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Publicado em 20 de março de 2019 às 15:00
- Atualizado há um ano
“Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando um pão, ao se encontrarem, eles trocam os pães; cada um vai embora com um. Porém, se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando uma ideia, ao se encontrarem, trocam as ideias; cada um vai embora com duas” (Provérbio Chinês)
Quem sabe, é esse mesmo o sentido do nosso fazer: repartir ideias, para todos terem pão” (Mário Sérgio Cortella)
A cena descrita, seguida de provocação reflexiva, reúne e traduz na prática os conceitos de empatia, diálogo e colaboração tão necessários para a vida em sociedade. Olhando assim, como mero espectador, remete a algo simples e fácil. No entanto, basta uma aproximação maior, pelo contato, para compreender que é mais profundo e complexo.
Há tempos se fala da importância de se desenvolver comunidades sustentáveis. Pode-se dizer até que já há alguns avanços nesse sentido aqui ou ali, mas pode-se afirmar que, em geral, ainda estamos distantes do ideal proposto e aceitável, tamanha desigualdade econômica e social com seus ciclos viciosos persistentes.
O que não podemos perder de vista é que a sustentabilidade em si está diretamente ligada ao humano, ou seja, às pessoas, com todas as suas capacidades e potencialidades, como recurso, como possibilidade e, sobretudo, como oportunidade.
Diante disso, fica evidente que é preciso criar espaços de participação e diálogo. Para tanto, é importante revisitar convicções, rever os modelos reproduzidos, repensar a abordagem e o formato, para o alcance de resultados mais efetivos.
Exercitar a empatia, o diálogo e a cooperação para a resolução de questões e conflitos, fazendo-se respeitar e fomentando o respeito ao outro, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza, pressupõe desafios que requerem a utilização das três dimensões da comunicação - ferramentas, atitude e processo.
O Instituto Lina Galvani identificou na Terapia Comunitária Integrativa (TCI) - ferramenta criada pelo doutor Adalberto Barreto, para construção de redes sociais com base no compartilhamento de experiências e saberes, um potencial instrumento a ser utilizado, no formato original e também adaptado, em sua metodologia de desenvolvimento comunitário.
A TCI faz um convite à mudança de olhar e de enfoque, sem pretensão de desqualificar as contribuições de outras abordagens, mas de ampliar seu ângulo de ação, com a seguinte ótica: ir além do unitário para atingir o comunitário; sair da dependência para a autonomia e corresponsabilidade; ver além da carência para ressaltar a competência; sair da verticalidade das relações para a horizontalidade; da descrença na capacidade do outro para acreditar no potencial de cada um; ir além do privado para o público (partilha pública, coletiva, comunitária); e romper com o isolamento entre o “saber científico” e o “saber popular”.
Para ampliar a discussão e contribuir com o desenvolvimento do tema, será realizado o XI Fórum Internacional RedEAmérica, dia 21 de março de 2019, em Salvador (BA), com a pauta “A contribuição da Diversidade para a promoção de comunidades sustentáveis”. Para saber mais, acesse aqui.
Patricia Limeres é jornalista do Instituto Lina Galvani
Opiniões e conceitos publicados nos artigos são de responsabilidade dos autores