Em queda, comércio aposta em vendas à vista

Os dados mais recentes do varejo brasileiro, divulgados pelo IBGE, indicam situação ainda difícil para o comércio em 2017

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  • Priscila Natividade

Publicado em 27 de junho de 2017 às 07:55

- Atualizado há um ano

Os dados mais recentes do varejo brasileiro, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam situação ainda difícil para o comércio em 2017. As vendas subiram 1,50% em abril ante março e recuaram 0,4% em relação a abril de 2016. No acumulado deste ano, há queda de 1,8% e, nos 12 meses até abril, baixa de 6,3%. Cenário que preocupa o setor, sobretudo com relação ao investimento em estoque e às contratações temporárias para as vendas de final de ano, como afirma o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Salvador (CDL), Alberto Nunes. “Passamos os meses de janeiro a abril com a mesma recessão de 2016. Mesmo com essa sinalização de melhora após a liberação do saque das contas inativas do Fundo de Garantia, a gente ainda não consegue prever o que vai acontecer no segundo semestre”.  A aposta do comércio está na disposição do consumidor em buscar descontos, embora esteja com orçamento apertado (Foto: EBC)Para o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços do Estado da Bahia (Fecomércio-BA), Carlos Andrade, enquanto a crise política não for resolvida fica difícil voltar a crescer. “Tínhamos uma expectativa de que a situação iria melhorar e aí houve essa recaída na política, o que coloca toda a economia em uma situação muito díficil”.

Leia mais: Pagamento à vista deve garantir descontos de até 7% no valor finalA aposta do comércio está na disposição do consumidor em buscar descontos, embora esteja com orçamento apertado. Segundo levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), sete em cada dez (74%) consumidores pedem descontos ao realizar compras. Além disso, 76% deles se sentem mais estimulados a pedir descontos nos pagamentos à vista. "Sabemos que a compra no dinheiro requer renda, porém o consumidor está  cada vez mais consciente em relação ao que ele compra. Com isso, a compra à vista vai estimular ele a juntar mais dinheiro, barganhar um preço mais barato e isso vai ajudar muito", destaca o superintendente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Everton Correia.