Estrela do metal, cantora finlandesa Tarja Turunen faz show sexta em Salvador

Tarja ganhou notoriedade como vocalista da banda de metal sinfônico Nightwish

  • Foto do(a) author(a) Roberto  Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 19 de outubro de 2015 às 10:06

- Atualizado há um ano

A finlandesa Tarja Turunen, 38 anos, que ganhou notoriedade como vocalista da banda de metal sinfônico Nightwish, se apresenta pela primeira vez em Salvador. O show, sexta no Barra Hall, é baseado no mais recente álbum da carreira solo de Tarja (pronuncia-se Tária), Colours in The Dark, seu quarto disco desde que, em 2005, saiu da banda que a revelou. Tarja Turunen, que chegou a cantar na igreja quando criança, começou a carreira profissional no Nightwish, que fundou em 1996, com os colegas  Tuomas Holopainen e Erno Vuorinen(Foto: Divulgação)A cantora evita comparar seu som atual com aquele que fazia com os companheiros, mas não descarta incluir no show algumas canções da banda: “Se sentir o desejo de cantar coisas da época do Nightwish, eu vou cantar. Não decidi ainda”, diz, em entrevista ao CORREIO.

Tarja, que mistura heavy metal à sua experiência como cantora lírica, rejeita classificações: “Não me enquadro em nenhuma categoria. Quero só fazer as músicas e melodias que me fazem feliz, então para mim seria terrível se eu só pudesse fazer na minha música aquilo permitido pela categoria a que ela pertence”.

Você já se apresentou no Brasil em algumas ocasiões. O que achou do público brasileiro?Já tive o prazer de visitar o belo país de vocês algumas vezes e me sinto verdadeiramente grata pela oportunidade de visitar muito mais cidades que das outras vezes que fui. O público brasileiro é muito apaixonado e 'quente'. Meus shows aí sempre foram mesmo incríveis!

Que músicas você vai cantar no show em Salvador? A apresentação concentra-se no último disco? Os fãs podem ter esperanças de ouvir músicas do seu período no Nightwish?Estou em turnê com meu disco mais recente, Colours in The Dark, então vou apresentar esse álbum e cantar outras coisas da minha carreira. O show com certeza é baseado em minhas músicas da carreira solo, mas se sentir o desejo de cantar coisas da época do Nightwish, eu vou cantar. Não decidi ainda.

Como foi o seu trabalho com Kiko Loureiro? O que achou dele e como se conheceram?Conheço os caras do Angra há muito tempo e os trabalhos com Kiko têm sido sempre bacanas. Ele já participou de turnês minhas compondo músicas comigo e já cantei com o Angra em algumas oportunidades no passado. Admiro o talento dele e suas habilidades como guitarrista. Ele é muito bacana e muito humilde também como pessoa.

Você cantou na igreja? Qual a importância disso na sua formação como cantora?Nunca cheguei a integrar o coro de uma igreja, mas algumas vezes, quando eu era pequena, cantei no meio de outros músicos de igreja. Minha infância foi repleta de música e de aulas bem diversificadas de música. Aqueles anos foram fundamentais para o meu futuro como cantora profissional. Sem o apoio e a ajuda dos meus pais, eu não estaria onde estou hoje como artista nem como pessoa.

O heavy metal é um gênero popular na Finlândia? Que gêneros são os mais populares em seu país?O heavy metal é mesmo muito popular na Finlândia. As pessoas e a mídia dão apoio ao gênero. Há muitas bandas de metal e de rock que fizeram sucesso internacional, então temos muito orgulho de nossa cultura musical roqueira. Tenho certeza que o público do metal brasileiro conhece as nossas bandas. A música pop também é muito popular aqui na Finlândia.

O que acha da classificação metal sinfônico para a sua música? Como definiria esse gênero?Minha música não é metal sinfônico. Eu realmente não gosto de classificar o som que eu faço. Eu não me enquadro em nenhuma categoria como artista. Quero somente fazer as músicas e melodias que me fazem feliz, então para mim seria terrível se eu só pudesse fazer na minha música aquilo permitido pela categoria a que ela pertence. Ainda assim, se eu tiver que classificar o meu mais recente álbum, eu diria que é uma mistura de música clássica e rock.

Tecnicamente, qual a diferença entre cantar rock e música clássica? Um gênero é mais difícil que o outro?Não posso falar muito sobre cantar rock porque na verdade sempre usei a técnica de música clássica para cantar rock. E uso essa mesma técnica para cantar música clássica, mas com uma pequena diferença. No canto clássico, a voz tem os músculos de respiração como suporte e com muito treino e anos de experiência, você começa a tomar controle desses músculos para que a voz fique mais clara e sem nenhuma 'pressão'.

Isso exige muita paciência e prática. Não é fácil cantar árias e definitivamente para os cantores de rock é algo absolutamente impossível. Mas, se puser um cantor de ópera para cantar rock, também não vai ficar bacana.

Suas músicas da carreira solo são similares àquelas que costumava cantar no Nightwish? Qual a comparação que você faz entre esses dois momentos de sua carreira?Acho melhor o ouvinte mesmo escutar as músicas e julgar isso por si próprio. Eu realmente não consigo nem começar a fazer essa comparação entre essas duas situações bem diferentes em minha vida. Tudo agora está diferente daquilo que era quando eu estava na banda.

Qual a importância da sua experiência no Nightwish? Aqueles anos e a experiência com a banda me deram a chance de sobreviver no mundo da música. Eu era muito jovem quando comecei a fazer as turnês e a gravar álbuns com a banda, então aqueles primeiros anos foram mesmo muito importantes para mim em muitos sentidos.

O que já ouviu falar de Salvador? Pretende ir a algum lugar especialmente na cidade? Já ouviu alguma música daqui?Ouço falar que a parte antiga da cidade é linda e eu quero mesmo dar uma passada lá quando chegar aí. Espero ter tempo para ver as atrações turísticas. Sei que a cena musical aí é forte e muito importante, então espero saber mais assim que puder.

O que você conhece do rock e do metal brasileiros?Só tenho alguma familiaridade com as músicas do Sepultura e e do Angra.