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Série da Netflix foi criticada por suposta manipulação de fatos da Operação Lava Jato
Da Redação
Publicado em 1 de abril de 2018 às 12:53
- Atualizado há um ano
O cineasta José Padilha publicou um texto no jornal Folha de S. Paulo neste domingo (1) em que rebate as críticas que o seriado O Mecanismo, da Netflix, tem recebido nas redes sociais e de atores políticos, como a ex-presidente Dilma Rousseff.
Críticos dizem que o diretor manipulou fatos da Lava-Jato na série - dentre elas o fato de o personagem inspirado no ex-presidente Lula utilizar a frase "estancar a sangria", dita na verdade pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) em um áudio divulgado ao público em 2016. Padilha diz que "esperava mais dos formadores de opinião da esquerda".
"Pensei que em algum momento da história fossem acordar do estupor ideológico e ajudar pessoas de bem na luta contra o mecanismo que opera no mundo real, em vez de se associar a ele para lutar contra o mecanismo exposto na Netflix", escreveu o cineasta, diretor de Narcos e Tropa de Elite.
Quem é quem em 'O Mecanismo', da Netflix?
Padilha divide o artigo em pontos que, segundo ele, apontam para a criação de um mecanismo de corrupção no país. Ele diz que é "inegável que os grupos políticos de Temer e de Lula se beneficiaram do mecanismo que opera no Brasil".
O diretor diz que as críticas são resultado da divisão ideológica
"Criou-se, assim, um ambiente irracional e polarizado, em que o dogmatismo ideológico da esquerda radical e o cinismo pragmático da direita fisiológica passaram a trabalhar juntos para negar o inegável, o fato de que todas as lideranças políticas dos grandes partidos brasileiros são corruptas. Hoje, vemos os formadores de opinião de esquerda e os membros da direita fisiológica de mãos dadas, pressionando o STF para cancelar a prisão após condenação em segunda instância. Afinal, para a esquerda isso garantiria a impunidade de Lula; para a direita, a de Aécio, de Temer, de Jucá... O mecanismo, é claro, agradece", analisou.