Enfim, saiu! Saiba tudo o que aconteceu no primeiro show dos Tribalistas

Após o lançamento do primeiro disco, em outubro de 2002, o trio realizou o primeiro show da sua carreira na Arena Fonte Nova

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  • Rafaela Fleur

Publicado em 29 de julho de 2018 às 09:07

- Atualizado há um ano

. Crédito: Mauro Akin Nassor

Foi sucesso no Brasil inteiro, não há como negar. Em 2002, Já Sei Namorar e Velha Infância ficaram na cabeça até mesmo dos indiferentes, por pura osmose. Não havia rádio que não tocasse Tribalistas. Os fãs que ansiavam por uma apresentação ao vivo, no entanto, precisavam se contentar apenas em ouvir o disco. Show, desses com data marcada e bilheteria, nunca houve. Pelo menos até este sábado (28), quando, aproximadamente, às 21h30, Carlinhos Brown, Marisa Monte e Arnaldo Antunes subiram ao palco da Arena Fonte Nova. Após 15 anos de existência, o trio, de fato, estreou.

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Apoiada pela Globo FM, que comemora 30 anos de história em 2018, essa foi a primeira apresentação oficial dos Tribalistas. Apesar do sucesso mundial, com direito a Grammy Latino e 3,5 milhões de discos vendidos, eles não eram de aparecer. Afora algumas poucas ocasiões, como, por exemplo, o encontro surpresa no show de Marisa, em 2016, que também aconteceu em Salvador, o grupo sempre optou pela discrição. Ontem, porém, foi dia de brilhar. Era noite de lua cheia e o satélite cintilava no céu. Apesar disso, a ele não foi dada quase nenhuma atenção. Era mero coadjuvante diante do protagonismo dos três artistas.

Tríade, trinômio, trindade, trímero, triângulo, trio. A frase, dita por Arnaldo Antunes no começo da canção Tribalistas, deu início ao show. Essa foi a primeira música a ser tocada, seguida de Carnavalia - ambas integram o primeiro disco do grupo. O começo foi um prenúncio: apesar do álbum lançado em 2017, a celebração era, sobretudo, para os hits ancestrais que triunfaram em 2002. 

“A gente tá muito feliz que a tribo veio toda, é festa na floresta!”, agradeceu Marisa, que brilhava, literalmente, da cabeça aos pés com seus muitos adereços. “É uma alegria estrear esse show aqui na Bahia”, completou Arnaldo. Brown, claro, puxou o clássico “Ajayô” e foi respondido prontamente pelo público, que saudou Oxalá junto com ele. 

A tribo Com capa de chuva antes mesmo de cair um pingo sequer, Thaiala Oliveira deixava claro que não estava disponível para contratempos. Hoje com 30 anos, a fisioterapeuta queria que esse momento, que ela espera desde os 15, fosse perfeito. “Eu quando era adolescente já era fã dos Tribalistas. Na época, meu pai me deu um CD e a resenha era com a música Já Sei Namorar, eu tava bem naquela idade, aprendendo as coisas”, contou. 

Ao seu lado, Roberto Andrade, 33, deu risada e logo se intrometeu: “Ela me conheceu nessa época! Mas se fez de difícil, não me deu moral nenhuma”, revelou o engenheiro de produção. Thaiala confirmou, dizendo que o grupo abençoou a história de amor e o reencontro veio três anos depois, em 2006, culminando em casamento. “Aí não deu mais pra fugir” admitiu. O casal Thaiala Oliveira e Roberto Andrade compareceram ao show dos Tribalistas (Foto: Rafaela Fleur/CORREIO) Deixa molhar Se a poucos minutos do show não havia chuva, lá pelas 22h15, porém, a capa de Thaiala se tornou artigo de luxo no meio da multidão. Em bom baianês, o cacau despencou. Mas, creia você, até isso pareceu estar alinhado com os astros. 

No minuto exato em que o trio começou a cantar Água Também É Mar, a chuva caiu. A letra, para quem desconhece a composição de 2000, diz assim: “já que não é urgente, aguente e sente, aguarde o temporal. Chuva também é água do mar lavada”. A comoção foi geral e bastava uma olhadinha discreta pro lado para notar os olhos marejados.

Outro momento marcante foi Passe Em Casa, que contou com a participação da cantora Margareth Menezes. Os aplausos irromperam, bem como em Infinito Particular e Amor, I Love You, famosas na voz de Marisa, entretanto, compostas juntamente com Arnaldo e Carlinhos. 

Nostálgica, a paulista Shirley Holanda, 44, queria mesmo era ouvir Velha Infância. Imagine aí: ela toda turista no centro de Fortaleza, barzinho lotado, a canção tocando no vinil. Esse momento, para a terapeuta, aparece no topo das lembranças marcantes que envolvem o trio. Porém ela, que está de passagem por Salvador e esbarrou no show por um acaso, confessou que pretendia ter uma recordação ainda mais memorável naquela noite.

“Quero ouvir essa música ao vivo, ao lado da minha namorada, pra comemorar nossos três meses de namoro”, revelou ela, toda cheia de amores para a administradora Rita Vitória, 56. Perto do fim do espetáculo, o pedido foi atendido - e teve até chuva de rosas. Na hora de Velha Infância, uma das canções mais aclamadas, o trio jogou pétalas para o público.  Shirley Holanda, Paulo Coelho e Rita Vitória, respectivamente (Foto: Rafaela Fleur/CORREIO) Faltando quase 30 minutos para a meia-noite, estava chegando ao fim a primeira apresentação da turnê do grupo. Eles se curvaram diante da platéia, mas não disseram nada antes de ir embora. Porém, se vale a reflexão, encerraram com a mesma música que começaram. Rio de Janeiro, próxima cidade a receber o show, nos dias 3 e 4 de agosto, que se prepare. Chegou o tribalismo, mão no teto e chão no pé.