Em passagem por Salvador, Malala visita o Pelourinho

Paquistanesa Nobel da Paz visita a capital baiana nesta terça-feira (10)

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  • Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2018 às 10:54

- Atualizado há um ano

. Crédito: Thais Borges/CORREIO
. por Thais Borges/CORREIO

Antes mesmo de chegar a Salvador, na noite de segunda-feira (9), a ativista paquistanesa Malala Yousafzai já tinha um desejo: queria visitar a Escola do Olodum. Por isso, essa foi uma das primeiras paradas da visita de Malala à cidade. 

“Ela pesquisou na internet, nas redes sociais e descobriu o nosso trabalho. Foi um pedido dela vir conhecer. Para a gente, foi uma alegria, uma honra”, adiantou a coordenadora da Escola do Olodum, Cristina Calasso.

Antes de chegar ao local, ela percorreu as ruas do Pelourinho, com um guia, e entrou na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco. Lá, ela expressou que achou incrível a grandiosidade do templo. Ela também passou pela varanda onde o cantor Michael Jackson gravou o clipe 'They Don't Care About Us', na década de 1990.  Nas ruas, ela foi reconhecida por algumas pessoas, que a chamaram pelo nome. Malala retribuiu com acenos.

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Por questões de segurança, apenas duas das alunas da escola vão encontrar Malala: são as jovens Brenda e Valdirene, que fazem parte da escola desde crianças. A imprensa não poderá acompanhar a conversa.

São PauloMalala esteve em São Paulo nesta segunda-feira (9), e defendeu a educação a longo prazo como melhor investimento, em especial para o desenvolvimento feminino. “O empoderamento das meninas vem da educação, tem a ver com emancipação”, disse. Ela participou de evento promovido pelo Itaú Unibanco, no Auditório Ibirapuera. 

Malala é a pessoa mais jovem a receber um Prêmio Nobel da Paz, aos 17 anos. Com 15 anos, ela foi baleada pelo Talibã por se manifestar contra a proibição da educação para mulheres. A paquistanesa lembra que, quando era uma aluna em seu país, outras colegas de sua classe também defendiam a educação feminina. “A diferença é que os meus pais nunca me impediram de falar o que eu pensava”, disse.

A ativista lembrou uma situação em que uma colega da escola chegou atrasada para aula. A garota tinha de esperar os pais saírem de casa e, assim, sair para estudar escondida. “O papel dos pais e das mães é fundamental no empoderamento feminino”, disse. “É importante que as mulheres se expressem, as mulheres têm que quebrar essas barreiras”, completou.

Viagem ao Brasil A ativista disse que um dos seus objetivos no Brasil é “achar meios para que as 1,5 milhão de meninas [fora da escola] tenham acesso à educação”. Outra razão que levou Malala a viajar para o Brasil foi a força dos ativistas locais descobertos por ela. A ativista quer promover a educação entre as comunidades menos favorecidas do Brasil, especialmente as afro-brasileiras.

“Trabalhando junto com os defensores da educação e podendo dar a todas as pessoas, que vem das camadas menos privilegiadas, a esperança de que todos em volta se sintam seguras em receber educação de alta qualidade”, disse. Malala afirmou ainda que vai anunciar, em breve, um projeto do Fundo Malala para que a educação seja abordada pelas campanhas eleitorais.