Entre o samba e o pagode, Péricles se apresenta novamente em Salvador

Cantor gravou seu último álbum na capital e agora é uma das atrações do Festival Pagodin

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  • Vinicius Harfush

Publicado em 22 de novembro de 2019 às 18:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Dono de uma das maiores vozes do samba no país, o cantor e compositor Péricles está de volta em Salvador para participar do festival Pagodin. A festa, que acontece neste sábado (23) no Wet´n Wild, reúne outros grandes nomes da música, e faz uma mistura entre o samba e o pagode. Léo Santana, Harmonia do Samba, Parangolé e Tiee levam o ritmo original da Bahia para os palcos, enquanto o samba é representado por Thiaguinho e o grupo Sorriso Maroto, além do próprio Péricles. 

O cantor, aliás, retorna para a capital depois de um grande momento vivido no início do ano, quando gravou aqui, na Arena Fonte Nova, seu último álbum, batizado de Mensageiro do Amor, e que conta com 13 canções, sendo nove delas inéditas. Na época, a festa também reuniu artistas de diferentes gêneros, como Xanddy e Tiee, com quem mantém uma relação de amizade também fora dos palcos, Jorge Vercilo e a cantora Jeniffer Nascimento. Além de Xanddy, Tony Salles e Léo Santana também são atrações do Pagodin (Foto: Divulgação)  “Salvador é uma capital de todos os ritmos, principalmente do axé e do pagode da bahia, que sempre foi muito bem aceito. Por isso eu procurei chamar, por exemplo, o Xanddy, e acredito que a gente acertado com essa parceria”, disse o cantor ao lembrar do dueto com o pagodeiro na faixa Faz, que remete ao ritmo soteropolitano nas letras. 

E essa parceria era um desejo antigo de Péricles. Além de ter uma “dívida com Salvador”, como caracterizou, a gravação na Fonte Nova também representou um momento de agradecimento ao vocalista do Harmonia. Depois de todas as participações do sambista nas edições de ensaio de verão e gravação de DVD, era o momento de fazer o caminho inverso e presentear Salvador e Xanddy com a participação: “Seria injusto com ele se não trouxesse ele para esse trabalho. Me sentia na obrigação de retribuir esse grande prazer que ele me proporcionou”. 

No Pagodin, o repertório já incorpora as canções apresentadas no DVD, como Mensageiro do Amor, homônima ao álbum, Depois da Briga, Foi Inevitável e Casal Maluco, que tem a participação de Jeniffer. Sobre essa música, Péricles destaca como, mesmo falando de amor - tema que guia todo o trabalho - é possível incorporar um samba mais descontraído, que “dá para tocar nos fins de semana”, comentou o cantor. Thiaguinho, Dilsinho e Mumuzinho são parte dessa "nova geração" do samba (Foto: Divulgação)  “O que queríamos realmente passar é essa mensagem para o público, fazer com que o amor chegue nos seus corações. Particularmente sinto falta das pessoas falando de amor, e passar isso neste trabalho me deixa muito feliz”, disse, e reforçou a importância de falar sobre a temática através da música: “É uma maneira de abordar o assunto de uma maneira mais leve, mas que não deixa de ser falado, e que se replica em casa, com os amigos”, completou.

Como acontecerá no festival este sábado (23), Péricles já teve a oportunidade de dividir palcos com artistas de diversas gerações do samba. Mas, ao contrário de muitos artistas que se prendem ao saudosismo das raízes do gênero, o cantor acredita no potencial de renovação e adaptação da turma que forma essa “nova geração”. Mart´nália e Fabiana Cozza são vozes destacads por péricles (Foto: Divulgação) Nomes como o próprio Thiaguinho e a banda Sorriso Maroto, que estarão no palco do Pagodin, se juntam a uma turma que “representa muito bem e veio para ficar”: como Dilsinho, Ferrugem, Mumuzinho e Vitinho. E mesmo quem já se aventura há um certo tempo na estrada ganha os elogios do sambista: “Vejo com muita felicidade esse cenário que também tem cantoras maravilhosas, como a Mart´nália, sempre mostrando uma novidade, e a Fabiana Cozza”. 

E a junção do samba com outros ritmos segue o mesmo caminho. Afinal, para Péricles, o importante dar o destaque a música em sua essência, como algo abrangente. A música tem essa função de unir, fazer com que tudo seja trazido para o mesmo lugar. Quando juntamos outros segmentos, trazendo pessoas para cantar o samba ou levando pessoas daqui para outros gêneros, quem ganha é a música”, finalizou o cantor.