Escrita como paixão e negócio: 'eu trabalhava de forma exaustiva'

Ana Holanda foi a convidada de Flávia Paixão e mostrou como transformou uma paixão num empreendimento de sucesso

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 15 de setembro de 2021 às 22:43

- Atualizado há um ano

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Quando estava prestes a completar 40 anos, com dois filhos pequenos, a jornalista Ana Holanda entrou em crise sobre o que seria o seu futuro profissional. Acostumada a trabalhar com jornalismo impresso para revistas, ela viu a digitalização chegar e ameaçar tudo aquilo que acreditava e fazia com amor.  Ana Holanda e Flávia Paixão abordaram as dificuldades enfrentadas por quem não acredita nos sonhos (Foto: Reprodução/Instagram) “Naquela época, eu escrevia sobre comida no projeto ‘Minha Mãe Fazia’, realizado através do Facebook e tinha mais de 20 mil seguidores, mas ainda assim, vivia angustiada por não saber o que oferecer ou como poderia empreender”, contou, durante a realização do programa Empregos e Soluções ao vivo, na noite dessa quarta-feira. 

Apaixonada pela linguagem escrita, ela pensava muito sobre o processo de aproximação, de tornar comum o que a escrita possibilitava. Munida de coragem, ela aproveitou a oportunidade de realização de um evento em São Paulo e se ofereceu para fazer uma palestra sobre algo que, intuitivamente, ela passou a chamar de escrita afetuosa. 

“Achava que não apareceria ninguém e forcei meu marido na época e um amigo a estarem presentes. Estava certa que falaria apenas para eles”, contou, divertida. A sala que possui 35 lugares precisou comportar mais de 60 pessoas que foram assistir à apresentação de Ana Holanda.

Crenças limitantes O sucesso da iniciativa fez com que uma pessoa na plateia insistisse durante seis meses para que Ana Holanda transformasse a proposta num curso, que teve a primeira edição realizada em Belo Horizonte e depois percorreu as capitais brasileiras.

“A gente tende a não acreditar no que tem para oferecer, sofremos com essa descrença no valor da nossa própria história e das nossas paixões”, refletiu Ana, ressaltando que o insistente na plateia se transformou em sócio e começou a produzir os cursos nas capitais do país.  Ana contou que demorou até perceber que ela tinha um negócio nas mãos e que ele era o seu plano A (Foto: Reprodução) Ela lembrou ainda que durante esse período, se dividia entre o trabalho formal durante a semana, o cuidado dos filhos e as viagens para palestrar nos fins de semana. “Trabalhava muito e, durante três anos, vivi essa rotina exaustiva”, pontuou.

Durante a conversa com Flávia Paixão,  Ana contou que precisou aprender muita coisa, inclusive, como produzir sozinha seus cursos e palestras, uma vez que o sócio precisou se ausentar por um tempo. “Meu momento chave foi quando uma amiga elogiou meu potencial como empreendedora e percebi que aquilo já havia virado o plano A, então, hoje, me dedico completamente a isso”, contou.

Ana Holanda reformou então uma sala que havia sido o consultório do pai e passou a buscar apoio para as áreas onde não tinha perícia. “Eu não sabia quanto cobrar pelos cursos e foi através de conversas muito honestas que comecei a precificar os produtos oferecidos, fossem os cursos presenciais, os digitais, as consultorias para as empresas e o que mais surgisse”, lembrou. 

Humanizando as expressões Enquanto falava para as pessoas, as empresas também descobriram a importância dessa comunicação mais humanizada para estabelecer relações mais profundas entre as pessoas e ela passou a desenvolver uma vertente diferenciada de comunicação organizacional. 

“A vulnerabilidade aproxima as pessoas, que estão cansadas dessa linguagem formal, robótica. Então nessas consultorias, trabalhávamos a narrativa para que essa ajudasse a fortalecer ou estabelecer as relações”, afirmou.  Antes de encerrar a participação, a jornalista pediu para que as pessoas não abandonem seus desejos (Foto: Reprodução) Atualmente, Ana criou um cardápio variado de cursos, nascidos daquilo que era percebido entre os seus clientes como necessidades, a exemplo de um curso de “Escrita para Momentos de Dor”. Antes de finalizar a participação, a jornalista fez questão de pedir à audiência e aos empreendedores que não se abandonassem. “Ao longo da vida, vamos nos deixando de lado, abandonando nossos sonhos e desejos, então, não se abandonem!”, finalizou. 

O programa Empregos e Soluções apresenta, semanalmente, na página do Jornal Correio, no Instagram, às 18 horas, a história de empreendedores que conseguiram vencer desafios e dificuldades para incentivar quem está começando, quem ainda não começou e para quem já está no mercado há muito tempo.