Essenciais no home office, veja os cuidados e riscos com o fone de ouvido

Parceiros na quarentena, aparelho pode ser usados à vontade, mas volume precisa ser controlado

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  • Vinicius Harfush

Publicado em 17 de agosto de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Jefferson Peixoto/Secom

Com ou sem fios, comprado no camelô ou do fabricante original, os fones de ouvido se tornaram uma das ferramentas indispensáveis na quarentena. Para quem trabalha em casa, esses aparelhos auxiliam muito na concentração e, no contexto da pandemia, ainda ajuda a não atrapalhar quem está do lado. Mas, como tudo na vida, é preciso ter alguns cuidados para utilizar e manter seus fones sem danos para o aparelho auditivo.

Márcio Sampaio, especialista em otorrinolaringologia e Mestre em Saúde e Ambiente de Trabalho, já alerta para um assunto que sempre gera debate quando o assunto é o uso contínuo do fone: “se você utilizar da forma correta, o fone não vai te trazer nenhum prejuízo”. Mesmo se for utilizado durante muitas horas.

Por isso, é preciso se atentar para o que pode tornar o fone um inimigo do home office ou de seu momento de distração. E o principal problema é o volume. Quando a altura do som, medida em decibéis (db), está muito elevada, há riscos de uma lesão no corti, que é o órgão sensorial do nosso ouvido.

“Quem utiliza esses aparelhos no volume máximo pode acabar desenvolvendo uma lesão progressiva, que é conhecida como PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional). Não é algo que acontece do nada, é proporcional ao tempo”, explica Márcio, que é professor do curso de medicina da UniFTC. Ele acrescenta que a lesão é o produto de uma “equação”, que envolve o volume versus o tempo de exposição.

Volume ideal

Mas qual seria o volume recomendado? O otorrino diz que a altura máxima é de 80 decibéis. Mas como ninguém tem o costume de acompanhar o volume com um decibelímetro [aparelho que mede os ruídos], é possível comparar o volume máximo do fone com o som de uma campainha. Ou com um aspirador de pó - outro aparelho muito utilizado na pandemia - que emite um ruído menor do que o limite dos fones, 70 db.

“A ideia do fone não é simplesmente isolar ou não o barulho externo, mas sim se comunicar sem que você perturbe quem está em sua volta. Você pode até usá-lo e não escutar o que vem de fora, só  não extrapole o limite”, informa.

Márcio relata que não há um artigo científico que comprove graves lesões causadas pelo fone em si. Apesar disso, diz, é sempre importante se atentar para outros usos que o aparelho pode ter, como durante a pratica de atividades físicas, como correr e andar de bicicletas, e até para dirigir.

Esse tipo de uso, alerta, é mais perigoso. “Quando você utiliza os fones para andar de bicicleta, por exemplo, isso te distrai e tira a concentração, o que pode causar acidentes. É muito diferente de um uso para o home office”, explica. Ele completa dizendo que “desaconselha totalmente” o uso enquanto se pedala ou dirige, independente do tipo de fone.

A fonoaudióloga Raquel Jefoni, do Multicentro Carlos Gomes, lembra que o ideal é sempre colocar os dois fones. ”Inserindo em apenas um, seu outro ouvido absorve barulhos externos e você tende a aumentar mais o volume”, explica. A especialista diz ainda que o recomendado para utilização do fone é sempre buscar um ambiente silencioso para que não haja necessidade de aumentar e prejudicar a audição.

Quanto à limpeza, basta deixá-los e local arejado e, de vez em quando, limpar bem a parte que entra em contato com o ouvido - no caso dos intra-auriculares. O compartilhamento é desaconselhado, por causa das infecções. Segundo os especialistas, do ponto de vista da saúde,  não há diferença entre os modelos externos, mais conhecidos como headphones, ou os menores, que encaixam dentro do ouvido.

Os fones maiores levam vantagem pois não dependem tanto do formato cada orelha. É o caso do lançamento da Sony: o WH-1000XM4, classificado como top de linha e com  valor de mercado que impressiona: cerca de R$ 2,4 mil, no site oficial da Sony. O modelo promete o reconhecimento de voz do usuário, pausa e play automáticos quando é retirado e colocado de volta. Ele também vem com uma configuração adaptável para cada usuário que, através da geolocalização, pode aumentar ou diminuir o volume.

Com fio (padrão) Samsung: de R$20 a R$50 Apple: de R$100 a R$150 Motorola: de R$50 a R$100 Sony: de R$30 a R$90 JBL: de R$50 a R$100 Beats: de R$70 a R$500

Sem fio: Apple: de R$800 a R$1.000 Motorola: de R$330 a R$650 Sony: de R$600 a R$1.200 JBL: de R$250 a R$1.000 Beats: de R$1.299 a R$1.249

Headphones (com e sem fio) Motorola: de R$150 a R$370 Sony: de R$119 a R$2.430 JBL: de R$169 a R$2.000 Beats: R$700 a R$1.500

*Com orientação da editora Ana Cristina Pereira