Embaixador da Finlândia no Brasil visita Salvador e fala sobre futuras parcerias

Encontro aconteceu na Rede Bahia; país europeu mostra potencialidades em exposição da Fieb

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  • Fernanda Varela

Publicado em 20 de setembro de 2019 às 21:58

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marina Silva/CORREIO

Em visita à Rede Bahia, o embaixador da Finlândia no Brasil, Jouko Leinonen, disse que poderá projetar novas parcerias com instituições baianas. Nomeado embaixador no ano passado, ele foi recebido, nesta sexta-feira (20), pelo presidente do conselho da Rede Bahia, Antonio Carlos Júnior, e pelo diretor de jornalismo da TV Bahia, Eurico Meira.

Também participaram do encontro o cônsul honorário da Finlândia, Wilson Andrade, e o coordenador de assuntos comerciais e econômicos da Embaixada, Jere Pitkänen. 

Na reunião, Jouko Leinonen falou sobre o desenvolvimento na área de tecnologia da informação e comunicação e usou como exemplo a multinacional finlandesa Nokia. Citou ainda a importância do design industrial em áreas como a construção naval, transporte público, segurança trabalhista, assistência médica, além de atividades voltadas para o lazer, esportes e o mundo dos eletrônicos.

"A Bahia é muito conhecida na Finlândia, principalmente por suas belezas naturais. Já estive aqui há 15 anos e, agora, vim conhecer a parte econômica. Aqui, além de ser um destino econômico, cultural e histórico, tem muitas indústrias, é um estado muito dinâmico. Agora, conhecendo melhor, podemos recomendar para nossas empresas mais parcerias com as instituições baianas, principalmente nos setores de inovações e tecnologia", disse ele, que na semana passada, conheceu Porto Seguro e Eunápolis, no sul baiano. Jouko Leinonen visiou a Rede Bahia nesta sexta (Foto: Marina Silva/CORREIO) Essa foi a primeira visita de Leinonen à capital baiana como embaixador. No entanto, ele já esteve na cidade durante um dos carnavais de Salvador, quando ainda era Chefe Adjunto de Missão na Embaixada da Finlândia em Brasília, em 2004.

O cônsul Wilson Andrade, que também é diretor e conselheiro da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), e diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), falou sobre a importância da aproximação do Brasil com outros países. 

"Somos muito parceiros da instituição. Foi um encontro muito positivo, porque o Brasil precisa acelerar seu processo de internacionalização. Precisamos de parceiros internacionais que tenham a contribuir, principalmente nos setores de tecnologia, design e investimentos, e a visita do embaixador nos abre possibilidades nesta área", contou Wilson Andrade. Wilson Andrade fala sobre a importância da internacionalização da Bahia (Foto: Marina Silva/CORREIO) Ele comentou ainda sobre o Projeto Avança, lançado pela Rede Bahia em maio, cujo objetivo é mostrar as potencialidades da Bahia e contribuir para o estímulo ao desenvolvimento de negócios e o empreendedorismo. O programa é composto por três fases: A Bahia que dá certo; A Bahia que surpreende; e A Bahia do futuro.

"Falamos muito sobre esse programa também, que é muito positivo. Nós, do setor do agronegócio, temos muito interesse que mais projetos como esses avancem e possamos vê-los crescendo", disse Andrade.

Sobre o encontro, Antonio Carlos Júnior adiantou que Bahia e Finlândia ficarão cada vez mais próximas. "O governo finlandês vai promover eventos para buscar parcerias entre instituições finlandesas e médias e pequenas empresas baianas, principalmente com cooperação tecnológica. A vantagem competitiva da Finlândia é a tecnologia, a inovação. Essa é a grande contribuição que podemos receber deles".

A expectativa é que essa parceria aconteça através do Senai Cimatec da Bahia e o centro de pesquisa similar finlandês, o VTT.

O governo finlandês tem como principal objetivo desenvolver o sistema de educação. No ano passado, Brasil e Finlândia registraram 241,9 milhões de dólares em comércio bilateral, além de 449,4 milhões de dólares em importações.

O país europeu tem 5,5 milhões de habitantes. Os principais produtos brasileiros exportados para o país são café não torrado, não descafeinado, em grão; minérios de cobre e seus concentrados; ferro-níquel; e açúcares de cana.

No fluxo contrário, os produtos europeus mais procurados pelo comércio brasileiro são preparações químicas contraceptivas, de hormônios/espermicidas; máquinas de sondagem e perfuração, autopropulsadas; medicamentos contendo cicloporina; além de papéis e cartões dos tipos utilizados para escrita, impressão e outras finalidades gráficas.

Exposição Desde quinta-feira (19), a Fieb inaugurou uma exposição que mostra todo o processo tecnológico na área industrial em oito setores diferentes. As áreas contempladas são náutica, comunicação, computação, pesca, navegação, mineração, saúde, além de papel e celulose.

A exposição, que está na sede da Fieb, na Rua Edístio Pondé, 342, no bairro do Stiep, terá duração de três semanas e tem acesso gratuito. A mostra exibe como esses processos já estão bastante avançados na Finlândia.

"Dentro da área de saúde, por exemplo, a exposição mostra como o Brasil ainda paga caro no mercado das próteses, e como esse segmento já é mais desenvolvido com os finlandeses", explicou Wilson Andrade. Ele acrescenta ainda que a ideia é trazer o conhecimento da importância do processo da produção para a Bahia.

"Tem muitas coisas interessantes na Finlândia. Queremos mostrar que o produto depende de três pilares. Primeiro, ele precisa ter força, resistência, conservação. Quando você compra algo, seja um celular ou um trator, você espera que dure muito tempo. Em segundo, que ele tenha um preço bom e o sistema de manutenção tenha um preço importável. Em terceiro, vem o design. Não adianta ter tudo isso e o produto ser feio, pesado demais, grande demais. Vamos mostrar a importância da combinação desses três fatores", finalizou.