Esposa de baiano que sumiu em Brumadinho reclama: 'não estão dando apoio nenhum'

Já são sete baianos desaparecidos na tragédia

  • Foto do(a) author(a) Vinicius Nascimento
  • Vinicius Nascimento

Publicado em 29 de janeiro de 2019 às 15:55

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Subiu para sete o número de baianos desaparecidos após o rompimento de uma barragem em Brumadinho, na região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), na sexta-feira (25). Pai e filho, Carlos Augusto Santos Pereira,49 anos, e Cássio Cruz Silva Pereira, 27, tiveram seus nomes confirmados como desaparecidos. Até a última atualização, feita pela Defesa Civil, às 11h30 desta terça-feira (29), foram encontradas 390 pessoas - entre eles, 65 mortos, sendo 31 já identificados, e 288 desaparecidos.  Cássio e Carlos Augusto estão desaparecidos (Fotos: Reprodução) Os dois desaparecidos são do município de Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), e são funcionários terceirizados da Vale. O CORREIO conversou com a esposa de Cássio, Daniela Pereira, que mora com ele, em Minas Gerais, há 3 anos.

Também baiana, ela contou que recebeu a notícia do desastre quando voltou estava em Mata do São João, para onde viajou para ficar uns dias com a família, já que, há um mês, ela perdeu o pai.

Veja lista dos mortos já identificados em Brumadinho

Segundo Daniela, Cássio Cruz tinha costume de ligar para ela todos os dias no horário de almoço. No dia da tragédia, ele manteve o costume e ligou exatamente às 12h. Por conta do horário de verão, o relógio em Minas Gerais está uma hora adiantado em relação ao horário baiano: eram 11h quando ele ligou e Daniela não percebeu. Quando tentou retornar, cerca de uma hora depois, o celular do marido não tocou.“Depois disso eu sentei na frente da televisão e vi o que aconteceu. Eu sei onde ele trabalha e fiquei desesperada”, conta Daniela.Ela só conseguiu encontrar passagem para voltar para casa dois dias depois da tragédia, no domingo (27). Já em Brumadinho, ela foi direto para o ponto de apoio montado na cidade para transmissão de informações e auxílio dos parentes das pessoas que estão desaparecidas. Por telefone, Daniela reclamou da ausência de informações e, principalmente, da falta de apoio oferecido pela Vale, empresa responsável pela barragem.“Eles não estão dando apoio nenhum. As informações são sempre as mesmas. Nós só queremos encontrar meu sogro e meu marido”, desabafou Daniela.A mãe e o irmão de Cássio moram no estado mineiro há mais de 3 anos - chegaram lá antes mesmo dele receber a proposta de trabalho em uma empresa terceirizada da Vale. Eles fazem companhia a Daniela e ao filho do casal, uma criança de 4 anos, no ponto de apoio.

Além de Cássio e Carlos Augusto, outros cinco baianos estão desaparecidos desde a tragédia. Quatro deles são de Santo Amaro: Alex Mário Moraes Bispo, 22; Ademário Bispo, 51; Ednilson Dos Santos Cruz e George Conceição de Oliveira, de idades não informadas - os dois últimos trabalhavam em uma empresa terceirizada da Vale, responsável pela barragem, e estavam lá no momento do ocorrido.

O outro desaparecido é o mecânico industrial Tiago Coutinho, 32, que nasceu em Salvador e mora em Minas Gerais há cerca de nove anos.

* Sob supervisão da subeditora Fernanda Varela