Em Tóquio, Ana Marcela briga pela medalha que falta na coleção

Será a única prova disputada pela baiana nessa edição dos Jogos

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  • Giuliana Mancini

Publicado em 3 de agosto de 2021 às 17:38

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Sátiro Sodré/CBDA

Supercampeã da maratona aquática e uma das principais referências do esporte, Ana Marcela Cunha entrará nas águas abertas de Tóquio em busca do seu principal desafio na carreira: conquistar uma medalha olímpica. A prova será disputada a partir das 18h30 desta terça (3), pelo horário brasileiro, no Odaiba Marine Park, e a baiana, em sua terceira participação nos Jogos, é apontada como favorita a um lugar no pódio.

A aposta de Ana Marcela no top-3 é fácil de entender. A nadadora vem de uma sequência impressionante, fazendo um ciclo olímpico fortíssimo. No início do ano, ganhou o ouro nos 10km (a distância olímpica) na etapa de Doha, no Catar, do Circuito Mundial de Maratonas Aquáticas. Em 2019, foi responsável por primeira medalha de ouro da história da natação brasileira na maratona aquática dos Jogos Pan-Americanos.

O ano de 2019, aliás, foi muito bom para Ana Marcela. Além de subir ao topo do pódio do Pan de Lima, no Peru, a baiana faturou cinco etapas das provas de 10km do circuito mundial, além de conquistas dos títulos do campeonato do mundo de 5km e de 25km, eventos que não estão no programa olímpico. Em 2020, porém, veio a paralisação das competições, por causa da pandemia do coronavírus.

Ao todo, Ana Marcela tem incríveis 33 medalhas de ouro, 16 de prata e 17 de bronze em campeonatos da Federação Internacional de Natação (Fina). A baiana subiu ao pódio 11 vezes em Mundiais, nas provas de 5km, 10km e 25km, faturando cinco títulos.

Não à toa, a baiana já foi eleita a melhor atleta do planeta da maratona aquática seis vezes, e venceu o Prêmio Brasil Olímpico, considerado o "Oscar" do esporte brasileiro, em duas ocasiões, em 2016 e 2018.

Terceira vez Apesar de ter esse currículo tão estrelado, Ana Marcela não esconde o objetivo de conquistar a medalha olímpica. Sua primeira tentativa aconteceu há quase 13 anos, em Pequim-2008. Na época, ela tinha apenas 16 anos, sendo a atleta mais jovem da prova. E conseguiu um surpreendente 5º lugar, a apenas 9 segundos da campeã, Larissa Ilchenko, e a 5 segundos de um lugar no pódio. Na época, a baiana admitiu um erro de estratégia, mas projetava Londres-2012. 

Só que essa meta foi frustrada, e ela não conseguiu vaga nos Jogos da Inglaterra. No Mundial de Xangai de 2011, Ana Marcela terminou a prova de 10km em 11º lugar, apenas uma posição atrás das dez nadadoras classificadas. Alguns dias depois, porém, lavou a alma, quando conquistou o ouro nos 25km, se tornando a primeira atleta do Brasil a ser campeã do torneio.

A segunda chance olímpica veio em 2016, no Rio de Janeiro. Era considerada favorita, mas acabou ficando em uma frustrante 10ª colocação. Depois, explicou que teve problema com a nutrição durante a prova, o que se tornou fundamental para o desempenho abaixo do esperado. Agora, aos 29 anos, chega bem preparada e pronta para realizar o sonho.