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Coletivos de quatro garagens não saíram por quatro horas na manhã desta terça
Amanda Palma
Publicado em 16 de maio de 2017 às 12:19
- Atualizado há um ano
As empresas de ônibus vão ter que pagar uma multa devido à paralisação dos ônibus na manhã desta terça-feira (16). Segundo a Secretaria de Mobilidade (Semob), será cobrada R$ 720 por cada veículo que deixou de circular. Ao todo, o valor será de R$ 505.440, já que 702 coletivos não rodaram, de acordo com a secretaria.
Por causa da paralisação, 150 mil passageiros deixaram de ser transportados. Coletivos de três garagens do sistema Integra e uma do sistema complementar não saíram nesta manhã e ficaram parados por quatro horas e meia.Após a paralisação, ônibus foram disputados pelos passageiros(Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)Uma reunião entre a categoria e as empresas acontece na manhã desta terça-feira no Ministério do Trabalho. O vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, Fábio Primo, afirmou que considerou a mobilização desta terça positiva, com a adesão de três garagens do sistema Integra e uma do sistema complementar.
“Essa mobilização é positiva e reabre as negociações com os empresários. Temos certeza de que eles vão trazer uma proposta que contemple a categoria. A gente não quer uma grave, queremos e o reajuste salarial anual, que é nossa data-base”, afirmou.
Ainda de acordo com Primo, não há nenhuma outra manifestação marcada, mas o sindicato não descarta que aconteçam outras mobilizações já que eles estão em campanha salarial.
QuedaSegundo o diretor de relações sindicais do Setps (sindicato das empresas), Jorge Castro, as empresas de ônibus estão com dificuldade para atender às reivindicações da categoria por causa de dificuldades financeiras e da queda de arrecadação. A instituição registrou uma queda de 30% no número de passageiros. Ou seja, em pouco mais de um ano, o número de passageiros saiu de 30 milhões para 21 milhões.
Ainda de acordo com Castro, a queda no número de passageiros se deve a alguns fatores, entre eles o metrô. Para a assistente de setor pessoal Janete dos Santos, 54 anos, o metrô é mais viável em algumas situações. "Quando eu quero ir para o Centro de Salvador, por exemplo, eu pego só o metrô. Seria ótimo se eu pudesse substituir de vez, mas existem os lugares em que ele ainda não alcança", disse.
Janete, que mora em Cajazeiras, disse que costuma ir para a Estação Pirajá, onde faz a integração com o metrô para chegar à Lapa. "É maravilhoso, você evita esse trânsito insuportável, vai mais confortável e paga o mesmo valor", pontua.
A aposentada Lúcia Cerqueira, 62, disse que já não anda mais de ônibus. "Eu não saio muito, mas quando saio, é aqui para o Centro. Venho tranquila no metrô, espero que chegue logo na cidade toda porque é uma agonia danada quando esse ônibus param. Já que o valor é o mesmo, então ninguém tem do que reclamar", disse ela, que mora na Fazenda Grande do Retiro, próximo á estação de metrô.
Em nota, a CCR Metrô informou que transportou 18,3 milhões de passageiros de maio de 2016 a abril de 2017, dos quais 2,3 milhões usaram o serviço gratuitamente 7,17 milhões usaram o serviço integrado com os ônibus, pagando apenas uma tarifa.
"O Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas, em integração com ônibus urbanos e metropolitanos, é espinha dorsal da mobilidade urbana, a exemplo de sistemas de transporte público de outras metrópoles no Brasil e no mundo, recebendo passageiros e alimentando o sistema por meio de seus terminais integrados. O modal contribui de maneira significativa para um modelo moderno, inteligente e eficiente de mobilidade urbana para a região metropolitana de Salvador por ser um transporte de alta capacidade, confortável, previsível, seguro e sustentável, com baixa emissão de poluentes", diz a nota.