Estado vai contratar ultrassonografia específica para ajudar no diagnóstico de microcefalia

A ultrassonografia morfológica vai substituir a ultrassonografia obstétrica, que é a tradicionalmente feita na rede pública

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  • Alexandro Mota

Publicado em 5 de dezembro de 2015 às 08:25

- Atualizado há um ano

O Centro de Operações de Emergências em Saúde da Bahia, iniciativa do governo do estado para monitorar os casos de microcefalia e concentrar as medidas de controle da epidemia, anunciado nesta sexta-feira (4), vai contratar o procedimento de ultrassonografia morfológica para refinar o diagnóstico. “É um procedimento que o SUS não cobre, mas vamos iniciar a fazer com todas as grávidas que tenha suspeita. Ele identifica melhor o bebê, permite fazer medições, acompanhar melhor o desenvolvimento”, explica Ita Cácia, superintendente de vigilância e proteção da saúde da Bahia. A ultrassonografia morfológica vai substituir a ultrassonografia obstétrica, que é a tradicionalmente feita na rede pública. 

Seis bebês morreram por causa da microcefalia na Bahia, que registrou 112 notificações da doença - mais da metade (69) em Salvador. Em todo o estado, estão confirmados 26 casos - o número dobrou desde o primeiro boletim divulgado em novembro. 

Além da ultrassonografia, outros exames laboratoriais devem dar apoio ao diagnóstico. "Não só a Zika pode resultar na microcefalia, então o Lacem (Laboratório Central do Governo do Estado), tanto o de Salvador como as unidades que atendem o interior, estão buscando diagnosticar se essas mães tiveram toxoplasmose, rubéola, sífilis e outras doenças", explica Ita.No Parque Tecnológico, na Paralela, vai funcionar o Centro de Operações. Segundo o governo, o centro vai trabalhar na produção e atualização de informações sobre o cenário da epidemia No estado e contar com o suporte de especialistas de diversas áreas, como sanitaristas, epidemiologistas, infectologistas, obstetras, neuropediatras, ultrassonografistas, especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), além de representes dos municípios -  como a União de Prefeitos da Bahia (UPB) e o conselho de secretários municipais de saúde. É o secretário estadual de Saúde quem vai coordenar as ações.O Centro será inaugurado na quinta-feira e haverá mudança na rotina de divulgação dos boletins semanas, que serão fechados entre quinta e sexta-feira de cada semana e divulgados até às 15h de todas as segundas. “O Centro de Operações também será responsável pelo envio de equipes para auxiliar os municípios na investigação em campo, clínica e laboratorial, bem como o estabelecimento de um plano para controle das microcefalias e redução dos agravos”, reforçou, em nota, a Sesab.  O secretário da Saúde, Fábio Vilas-Boas, sinalizou a possibilidade de envio de recursos adicionais para os municípios por conta da epidemia. O Centro Integrado de Gestão de Emergências tem estrutura similar e usa o mesmo espaço físico do utilizado em grandes eventos, como na Copa do Mundo.