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Clara Albuquerque
Publicado em 16 de outubro de 2018 às 05:00
- Atualizado há um ano
Antes de enfrentar a Argentina lá na distante Arábia Saudita, Neymar falou sobre a ausência de Messi no confronto. Disse que para quem é amante de futebol, ter o craque do Barcelona fora de um jogo como esse é ruim, mas que para o Brasil, é bom. Eu discordo em todos os sentidos. Não só pelo lado de ser mais uma oportunidade de ver um gênio em campo, mas também porque a presença do argentino aumentaria o valor do teste de um dos poucos amistosos que devem valer a pena neste ciclo. O discurso do camisa 10 brasileiro foi destaque na imprensa europeia pelo tamanho dos personagens, claro, mas existe um laço invisível que está sempre unindo os dois jogadores por aqui. Quando o ex-jogador do Santos desembarcou na Europa, cinco anos atrás, Messi era a imagem que muitos imaginavam que Neymar se tornaria um dia. E foi jogando ao lado do argentino que o atual jogador do PSG chegou mais próximo disso. Após pouco mais de um ano atuando em países diferentes, no entanto, a imagem dos dois nunca esteve tão diferente. O Brasil entra em campo com um Neymar que encontrou pouca defesa nos últimos tempos. Desde a troca polêmica de clube, em agosto do ano passado, o atacante se envolveu em diversas situações que destacaram muito mais uma personalidade imatura e individualista do que o seu futebol em campo. A repetição de alguns padrões, criticados desde o início da carreira, ajudou a construir a imagem de que Neymar não evoluiu nesses aspectos. E ainda há a opinião, que eu concordo, de que Neymar fez uma escolha, futebolisticamente falando, errada ao ir para a França. O nível dos jogos ainda é muito inferior, os desafios são menores e o brasileiro não é tão estimulado a ser um jogador mais coletivo. Ainda que ele ganhe todos os títulos do país. Nesse sentido realmente, é melhor não jogar contra os melhores. Do outro lado, a Argentina entra em campo sem Messi. Um jogador que não precisa provar mais nada por aqui (lembrem que estamos falando de Europa), especialmente na Espanha. O argentino é visto como tudo que Neymar nunca será: um gênio da bola em todos os sentidos, adorado pela sua torcida e admirado pelos adversários. Um jogador que sabe resolver sozinho, mas que também é símbolo de um coletivo. E o engraçado é que Messi está longe de ser carismático ou de gostar dos holofotes (como Cristiano Ronaldo) e raramente mostra algo de sua personalidade fora de campo. Prefiro o perfil (não só) de futebol e as escolhas de carreira de Messi, mas isso é absolutamente pessoal e qualquer um tem o direito de achar o contrário. A distância entre os dois personagens, no entanto, nunca foi tão grande quanto neste Brasil e Argentina.Às Claras A CBF confirmou recentemente um amistoso com o Uruguai em Londres. Com isso, a capital inglesa volta a ser casa da Seleção Brasileira na Europa. Nos últimos 12 anos, foram 12 jogos. Claro que faz total sentido pela logística (além dos interesses comerciais) que a equipe não só treine como jogue na cidade, mas é uma pena que a Seleção precise se afastar tanto. Praticamente todas as seleções europeias, na maior parte do tempo, conseguem treinar em casa de verdade e não de aluguel.
*Clara Albuquerque é jornalista e correspondente na Europa