Enterrado corpo de eletricista executado com mais dois em Itinga

Pouco mais de 100 pessoas compareceram ao sepultamento de Israel, realizado no cemitério Quinta dos Lázaros

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  • Bruno Wendel

Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às 15:25

- Atualizado há um ano

Foto: Bruno Wendel/CORREIOO corpo do eletricista Israel Borges Passos Marques, morto junto com outros dois rapazes em Itinga na última terça-feira (14) foi enterrado na manhã desta quinta (16), no cemitério Quinta dos Lázaros, em Salvador. Pouco mais de 100 pessoas compareceram ao sepultamento de Israel, que também era sonorizador das batalhas de MCs no Largo do Caranguejo.

Na terça, Israel estava em seu carro, um Gol, com outros dois jovens – Rodrigo Santiago dos Santos, 19 anos, e Afonso de Jesus Soares, quando foram abordados por suspeitos na Rua Antônio Gonçalves, na localidade de Parque São Paulo, por volta das 21h30.

O enterro aconteceu por volta das 11h. Dois ônibus foram usados para levar os amigos e parentes da vítima ao cemitério. “Só tenho a dizer coisas boas. O conhecia há muitos anos. Ele tinha muito tempo de evangélico”, declarou a dona de casa Sandra Oliveira, 42, amiga da vítima. 

“Ele era referência na montagem do som dos eventos da igreja. Sempre era consultado quando tinha alguma programação. Na quinta à noite, ele estava com a gente arrumando o som para um evento que aconteceria nesse sábado”, disse a psicóloga Aline Oliveira, 27, também amiga da vítima.

Abalada, a família procura respostas para o que aconteceu com Israel. “ Passa tanta coisa nas nossas cabeças. Queremos saber o que de fato aconteceu. Não acredito que meu irmão querido, sempre prestativo, está dentro de um caixão”, declarou a irmã de Israel, a artesã Milene Conceição Marques.

Ela foi uma das pessoas ouvidas na 27ª Delegacia (Itinga). “A delegada disse que vai fundo nesse caso, porque todo mundo que ela interroga fala bem do meu irmão, da paixão dele pelo hip hop”, disse Milene

CaronaUm amigo de Israel, que preferiu não se identificar, acredita que o eletricista, pelo fato de ser popular e prestativo, pode ter dado carona a pessoas procuradas pela polícia. “ Com certeza ele deu carona a essas pessoas. Não sabia dizer não. Ele não os conhecia e não era acostumado ir ao Parque São Paulo, uma região tida como perigosa, ainda mais naquele horário”, disse o amigo da vítima.

“Um policial da 27ª DP que conhecia meu irmão, me disse que ele estava no lugar errado e com as pessoas erradas. Tudo inda que essa presteza dele foi o que o levou à morte”, declarou Milene.

ManifestaçãoAmanhã, parentes e amigos de Israel farão uma caminha pedindo justiça. A concentração será às 15h, no Largo do Caranguejo, e seguirá até à 27ª Delegacia, onde acenderam algumas velas em memória ao eletricista.