Em sua sétima Olimpíada, baiana Formiga busca a medalha de ouro

Estreia do Brasil em Tóquio será nesta quarta, às 5h, contra a China

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  • Miro Palma

Publicado em 20 de julho de 2021 às 10:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Sam Robles/ CBF

Uma baiana pronta para fazer história. Quando entrar em campo nesta quarta-feira (21), às 5h, para encarar a China, na estreia do futebol feminino nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Formiga baterá um recorde que mais parecia um sonho inalcançável. Será a sétima Olimpíada da carreira da camisa 8 do Brasil, deixando para trás nomes como Torben Grael (vela) e Hugo Hoyama (tênis de mesa), com seis participações cada. Assim como ela, Robert Scheidt (vela) e Rodrigo Pessoa (hipismo) também chegarão a essa marca no evento japonês. 

Aos 43 anos, a soteropolitana vai em busca de uma medalha de ouro inédita. Apesar de ter disputado seis edições, o título ainda não veio. Bateu na trave duas vezes, em Atenas-2004 e Pequim-2008. O vasto currículo, no entanto, tem o tricampeonato dos jogos Pan-Americanos (2003, 2007 e 2015), além de um terceiro lugar (1999) e um vice-campeonato (2007) em Copas do Mundo. Por sinal, nessa competição, ela é recordista entre homens e mulheres, também com sete edições. 

A estreia das mulheres no futebol dentro do programa olímpico foi em 1996. Formiga, com 18 anos, atuava pela equipe que tinha como craques Sissi, Kátia Cilene e Pretinha, entre outras. Ela era a caçula do time comandado por José Duarte, mas já atuava de titular como volante. Na semifinal, o Brasil sofreu a virada da China nos últimos minutos e ainda perdeu a disputa do terceiro lugar, saindo sem medalha.

A obsessão pelo ouro olímpico é evidente, afinal, desta vez ela já declarou que será sua última participação nos Jogos. Por isso, o pensamento de enfim ocupar o lugar mais alto do pódio está presente em cada discurso. Na preparação para Tóquio, a meio-campista avisou. “As meninas estão se cuidando e realmente querem, temos agora que fazer por onde. São grandes as chances de trazer essa medalha. Sinto que desta vez o ouro vem para o Brasil”, deu o recado. “Não que antes não tinha essa certeza, pois todas as competições vivemos essa expectativa, mas essa está sendo diferente de tudo. O gostinho do ouro está na mão”, completou a jogadora. Um dos motivos para o otimismo de Formiga está no banco de reservas: a técnica Pia Sundhage. A sueca esteve presente nas últimas três finais olímpicas do futebol feminino. Foi prata com a Suécia (Rio-2016) e ouro com os Estados Unidos (Londres-2012 e Pequim-2008). Com tanta experiência no currículo, a adaptação ao estilo de jogo brasileiro foi rápida. 

“Com certeza a vinda da Pia, quebrando tabus por ser uma pessoa de fora, só ajudou. (...) Quem convive com ela sabe o que estamos evoluindo e temos condições de evoluir ainda mais”, finalizou Formiga, que também conta com outra conterrânea no elenco. A zagueira Rafaelle, 30 anos, é baiana de Cipó.  Formiga está em sua sétima Olimpíada (Foto: Sam Robles/ CBF) Apesar da confiança em alta, não dá para afirmar que o Brasil é favorito ao ouro, condição que mais uma vez recais sobre as norte-americanas, atuais bicampeãs mundiais. Holanda, Suécia e Grã-Bretanha são outras fortes candidatas, e a seleção brasileira está no bolo. 

Para o desafio em Tóquio, o elenco nacional tem atletas conhecidas e outras mais jovens, a exemplo da atacante Giovana, que joga no Barcelona, de apenas 18 anos. Nomes como Andressinha, Ludmila, Bia Zaneratto e Debinha fazem parte de uma safra com um pouco mais de rodagem. Já Marta, 35 anos e eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo, conta com a parceria de jogadoras tarimbadas: Bárbara, Erika e Tamires puxam a fila. 

Calendário Por causa do fuso horário de 12 horas em relação a Brasília, a partida diante das chinesas, na cidade japonesa de Miyagi, começa bem cedo por aqui, às 5h, com transmissão da TV Globo. Para os fãs, vale dormir mais cedo e colocar o despertador para não perder o primeiro desafio da equipe canarinho rumo ao ouro. 

Na primeira fase, o Brasil também tem encontro marcado com a Holanda, no próximo sábado (8h), e Zâmbia, dia 27 (8h30). A disputa ainda tem Austrália, Estados Unidos, Suécia e Nova Zelândia no Grupo G e Canadá, Chile, Japão e Grã-Bretanha no Grupo E. As duas melhores seleções de cada chave e as duas melhores terceiras colocadas se classificam para as quartas de final, de onde o torneio segue em formato de mata-mata até a decisão.