Em Salvador, Ciro repete críticas ao PT: 'Lula tá preso, babaca'

"Fomos humilhantemente derrotados por essa estratégia e insistir nela afunda o Brasil", afirmou, diante de gritos de 'Lula livre'

Publicado em 7 de fevereiro de 2019 às 13:09

- Atualizado há um ano

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Candidato derrotado à Presidência da República e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT) foi vaiado em Salvador durante evento da 11ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizado na Universidade Federal da Bahia (Ufba) nesta quinta-feira (7). Depois de fazer críticas ao PT, ele viu o público presente no campus de Ondina protestar e respondeu repetindo uma frase dita pelo irmão, o senador Cid Gomes (PDT). "Eu não sou corrupto. Eu tô solto! É o Lula que está preso, babaca! O Lula tá preso. Provocou, vai ouvir", disparou Ciro.Na sua fala, ele afirmou que esteve ao lado de Lula em todas as eleições em que este concorreu, mas criticou a postura da esquerda que, segundo ele, ajuda a "afundar o Brasil". 

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O público gritava "Lula livre" e "Lula guerreiro do povo brasileiro" enquanto Ciro tentava falar. "Eu compreendo... Olha aqui, eu ajudei o Lula em todas as eleições dele, fui ministro da Integração dele... Ele aceitou os recursos e agora, meu irmão, minha irmã, desculpa, não fui eu quem condenei Lula. Não tá na minha mão libertar o Lula. Eu avisei que se a direita ganhasse as eleições, o Lula ia ficar preso por muito mais tempo. Eu avisei na campanha", afirmou.E continuou: "Todo mundo pode vomitar a paixão que quiser, mas enquanto a gente ficar assim, acreditando em minorias ínfimas, esmagadoramente derrotados que fomos... Nós fomos humilhamentemente derrotados por essa estratégia e insistir nela afunda o Brasil". Críticas antes da eleição Em outubro do ano passado, o senador eleito e ex-governador do Ceará Cid Gomes (PDT) disse em eevento do PT em Fortaleza, que o partido do presidenciável Fernando Haddad precisava fazer mea culpa e assumir que fez "muita besteira" - ou perderia a eleição de forma "merecida". Ele ainda disse que Jair Bolsonaro (PSL) é uma "criação" de quem acha que é dono da verdade. Na ocasião, a coordenação da campanha petista no Estado classificou a atitude de Cid como "desrespeitosa".

"Tem que fazer mea culpa, tem que pedir desculpa, ter humildade e reconhecer que fizeram muita besteira", disse Cid, ao lado do governador eleito no Estado, Camilo Santana (PT). Vaiado por militantes petistas, Cid apontou para um deles, que fazia sinal de negativo com as mãos, e o confrontou. O vídeo ganhou repercussão nas redes sociais.

"É assim? Pois tu vai perder a eleição. Não admitir mea culpa é pra perder a eleição e é bem feito", disse Cid. "Quem, junto com ele (militante), acha que fez tudo certo, muito bem, pois vão perder feio. Porque fizeram besteira, aparelharam as repartições públicas, porque acharam que eram dono de um País e o Brasil não aceita ter dono."

Ao ouvir gritos de "Olê olê olá, Lula, Lula!", em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cid chamou a militância de "babaca"."Quem criou o Bolsonaro foram essas figuras que acham que são donos da verdade, que acham que os fins justificam os meios. Que Lula o quê? O Lula está preso, babaca! E vai fazer o quê? Babaca! Isso é o PT e o PT desse jeito merece perder."O deputado federal José Guimarães (PT), coordenador da campanha de Fernando Haddad no Ceará, reagiu na ocasião. "Lamento profundamente a forma desrespeitosa como fomos tratados pelo senador (eleito) Cid Gomes ao criticar o PT em um momento inadequado e que só contribuiu para gerar desconfiança e incertezas da nossa vitória", escreveu em uma rede social. "A eleição está em aberto. Vamos para o confronto e apelamos para que todos os democratas se somem ao esforço de derrotar essa direita representada pela candidatura de Bolsonaro", disse.

O PT tentava se aproximar do PDT e acenou para Ciro Gomes no intuito de trazê-lo para dentro da campanha petista no segundo turno das eleições 2018. Porém, ao contrário do que esperava a campanha de Fernando Haddad (PT), Ciro viajou para a Europa e não teve qualquer papel no segundo turno, não subindo no palanque de Haddad, que eventualmente perdeu a eleição para Bolsonaro.