Especialistas discutem estratégias digitais para incrementar o turismo

Entre os temas discutidos, dicas de como a internet pode impulsionar as vendas no setor

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  • Daniela Leone

Publicado em 13 de outubro de 2013 às 17:12

- Atualizado há um ano

Clientes num Clique: Como a Internet pode Gerar Novos Negócios. Esse foi o tema central do primeiro debate da quarta edição do Agenda Bahia, na Arena Fonte Nova. Mediada pelo diretor de redação do CORREIO, Sergio Costa, a discussão reuniu o gerente regional do TripAdvisor na América do Sul, Marco Jorge, o publicitário e criador do site Viaje na Viagem, Ricardo Freire, e o sócio-diretor da Ampfy, agência de publicidade especializada em redes sociais, Gabriel Borges.

Gabriel Borges destacou a importância da ferramenta. “Mesmo que a gente não esteja convertendo a nossa venda dentro do ambiente online, não podemos desprezar a força que a internet pode trazer na geração de negócios”, afirmou.Sergio Costa, diretor de redação do CORREIO, moderou debate com Freire, Borges e Marco Jorge (Foto: Evandro Veiga/CORREIO)Borges citou uma pesquisa do Google: em 92% dos carros novos vendidos no Brasil, os consumidores declararam que a internet foi a primeira fonte de informação que os levou ao processo de decisão pela compra do carro. “Sem sombra de dúvida, a indústria automotiva já enxergou isso”, revelou.

Na rede

Na opinião de Gabriel Borges, para refletir como a internet pode ajudar na geração de negócios, é imprescindível analisar as redes sociais. Vender por vender não deve ser o principal meio da publicidade. É necessário envolver o consumidor, trocar experiências, criar um valor para a marca com aquele consumidor.

“Dentro do contexto do capital social, os nossos maiores ganhos vêm dos laços fracos, das relações descompromissadas que a gente tem. É justamente esse grande fenômeno que as redes sociais vem trazendo dentro de um con-texto digital. De amplificar a nossa possibilidade de construção desses interes-ses desinteressados”, destaca o especialista em redes sociais.

O gerente regional da TripAdvisor na América do Sul, Marco Jorge, também destacou o alcance das redes sociais. Ao postar no site de turismo, o usuário pode permitir que a informação seja vista também em sua conta do Facebook.

Consumidor

O publicitário Ricardo Freire, criador do Viajenaviagem.com, concorda, mas faz um alerta. Na opinião dele, as empresas não podem desprezar o que é dito s bre elas nos sites de redes sociais. “Certa vez, fiz uma resenha positiva sobre um resort em Imbassahy antes da inauguração e acabei virando referência sobre o local quando se buscava por ele na internet. Porém, após a abertura, houve muitos problemas e os turistas usaram a caixa de comentários do ‘Viaje’ para criticar o lugar.

O resort destacou uma gerente só para responder a todas as críticas e, com o tempo, as opiniões positivas acabaram se sobrepondo às outras opiniões ne-gativas”, relatou Ricardo Freire.

Para Marco Jorge, vivemos uma transição onde cada vez mais usuários se rendem à internet. “A idade e a inclusão digital tem sido um diferencial. Os mais j vens ficam ligados direto e o acesso aos computadores, mesmo pelos mais p bres, através das lan houses, tem transformado esse perfil a cada mês”, avalia o executivo.

Confiança

Para Ricardo Freire, o consumidor ainda está muito “apavorado” com a internet. Mas a inclusão digital e turística, aposta, é inevitável. Freire lembra que o setor precisa estar preparado para atender a essa nova demanda.

O publicitário acredita que três fatores ainda dificultam o acesso digital: o consumidor possuir cartão de crédito, informação correta sobre o uso da internet e coragem para realizar a compra. “Quando (o consumidor) tiver segurança, aí será irreversível”, avalia.

Durante o debate, Ricardo Freire voltou a defender que a Bahia deve utilizar as mesmas estratégias para atrair estrangeiros como faz para se vender para o resto do país inteiro: destino ensolarado durante qualquer época do ano, seja no litoral de mais de mil quilômetros de extensão, na Chapada Diamantina ou no Rio São Francisco; o acervo histórico, berço da colonização, que reúne prédios antigos, igrejas e a forte presença da cultura africana; a culinária, que é um traço da mistura dos três povos colonizadores (negros, índios e europeus); os preços mais baixos em relação a outros destinos internacionais e, por último, a carta na manga, segundo Ricado Freire, o PIB da alegria.“É da nossa cultura receber bem, nós somos um povo alegre, o baiano, então... Um amigo sugeriu que o Nordeste tem condições de se vender como um turismo forte independente do Brasil. Eu vou além. A Bahia é mais colorida, mais intensa e pode puxar essa dianteira”. Freire aposta no ‘deixa que a gente sabe como faz’ para fidelizar o turista que passa pelo estado.Reputação

Marco Jorge fez um alerta na sua apresentação. “No mundo da busca online, a reputação online de um hotel ou ponto de venda é muito importante”, lembra. Por isso, defendeu que para vender mais na internet o empresário precisa monitorar as opiniões dos seus clientes nas redes sociais.

O executivo lembrou que o cliente satisfeito é uma fonte de novos clientes. Para Marco Jorge, o empresário deve manter um canal com o consumidor: em caso de problema, reconhecer a falha e agradecer pelas informações enviadas. O gerente do TripAdvisor mostrou ainda a importância de os estabelecimentos turísticos terem um site sobre sua empresa, com fácil navegação, links para reserva e resposta imediata aos questionamentos.

O TripAdvisor tem mais de 230 milhões de usuários no mundo e cerca de 100 milhões de avaliações sobre os diferentes tipos de produtos expostos. O site especializado em turismo é referência no assunto e serve como conselheiro online para viajantes do mundo inteiro que desejam trocar experiências antes e após circular pelo planeta em busca de conhecimento, diversão, relaxamento ou lazer.

Uma recomendação positiva feita por alguém que se hospedou em um hotel, por exemplo, se torna grande publicidade para o estabelecimento. Essa consultoria, no entanto, pode funcionar de forma positiva ou negativa. A depender da atenção que é dada pelo empresário à reputação online.

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