Estreante, Roger busca recuperar prestígio do Bahia no Nordestão

Após eliminação na fase de grupos em 2019, tricolor estreia sábado (25), diante do Santa Cruz

  • Foto do(a) author(a) Gabriel Rodrigues
  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 23 de janeiro de 2020 às 17:33

- Atualizado há um ano

. Crédito: Felipe Oliveira/EC Bahia

O elenco principal do Bahia está em contagem regressiva para o início da temporada. No sábado (25), o tricolor vai ao estádio do Arruda, no Recife, onde encara o Santa Cruz na estreia dos clubes na Copa do Nordeste. Se para alguns jogadores o clima é de ansiedade pela primeira partida com a camisa tricolor, para o técnico Roger Machado a situação também apresenta novidade. 

O 2020 do treinador tricolor começa de uma forma diferente, na comparação com sua primeira temporada no clube. No ano passado, ele assumiu o Bahia em uma fogueira: sem apresentar um bom desempenho sob o comando de Enderson Moreira, o time havia acabado de ser eliminado na fase de grupos da Copa do Nordeste e estava envolvido em decisões na Copa do Brasil e no Campeonato Baiano. Era o início do mês de abril. 

Agora em uma situação mais tranquila, Roger teve tempo para ajudar na montagem do elenco, passar os seus conceitos aos atletas durante a pré-temporada - ao todo, são nove meses no clube - e deixar a equipe preparada para os desafios que vai encontrar. A propósito, o técnico disputará a Copa do Nordeste pela primeira vez.

“Para o futebol brasileiro, a gente sabe que esse é um período grande. Não é o suficiente para que consiga aplicar tudo, mas a continuidade do trabalho antecipa algumas etapas. Acredito que 19 dias foram importantes para que a gente ambientasse os jogadores que estão chegando, trabalhasse algumas coisas de forma diferente em função das características desses jogadores, reforçasse algumas questões importantes que fizemos na temporada passada. Não é o suficiente, mas é um período que é bem importante”, analisou Roger em sua primeira entrevista coletiva na Cidade Tricolor, nesta quinta-feira (23).

Além de manter a base construída em 2019, Roger ganhou sete reforços para montar o time à sua maneira. Chegaram os laterais esquerdos Zeca e Juninho Capixaba, o volante Jádson, o meia Daniel e os atacantes Rossi e Clayson. O treinador ainda incorporou ao elenco o meia Arthur Rezende, contratado teoricamente para o time de aspirantes.

As novas peças, segundo ele, vão ajudar a mudar a forma e característica da equipe durante a temporada. “A característica dos jogadores, por si só, já vai mudar um pouco a característica do modelo. Importante é, nesse começo de temporada, treinar plataformas diferentes para que em algum momento você use. Treinei muitas vezes quase num 4-2-4; num 4-3-3 que a gente está habituado, mas com jogadores mais leves, com características diferentes, ora com pontas, ora com meia-pontas. Acho que vai dar para ver algumas mudanças sim, mais pela característica dos jogadores", explicou. "Importante se pensar esse começo de temporada jogo a jogo. Acredito que vai dar para ver coisa boa, mas não o máximo que a gente pode render em função do tempo”, contemporizou.

Debutante Assim como alguns atletas do elenco, Roger vai disputar a Copa do Nordeste pela primeira vez. Na avaliação dele, o torneio é um bom balizador para mostrar o nível da equipe, já que enfrentará clubes com nível técnico maior do que no Campeonato Baiano.

O treinador tem o desafio de fazer a torcida esquecer a campanha do ano passado, quando o Esquadrão caiu ainda na primeira fase. “A Copa do Nordeste é de um nível bem superior ao campeonato estadual. Isso é uma parte bem importante porque ela é uma mostra mais próxima de qual o nível que sua equipe está. Estava em nossa sala vendo o jogo do Santa Cruz. Santa é um time leve, que o ataque flutua muito, dois volantes construtores, lateral de passagem rápida, contra-ataca muito bem. A gente vai ter que saber lidar com esse cenário. Por isso as mexidas desse ano dentro do elenco foram para isso".

“Além da importância da conquista da Copa do Nordeste, uma competição muito importante para o clube, ela vai nos deixar muito bem preparados. Vamos encontrar times da primeira divisão, segunda divisão. Copa do Nordeste é o campeonato mais forte que tem, talvez se assemelhe ao Paulista do ponto de vista da força que se disputa. A importância do título não precisa nem falar", concluiu Roger.

O Bahia é tricampeão do torneio regional, com os títulos conquistados em 2001, 2002 e 2017. Neste ano, o tricolor está no Grupo A e enfrentará os times do Grupo B. São oito partidas na fase de grupos, disputada em pontos corridos. Os quatro melhores colocados de cada chave avançam para as quartas de final, quando começa o sistema eliminatório.