Escolas da Série A abrem desfiles do Rio; chuva inunda Sambódromo

Sambódromo do Rio foi liberado pouco antes do desfile do Grupo A

Publicado em 1 de março de 2019 às 21:53

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Os desfiles das 13 escolas de samba da Série A, o antigo Grupo de Acesso, foi adiado para às 23h desta sexta-feira (1º) na Passarela do Samba, popularmente conhecida como Sambódromo. Devem passar pela Marquês de Sapucaí nesta noite a Unidos da Ponte, a Alegria da Zona Sul, a Acadêmicos da Rocinha, a Acadêmicos de Santa Cruz, a Unidos de Padre Miguel, a Inocentes de Belford Roxo e a Acadêmicos do Sossego. No sábado (2) à noite, desfilam a Unidos de Bangu, a Renascer de Jacarepaguá, a Estácio de Sá, a Porto da Pedra, a Império da Tijuca e a Cubango.

Por conta da forte que chuva que cai no Rio, o desfile foi adiado. Imagens mostram o Sambódromo alagado.

Primeira a desfilar, a Unidos da Ponte leva à avenida o enredo Oferendas, que trata das comidas dos orixás na umbanda e no candomblé. A azul e branco de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, vai reviver na avenida o enredo que apresentou em 1984.

A Alegria da Zona Sul, a vermelho e branco criada na comunidade do Cantagalo-Pavão-Pavãozinho, desenvolve o enredo Saravá, Umbanda!, em que, por meio das palavras de um Preto Velho, vai pregar a caridade, o amor e a fé.

A terceira agremiação na passarela será a Acadêmicos da Rocinha, escola de São Conrado, que vai criticar o racismo com o enredo Bananas para o Preconceito e dar destaque a líderes negros.

Em seguida, entra a Acadêmicos de Santa Cruz. O enredo Ruth de Souza – Senhora Liberdade, Abre as Asas sobre Nós, em homenagem à atriz de 97 anos, foi desenvolvido pelo carnavalesco Cahê Rodrigues, que, no ano passado, deixou a Imperatriz Leopoldinense e pela terceira vez está na Santa Cruz.

As histórias do escritor Dias Gomes serão contadas no Sambódromo pela Unidos de Padre Miguel, com o enredo Qualquer Semelhança não Terá Sido Mera Coincidência. A escola tentará o campeonato, que escapou no ano passado, por uma diferença de 3 décimos. A vencedora foi a Viradouro.

A Inocentes de Belford Roxo vai levar para a avenida o enredo O Frasco do Bandoleiro, mostrando crendices sobre fortunas que teriam sido enterradas em botijas em quintais do Nordeste para escapar de saques.

A Acadêmicos do Sossego fechará o primeiro dia de desfiles com o enredo Não se Meta com a Minha Fé. Acredito em Quem Quiser. Com o tema, a escola abordará a questão da intolerância religiosa. Regulamento

De acordo com o regulamento, cada agremiação terá o mínimo de 45 minutos e o máximo, de 55 minutos, para desfilar com pelo menos 1.200 componentes. Se ultrapassar esse tempo, perde 1 décimo de ponto por minuto excedido. Se o tempo de apresentação for inferior a 45 minutos, a escola perde 2 décimos para cada minuto a menos.

No término do desfile, as agremiações têm que fazer a dispersão das alegorias no tempo máximo de 60 minutos. Se isso não ocorrer, elas são punidas com a perda de 1 décimo por alegoria não retirada.

Na concentração, somente no terceiro toque de sirene, é que as escolas podem começar o desfile. Antes disso, têm autorização para iniciar o aquecimento preliminar da bateria e o teste de regulagem dos instrumentos e microfones ligados ao carro de som.

Após o segundo toque, o intérprete pode começar a se comunicar com o público e fazer o chamado "esquenta" das arquibancadas com sambas que fazem parte da história da agremiação, até começar a cantar o samba-enredo com o qual a escola vai desfilar. É um momento muito esperado pelos torcedores que costumam lotar o Setor 1, o mais popular da passarela, e é considerado o "batismo" na avenida para o início do desfile.

A vencedora da Série A sobe, em 2020, para o Grupo Especial, considerado a elite do carnaval do Rio. A última colocada, cai para a Série B e vai desfilar no ano que vem, na Estrada Intendente Magalhães, na zona norte da cidade.

Sambódromo do Rio é liberado pouco antes do desfile do Grupo A O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) liberou há pouco o Sambódromo para os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro deu pareceu favorável hoje (1º) para a liberação do Sambódromo, após vistoria exigida pela Justiça atendendo a um laudo do Ministério Público do estado. Os bombeiros atestaram a segurança do local com o respaldo do termo de responsabilidade, assinado pelos presidentes da Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur), Marcelo Alves, e da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira.

A liberação do local só ocorreu poucas horas antes do início dos desfiles do Grupo A. “Trabalhamos muito, focados na resolução das pendências do Ministério Público. Conseguimos entregar a tempo, respeitando as exigências”, disse o presidente da Riotur, Marcelo Alves.

A autorização foi dada pelo juiz de plantão Ricardo Coimbra da Silva Starling Barcellos. A informação foi confirmada pela assessoria da prefeitura. “Todas as determinações da decisão judicial proferidas nos autos do processo foram devidamente atendidas pelas rés”, destacou o juiz no seu despacho.

A expectativa durou 24 horas. Atendendo a um pedido do Ministério Público estadual (MPRJ), a juíza Mônica Ribeiro Teixeira, da 1ª Vara da Fazenda Pública, determinou que o Corpo de Bombeiros vistoriasse o Sambódromo e que os presidentes da Riotur e da Liesa assinassem um Termo de Responsabilidade. A documentação é fundamental para que o Sambódromo recebesse o laudo de liberação. Segundo a argumentação da juíza, desde a sua inauguração, há 35 anos o Sambódromo não tem as normas legais e técnicas exigidas pelo Corpo de Bombeiros

No final da manhã de hoje, militares do Corpo de Bombeiros vistoriaram a Passarela do Samba. O laudo saiu no meio da tarde e informava que a corporação não iria se opor aos desfiles.

Com as assinaturas dos responsáveis da Riotur e da Liesa, a indefinição acabou no início da noite, 1 hora e 30 minutos antes do início do desfile das escolas de samba do Grupo A.

Em seguida, Marcelo Alves acrescentou que: “Felizmente tudo foi entregue, juntamente com um termo [de responsabilidade] assinado por mim, representando a Riotur, e pelo Jorge da Liesa. O carnaval não corre o menor risco”. Rei Momo

Sob chuva, o carnaval do Rio está oficialmente aberto pela cerimônia de entrega da chave da cidade ao Rei Momo. O ato, que simboliza o início das festividades. O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, não compareceu. Ele foi representado pelo presidente da Riotur, Marcelo Alves, que entregou a chave ao Rei Momo, Wilson Neto.

O presidente da Riotur justificou a ausência do prefeito dizendo que ele estava trabalhando, no Centro de Operações Rio, espécie de quartel-general de onde se pode monitorar toda a cidade.

A família de José Geraldo de Jesus, o Candonga, responsável pela guarda da chave da cidade, demonstrou frustração com a ausência do prefeito.

"A gente se sente meio desprestigiado, porque durante anos a tradição foi mantida e nós sempre fizemos um evento muito bonito, no Palácio da Cidade, e esses últimos anos têm sido meio conturbados”, afirmou Eduarda Geórgia, neta de Candonga.