Estudantes visitam Casa do Carnaval e aprendem a aliar festa e lucro

Agentes fazem parte do programa de empreendedorismo do Parque Social

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  • Gabriel Moura

Publicado em 11 de setembro de 2019 às 23:02

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Festa, axé e curtição já são conhecidos sinônimos carnavalescos. Mas os oito universitários dos cursos de Ciências Econômicas e Administração que visitaram a Casa do Carnaval e o Instituto ACM (Ação, Cidadania e Memória) na tarde desta quarta-feira (11) focaram também no empreendedorismo da folia. 

A visão empresarial dos jovens, aliás, foi o que os levou ao passeio. Eles fazem parte do Programa Agente de Empreendedorismo, do Parque Social, presidido por Rosário Magalhães. Eles atingiram o maior número de metas em comparação às outras oito regionais do projeto. Os objetivos incluem o melhor atendimento aos microempreendedores da região e o maior número de ações na comunidade. Estudantes universitários visitam Casa do Carnval e Instituto ACM (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) A estudante de Administração Larissa Muniz, 23 anos, era uma das mais empolgadas na visita à Casa do Carnaval. Apesar de ser uma pessoa mais caseira e nunca ter ido aos circuitos da folia, a jovem não escondia o orgulho de ter uma festa dessa magnitude em solo soteropolitano e não parava de pensar em oportunidades de empreender a partir das milhares de pessoas que desembarcam em Salvador para se esbaldar em fevereiro. “O programa desenvolveu em mim o empreendedorismo social. Hoje, sempre que eu passo por algum vendedor ou dono de pequeno comércio, já começo a pensar em soluções para ajudá-lo em seu negócio. No Carnaval é a mesma coisa. Não são só os grandes empresários, donos de blocos ou camarotes que lucram na festa, um vendedor ambulante também é um empreendedor e nós podemos ajudá-lo”, acredita a estudante.E justamente o empreendedorismo social é o objetivo do programa, que atua em nove regiões de Salvador. Cada uma destas regionais recebe dez alunos estagiários, que passam por capacitação através de aulas e, após isso, transferem o conhecimento para as comunidades em que atuam, atendendo os moradores nas escolas ou nas chamadas prefeituras-bairro.

“A cidade de Salvador está repleta de talentos, que, muitas vezes, não conseguem empreender por falta de oportunidade. E a nossa intenção através do Agente de Empreendedorismo é justamente abrir a porta a estes soteropolitanos para que eles possam crescer. Levamos o Sebrae para dentro das comunidades, ensinamos como administrar o negócio, explicamos como conseguir crédito, dentre outras ações”, detalha Maiana Brandão, coordenadora do programa Agente de Empreendedorismo.

Além de dar oportunidade para quem, muitas vezes, só encontrou portas fechadas, os participantes do programa ressaltam o crescimento individual que tiveram desde que o curso começou, em março deste ano. O estudante de Administração Gabriel Fernandes, 20, fala que está muito mais comprometido e, principalmente, feliz por ajudar a região em que nasceu, cresceu e mora até hoje.“Eu já tenho uma familiaridade com a comunidade, conheço as pessoas. Ver o crescimento delas é muito gratificante. E elas também são muito gratas. Nos abraçam e nos agradecem a cada ajuda que damos. Eu já estagiei em outros lugares, mas, agora neste programa, acredito que descobri que a minha vocação é justamente o empreendedorismo social”, relata.Programa Desenvolvido pelo Parque Social em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) e a Secretaria de Trabalho, Esportes e Lazer (Semtel), o programa Agente de Empreendedorismo atualmente emprega 90 estudantes de Administração e Ciências Econômicas. Eles são divididos em nove regionais espalhadas pela cidade.

A cada dois meses, a regional que mais cumpriu metas recebe um prêmio. Em julho, a de Cajazeiras ganhou uma visita ao Hub Salvador e agora a premiada foi a do Subúrbio II - que engloba os bairros de Periperi, Paripe, Coutos, Praia Grande e Fazenda Coutos. Além da visita à Casa do Carnaval, os estudantes conheceram o Instituto ACM e lá tiveram um bate-papo sobre empreendedorismo no Carnaval comandado pelo presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington.

Casa do Carnaval Aberto de terça a domingo, das 11h às 18h, a Casa do Carnaval conta a história da principal festa soteropolitana. Logo na entrada do museu, localizado no Pelourinho, o visitante se depara com uma sala que conta a história do evento na época pré-trio elétrico, com o entrudo, os bailes e, claro, Dodô e Osmar. Espaço vistado pelos estudantes conta a história do Carnaval (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Logo depois, o visitante entra no espaço que aborda a fase contemporânea da festa. Nele é possível encontrar diversos instrumentos musicais, adereços, miniaturas e fantasias utilizadas por ícones da folia momesca, como Carlinhos Brown e Claudia Leitte. Além disso, toda a visita é repleta de interatividade. Logo na entrada é entregue um iPod para que a pessoa possa ver vídeos e interagir com diversos recursos multimídia. 

Além destes dois espaços, há um cinema interativo, onde o visitante pode vestir algumas fantasias, como a dos Filhos de Ghandy, e tirar fotos com ela. Já o chamado Terraço do Samba  tem uma visão panorâmica da Baía de Todos-os-Santos, onde pode ser contemplado um belo pôr do sol. A entrada custa R$ 30 a inteira e R$ 15 a meia.

*Com a orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro