas de humor desse primeiro episódio chegam ao constrangedor. É surreal pensar que a mesma mente por trás dessa série criou a excelente Family Guy.

* Marvel's Inhumans  (Foto Divulgação) A vontade de surfar na onda de heróis está maior do que nunca e aqui a ABC tenta explorar heróis menos conhecidos do universo Marvel. O resultado é bastante fraco. A série abre com um episódio duplo que tem certa dificuldade em criar empatia e um visual cafona. Os superpoderosos Inumanos vivem em uma cidade fora da Terra, mas uma rebelião do irmão mais novo do rei leva boa parte da cúpula a vir procurar abrigo por aqui. Convenientemente, já na abertura, dois heróis perdem seus poderes que poderiam exigir mais do orçamento.. No Brasil, será exibida pelo Canal Sony a partir do dia 14 de novembro.