Escolas baianas suspendem aulas após áudios de WhatsApp com ameaças de morte

Pelo menos três instituições de Alagoinhas suspenderam as atividades nesta quarta

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  • Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2019 às 11:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Pelo menos três escolas e uma faculdade particular suspenderam as aulas nesta quarta-feira (3) na cidade de Alagoinhas, no Nordeste da Bahia. As aulas foram canceladas depois que, na tarde de terça-feira (2), começaram a circular áudios de WhatsApp atribuídos à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), afirmando que iriam promover ataques nas escolas da cidade semelhantes ao que aconteceu no mês passado em Suzano, no interior de São Paulo, quando dez pessoas morreram.

Houve também registro de suspensão de aulas em escolas de Barreiras, no Oeste baiano, e Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo. 

O secretário municipal da Educação de Alagoinhas, Tácio Lobo, explicou ao CORREIO que, quando teve conhecimento dos áudios com as ameaças, acionou as forças de segurança da cidade que reforçaram o policiamento no entorno das escolas.

"No final do dia de ontem, tiveram esses áudios com esse terrorismo virtual ameaçando atentados em escolas públicas e particulares da cidade. Depois dessa informação, acionamos os órgãos de segurança que recomendaram a manutenção das aulas hoje. A polícia e a Guarda Municipal reforçaram a presença nas escolas, mas algumas unidades da rede particular suspenderam as atividades", afirmou o secretário.  Foto: Reprodução O CORREIO confirmou que houve suspensão das aulas, em Alagoinhas, no Colégio São Francisco, Colégio e Faculdade Santíssimo e Escola Estadual Luiz Navarro de Brito. Inicialmente, Tácio Lobo também citou a escola Star entre as que tiveram as aulas suspensas, no entanto, a instituição negou a informação.

Em nota, a Polícia Militar informou que "está monitorando e atenta a esses conteúdos que têm o objetivo de amedrontar e causar pânico. Todas as unidades estão orientadas a agir preventivamente, garantindo a segurança da população de toda a Bahia".

A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) argumentou, em nota, que as polícias Civil e Militar trabalham em conjunto para apurar a autoria de mensagens com supostos ataques a instituições de ensino.

"O patrulhamento foi reforçado nas regiões apontadas nos áudios e as investigações também já foram iniciadas. Autores e responsáveis pela disseminação das mensagens, sejam elas verdadeiras ou fake news, responderão judicialmente pelos crimes", explicou a pasta.

"Na última quinta-feira (28 de março), a Polícia Civil localizou, em Ilhéus, um estudante de 23 anos que havia enviado mensagens, via Facebook, também sobre um possível crime, na universidade da região. Durante depoimento, ele disse que fez por brincadeira. O jovem foi autuado pelo crime de ameaça", afirmou a SSP-BA na nota. 

A pasta destacou ainda que informações sobre possíveis autores das mensagens podem ser enviadas através dos telefones 3235-0000 (Salvador e RMS) e interior (181).

A Secretaria Estadual da Educação informou ao CORREIO, em nota, que está vigilante e reforçou sua atenção às denúncias e fake news que estão circulando na Bahia, repetindo um movimento que acontece em todo o país, a partir do atentado em Suzano.  

"Estas ocorrências estão sendo investigadas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). Criar e/ou disseminar fake news é crime e todos os responsabilizados serão devidamente punidos. As escolas continuarão funcionando normalmente e há um trabalho permanente sendo realizado nas escolas da capital e do interior do Estado no sentido de prevenir qualquer tipo de ocorrência", destacou a SEC.