Estreando no Festival de Inverno, Leo Santana atribui sucesso à ousadia

Cantor defende que é preciso preservar a essência, mas não se limitar musicalmente

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  • Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2019 às 16:59

- Atualizado há um ano

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Uma semana depois de gravar o seu segundo DVD, Levada do Gigante, Leo Santana é só expectativa para o show do Festival de Inverno Bahia (FIB), em Vitória da Conquista. Isso porque essa é a primeira vez que o cantor integra a grade de atrações do evento, que durante anos ficou conhecido por destacar o pop rock nacional. A chegada de Léo Santana, é também a chegada do pagode ao Palco Principal do FIB. Por isso, a satisfação é ainda maior.

"Preparei um repertório com vibe pagodeira, pode esperar verdade e pagode. Não que a gente não vá misturar, a gente mistura muito sertanejo, funk, pop. Mas vamos tocar muito nosso pagode, fazer com que a galera se jogue, como se fosse um grande Carnaval", adianta Leo sobre a apresentação que acontece na noite de sábado (24). No mesmo dia, passam pelo evento IZA, O Grande Encontro (Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Alceu Valença) e Ivete Sangalo. 

O pagodeiro ainda não sabe se haverá como ter uma dobradinha com a diva do axé. Depende dos horários de apresentação de cada um. "Nada programado, mas quem sabe?! Acho que se isso acontecer, vai ser a primeira vez que a gente se encontra para cantar junto após o DVD Ivete Sangalo Live Experience, conta Leo, que faz um feat com Ivete na música Mainha Gosta Assim. Ivete e Leo Santana se apresentam no sábado, no Festival de Inverno Bahia, em Vitória da Conquista (Foto: Divulgação) Assim como Ivete, Léo escolheu a cidade de São Paulo para gravar o DVD Levada do Gigante, na semana passada. O primeiro clipe já tem data para ser lançado: 6 de setembro. "A gente vai lançar as músicas aos poucos, bem na pegada do consumo musical atual. Em outubro lançamos uma, em novembro outra", adianta. Com repertório diversificado, o trabalho contará com 21 músicas, entre elas, 18 canções inéditas e 3 regravações, que ainda não serão apresentadas no show do FIB. “Eu busco a liberdade de não me prender apenas ao que meu público está acostumado a ouvir. A ‘Levada do Gigante’ é funk, pagode, axé, samba, sertanejo, pop, hip hop e rap. Sou músico e gosto dessa liberdade“, conta.

Para ele, além da própria dinâmica de distribuição musical, com singles, feats e lançamentos nas plataformas digitais, é esse o segredo de seus sucesso: a ousadia. "Ousadia de você se permitir a gravar o novo. De você se permitir fazer o que o mercado ta consumindo, não se prender ao que o nosso público baiano e do Nordeste quer ouvir. Se você fica preso somente ao que seus fãs querem, você acaba não evoluindo. Você tem que ser meio termo. Você tem que dialogar com aquele público que é a base do seu trabalho (no caso do pagode, assim como no funk, a periferia, a favela), eu que venho do Lobato, do Suburbio de Salvador, sei como é isso. E também gravar outras coisas, sempre com minha pegada, porque o pagode sempre estará presente", comenta. Anitta, que faz feat com cantor no novo DVD, também canta no FIB no domingo (Foto: Reprodução/ Instagram) Nacionalmente, Leo chegou a ser apontado como o nome que "revolucionou o axé", responsabilidade que ele pega para si, mas com ressalvas. "Eles generalizam axé e pagode. Pego indiretamente, porque é uma responsa muito grande. Tem muitos outros artistas. Eu sempre falo que to dando seguimento, dando continuidade aos que demais criaram: Harmonia, É O Tchan, Companhia do Pagode, Nossa Juventude, que é nosso pagodão gostoso, limpo, dançante. Eu sou apenas iniciante. São artistas que deixaram legado, e eu apenas estou dando continuidade a esse legado", diz. Mesmo com a generalização e confusão entre axé e pagode, ele se diz feliz. "É um movimento que fez história e continua fazendo, com respeito e admiração no Brasil inteiro, e fora do Brasil também, então fico lisonjeado em ser representante de um som que o Brasil e alguns lugares do mundo abraçam e respeita", explica.

A pouco menos de seis meses pro Verão, o cantor já planeja seu Baile da Santinha. Serão quatro ensaios entre os meses de janeiro e fevereiro do ano que vem. "Não fazemos na primeira sexta de janeiro porque é logo seguido do Revéillon, o povo vai estar apertado, e a gente vai dar essa segurada Mas na segunda sexta de janeiro a gente inicia. Vamos seguir com o mesmo formato de shows completos, participações esporádicas, com três a quatro atrações por noite", adianta.