Em Salvador, ministro da Defesa fala de investigação sobre mancha de óleo

Fernando Azevedo e Silva diz que a União toma medidas efetivas desde a aparição dos resíduos

Publicado em 22 de outubro de 2019 às 22:55

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr/CORREIO

Após as visitas dos ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, foi a vez do chefe da pasta da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, comparecer ao Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), no Comando do 2º Distrito Naval, em Salvador. Estava presente na reunião o vice-governador João Leão, que representou o governador Rui Costa.

O Almirante Puntel, coordenador operacional no Plano Nacional de Contingência, esteve no encontro com o ministro e afirmou que todas as praias do Nordeste estão sendo limpas imediatamente. Segundo ele, apenas a região de Morro de São Paulo registrou a chegada de óleo nesta terça.

Tanto o Almirante quanto o ministro comentaram as investigações sobre a origem do vazamento de óleo. Ambos informaram que a Marinha já solicitou informações sobre possíveis derramamentos de óleo por 30 navios de 11 países. De acordo com o protocolo da Organização Marítima Internacional, as embarcações e os países responsáveis por estes barcos devem divulgar a ocorrências de acidentes.

Apesar da cobrança de ações mais efetivas do Governo Federal, inclusive na reunião, o ministro afirmou que a União toma medidas efetivas de combate ao óleo desde a aparição das primeiras manchas, no início de setembro. “O efetivo foi colocado a disposição de imediato, o governo foi muito ágil em colocar em execução o decreto que já existe que é o Plano Nacional de Contingência”, disse. 

Mesmo ressaltando as ações do governo federal, o ministro não informou uma data ao ser questionado sobre quando o Plano Nacional de Contingência foi ativado. Ele se restringiu a responder que “a primeira coisa que o ministro do Meio Ambiente fez foi designar por documento o Grupo de Acompanhamento e Avaliação aqui no Nordeste. Isso é previsto no decreto”, afirmou.

Segundo Azevedo e Lima, a operação, liderada pela Marinha, funciona em três frentes de trabalho: a contenção, a investigação e o controle de danos nas praias atingidas. “Uma fase é Marinha verificar o que aconteceu, que é a fase das investigações. A outra é a contenção, tentar conter o avanço. Essa é uma fase é muito difícil. A outra etapa é o controle de danos em nossas praias”, pontuou.

O ministro ainda apontou para uma preocupação com a economia do Nordeste devido aos impactos no setor turístico com as manchas de óleo. Azevedo e Lima completou que esta não é a hora de apontar quem deveria trabalhar mais, mas de somar esforços federais, estaduais e municipais para conter o avanço do resíduo.

O vice-governador da Bahia, João Leão, concorda com o ministro da Defesa sobre a união dos esforços para combater o problema do desastre ambiental. “Acredito que o mais importante é descobrir de onde está vindo o óleo. Desta maneira poderemos buscar medidas que evitem a chegada de novas manchas em regiões mais sensíveis”, destacou João Leão. Segundo ele, a Neoenergia vai doar mil kits para auxiliar os voluntários na limpeza das praias atingidas na Bahia.

Antes de vir a Salvador, o ministro foi ao Recife, capital de Pernambuco. No estado, ele realizou um sobrevoo pelas áreas atingidas pelo petróleo cru.

Encontro com o prefeito Antes de comparecer à reunião no GAA, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, se encontrou com o prefeito ACM Neto, no Palácio Thomé de Souza. Os gestores debateram as ações de limpeza das manchas de petróleo nas praias.

Durante a conversa, as autoridades reafirmaram o compromisso de atuar em conjunto para a continuidade da operação. Neto ainda contou a Azevedo a autorização de ampliar em 200 agentes o contingente de pessoas que atuam na operação de limpeza. O número saltou de 400 para 600 trabalhadores. 

Além disso, o gestor municipal informou o ministro sobre o número maior de maquinários para a limpeza fina das praias e o sucesso do uso de um jato de água e areia para a retirada dos resíduos. Azevedo ainda foi informado que não vai haver limite municipal de orçamento e recursos para garantir a limpeza do resíduo.

“A disposição é de colaborar com o esforço do Ministério da Defesa e reconhecer o trabalho e a importância do ministro estar aqui hoje e mobilizar toda a sua equipe, com envolvimento das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica). Essa disposição da pasta de dar todo o suporte e apoio no litoral baiano, especialmente de Salvador, para enfrentar essa crise, é muito importante”, pontuou ACM Neto.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro