Espetáculo De Um Tudo faz última apresentação no sábado (31)

Com cinco indicações ao Prêmio Braskem de Teatro, comédia quebra rótulos sobre baianidade e faz interação com a plateia

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  • Vanessa Brunt

Publicado em 30 de março de 2018 às 10:00

- Atualizado há um ano

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Com cinco indicações ao Prêmio Braskem de Teatro, o espetáculo De Um Tudo faz a última apresentação da recente temporada amanhã (31), no Teatro Sesc Casa do Comércio, na Pituba. Se o clima de feriado veio acompanhado da animação pelos 469 anos de Salvador, comemorados na última quinta-feira (29), a comédia baiana, que completa um ano de história, deixa o lembrete ainda mais forte às 21h. A peça, dirigida por Fernando Guerreiro e que traz músicas (e a presença) do compositor e cantor Gerônimo Santana, discute a baianidade para além dos rótulos e propõe uma reflexão sobre a linguagem, as diferenças e os costumes dos falantes do ‘oxente!’. A peça se faz em uma balança que quebra a noção de um baiano preguiçoso, mas que mostra o que pode existir de comum entre um ‘miserê’ e um ‘ó pai’. Para a discussão, sete amigos se reúnem na mesa de um bar e debatem seus problemas, entre músicas e falas, enquanto debocham de estigmas. O diretor ressalta que De um Tudo trata o tema, sobretudo, com ironia. “É tudo muito irônico, um deboche. A gente fala sobre a preguiça, sobre o atendimento dos prestadores de serviço, sobre o sincretismo do baiano. Por exemplo, dizem que o baiano tem fé em tudo: é verdade?”, questiona. Para representar o "modus vivendi" irreverente do baiano, Guerreiro escolheu o elenco a dedo. Nele, está a cantora Ana Mametto que, em sua estreia como atriz, concorre agora ao prémio de Revelação, juntamente com o espetáculo indicado ao título de Melhor Adulto. Alexandre Moreira, Denise Correia, Diogo Lopes Filho e José Carlos Júnior também fazem parte dos rostos e vozes que sobem ao palco. O cantor Gerônimo é mais um dos integrantes do elenco, e Guerreiro esclarece o motivo de ter feito questão do artista: “Eu queria alguém que conhecesse a cultura popular. Gerônimo, além de ser um artista, é um contador de histórias incrível. É um debochado e, se não for assim, não pode trabalhar comigo”, diz, rindo.   “Este é um trabalho de reconhecimento da nossa maneira de ser e reflexo de uma baianidade construída a partir de Jorge Amado, Caribé, Caymmi e também de todos nós”, ressalta o ator Diogo Lopes Filho. “Discutimos questões identitárias importantes nas quais o público poderá se reconhecer, aprofundar, participar e também acrescentar novas histórias. É um espetáculo vivo”, complementa Guerreiro, ressaltando a interatividade aceita.  Com roteiro assinado por Alan Miranda e Daniel Arcades (reconhecido como Melhor Autor no Prêmio Braskem de Teatro 2017), a peça não tem previsão de retorno. Então, vumbora! Porque baiano que é baiano, não perde um show e, muito menos, uma fila, mesmo quando anda rapidinho (ou não?).Serviço Teatro Sesc Casa do Comércio  Somente sábado (31), às 20h Ingresso: R$ 60 | R$ 30.